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Revista M&T - Ed.211 - Abril 2017
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Fabricante

O motor da retomada

No lastro da supersafra agrícola, FPT projeta avanço de 13% nos negócios puxado pelo setor de caminhões; biocombustíveis e hibridização estão no horizonte da marca
Por Marcelo Januário (Editor)

A FPT Industrial tem pressa, mas não é afoita. Vivendo um bom momento, tendo em vista a conjuntura desafiadora do país, a empresa do Grupo CNHi faz planos para brigar pela ponta em todos os mercados em que atua, inclusive aqui. Globalmente, a fabricante disputa a segunda posição nos chamados mercados “emissionados”, mais regulamentados, para motores de 2 a 20 l. Na América Latina, afirma estar se aproximando dos dois líderes, crescendo em volume e market share, até por possuir uma carteira de clientes dentro do próprio grupo e, ainda, fornecer propulsores para outros fabricantes OEM a partir de duas unidades fabris, em Sete Lagoas (MG) e em Córdoba (Argentina). “Saímos de um momento de desenvolvimento interno para um de desenvolvimento global”, avalia Marco Rangel, presidente da FPT Industrial para a América Latina.

No mercado interno, o executivo diz que a empresa já esperava uma recuperação gradual, mas não deixa de comemorar os bons resultados do setor agrícola, que volta a movimentar o segmento de caminhões, atualmente responsável por metade da demanda. “Nos últimos dois meses de 2016, o mercado agrícola recuperou um ritmo bem melhor do que vinha sendo projetado”, diz ele, já vislumbrando um aumento de 13% nos negócios em relação a 2016. “Se olharmos para o resultado do fechamento do ano passado, já é possível detectar sinais dessa recuperação.”

Neste ano, a FPT projeta um mercado de 63 a 65 mil caminhões, com o setor agrícola consumindo quase 50 mil unidades. Em 2011, por exemplo, o mercado total chegou a 120 mil caminhões. “Temos mercado para voltar a isso, mas precisamos de estímulos para o transportador voltar a investir”, comenta Rangel. “A recuperação não está acontecendo ainda, pois o mercado está meio confuso, ainda sem saber quais são as regras de financiamento.”

Na mesma linha, o executivo clama por uma retomada mais forte dos projetos de infraestrutura, cuja morosidade prejudica o agronegócio e a própria economia. “Os três mil caminhões parados no Mato Grosso, onde sempre foi difícil passar, mostram que não houve investimento para escoar a produção”, analisa. “Construir estradas, hidrovias, portos... tudo isso pode trazer movimento ao país.”

Desse modo, não é surpresa que o


A FPT Industrial tem pressa, mas não é afoita. Vivendo um bom momento, tendo em vista a conjuntura desafiadora do país, a empresa do Grupo CNHi faz planos para brigar pela ponta em todos os mercados em que atua, inclusive aqui. Globalmente, a fabricante disputa a segunda posição nos chamados mercados “emissionados”, mais regulamentados, para motores de 2 a 20 l. Na América Latina, afirma estar se aproximando dos dois líderes, crescendo em volume e market share, até por possuir uma carteira de clientes dentro do próprio grupo e, ainda, fornecer propulsores para outros fabricantes OEM a partir de duas unidades fabris, em Sete Lagoas (MG) e em Córdoba (Argentina). “Saímos de um momento de desenvolvimento interno para um de desenvolvimento global”, avalia Marco Rangel, presidente da FPT Industrial para a América Latina.

No mercado interno, o executivo diz que a empresa já esperava uma recuperação gradual, mas não deixa de comemorar os bons resultados do setor agrícola, que volta a movimentar o segmento de caminhões, atualmente responsável por metade da demanda. “Nos últimos dois meses de 2016, o mercado agrícola recuperou um ritmo bem melhor do que vinha sendo projetado”, diz ele, já vislumbrando um aumento de 13% nos negócios em relação a 2016. “Se olharmos para o resultado do fechamento do ano passado, já é possível detectar sinais dessa recuperação.”

Neste ano, a FPT projeta um mercado de 63 a 65 mil caminhões, com o setor agrícola consumindo quase 50 mil unidades. Em 2011, por exemplo, o mercado total chegou a 120 mil caminhões. “Temos mercado para voltar a isso, mas precisamos de estímulos para o transportador voltar a investir”, comenta Rangel. “A recuperação não está acontecendo ainda, pois o mercado está meio confuso, ainda sem saber quais são as regras de financiamento.”

Na mesma linha, o executivo clama por uma retomada mais forte dos projetos de infraestrutura, cuja morosidade prejudica o agronegócio e a própria economia. “Os três mil caminhões parados no Mato Grosso, onde sempre foi difícil passar, mostram que não houve investimento para escoar a produção”, analisa. “Construir estradas, hidrovias, portos... tudo isso pode trazer movimento ao país.”

Desse modo, não é surpresa que o mercado para máquinas de construção continue “muito complicado”, como reconhece Rangel, pois a infraestrutura foi o setor que mais sofreu os efeitos da retração econômica. “Ainda temos um cenário de incertezas”, frisa. “De modo que o mercado deve ter uma pequena recuperação, mas ainda sem uma tendência clara.”

TECNOLOGIA

Também há um fator tecnológico na equação. Afinal, cinco anos após a implantação do Euro V, já deveríamos assistir ao começo de um novo ciclo de renovação das frotas. Mas, no cenário instável, os frotistas têm dúvidas. “Se a economia melhorar, é possível tentar buscar uma renovação”, afirma Rangel. “Ademais, o Euro V gerou uma expectativa muito grande”, sublinha o executivo, admitindo que a solução tecnológica apropriada (motor eletrônico com sistema de pós-tratamento) gerou uma série de preocupações e deu trabalho. “Tivemos de convencer o usuário de que não era um problema”, conta.

Na construção, diz Rangel, não houve um impacto comparável em relação ao Proconve MAR-1, pois muitas máquinas já traziam a tecnologia embarcada, ajudando a minimizar o efeito da transição, que não tem sido tão radical quanto a dos caminhões, que pulou direto do Euro III para o Euro V. A diferença em relação ao automotivo, ele afirma, é que o Tier III representa um estágio anterior na tecnologia, permitindo utilizar várias soluções, dependendo do segmento atendido. “Há uma nova geração de motores eletrônicos em diversas máquinas mais sofisticadas, como escavadeiras hidráulicas, até máquinas mais simples, com motor mecânico, mas que atendem à legislação”, explica. “Assim, analisamos cada segmento para definir a melhor solução a ser adotada.”

Desse modo, o portfólio pode adequar-se a cada segmento. “Em máquinas leves, que é um mercado mais sensível ao custo de aquisição, buscam-se soluções mais simples e acessíveis”, destaca o especialista, “enquanto na linha pesada, evoluímos para uma solução que integra telemetria e conectividade, pois o mercado já aceita essa tecnologia”.

TENDÊNCIAS

No que tange à pesquisa e inovação, Rangel aponta para duas tendências objetivas no setor: biocombustíveis e hibridização. Citando o primeiro motor agrícola movido a biometano da New Holland Agriculture (que já está na segunda geração), o executivo descreve como o ciclo do biocombustível “faz todo o sentido” na área agrícola, pois cria a “possibilidade de produção do próprio comburente na fazenda, reduzindo a pegada ambiental e eliminando o rejeito da produção, que é transformado em um gás que pode ser usado para gerar energia aos equipamentos, inclusive caminhões”.

Segundo o executivo, por uma característica do ciclo operacional do motor, o veículo movido a gás natural tem emissões ainda menores que o Euro V. Mas sua popularização ainda depende de viabilidade econômica. “Na agricultura, em dez ou 15 anos isso estará consolidado”, diz ele. “E também em aterros sanitários dos grandes centros urbanos isso é possível, desde que seja possível viabilizar máquinas movidas a biometano, que hoje é queimado, pois ainda é um gás de baixa qualidade.”

Hoje, algumas empresas já filtram e enriquecem esse gás, possibilitando – ao menos em tese – manter uma frota movida a biometano composta por coletores de lixo, tratores de esteira e compactadores. “Do ponto de vista de motores, já solucionamos essa questão. Agora, falta viabilizar o resto”, comenta, referindo-se ao fato de que a hibridização acompanha uma tendência de downsize (redução) dos motores, por sua vez movida pela busca de melhoria no custo total de propriedade, disponibilizando motores de menor cilindrada, mas com maior densidade de potência, acoplados a acessórios inteligentes para recuperação de energia.

O “motor” dessas mudanças, nunca é demais repassar, é a necessidade de eliminação do ruído e da poluição nos centros urbanos, principalmente na Europa. “Lá, existe uma consciência em relação ao assunto, tanto do governo como da população”, afirma o executivo. “Com o tempo, haverá uma eletrificação mais integral, com veículos compactos para uso urbano.”

Em transporte de carga, contudo, Rangel aposta que o mais provável é o predomínio de uma solução híbrida – diesel e elétrica –, combinada a células de combustível. “Essa composição tecnológica ainda não está 100% definida, de modo que os motores de combustão interna ainda têm uma longevidade maior pela frente, até por conta das distâncias a cobrir, desníveis na infraestrutura e disponibilidade de energia elétrica”, conclui.

Grupo lança linha de reposição para usados

Batizada de NexPro, a nova linha da CNH Industrial Parts & Service – responsável pela distribuição de peças de reposição das marcas Case IH, Case CE, New Holland Agriculture, New Holland Construction, Iveco e FPT Industrial – chega ao mercado para atender especificamente aos equipamentos fora de garantia. Segundo Maurício Gouveia, vice-presidente de peças da CNHi para a América Latina, a nova linha integra um projeto mundial da marca. “É uma inovação capaz de gerar novos negócios”, explica Gouveia. “Para isso, homologamos testes e fornecedores e ampliamos nosso portfólio, oferecendo uma nova solução de peças para os segmentos de construção, transporte e agrícola.”

Inicialmente, o projeto inclui fornecedores que já atuavam com peças genuínas. “Os itens da linha NexPro têm garantia de seis meses quando instalados pela rede de concessionárias do grupo”, comenta Gouveia, acrescentando que a garantia para peças retiradas no balcão é de três meses. “Isso acontece porque a equipe de mecânicos das concessionárias tem treinamento exclusivo para garantir a aplicação correta das peças em qualquer equipamento”, afirma o executivo.

A linha disponibiliza itens de maior giro, que apresentam desgaste mais rápido, como filtros, rolamentos, correias e lubrificantes. De acordo com Regina Cavinato Barbosa, gerente de vendas de peças da CNHi, o objetivo é manter-se presente durante todo o ciclo de vida da máquina, não só na garantia, mas também no pós-garantia. “Com as peças adequadas – como itens de desgaste –, nós prolongamos a vida útil dos equipamentos, depreciando no tempo correto e não de forma prematura”, finaliza.

 

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