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Revista M&T - Ed.142 - Dez/Jan 2011
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Peças e Serviços

O calcanhar-de-aquiles no canteiro de obras

O suporte em peças de reposição e serviços de manutenção ainda é o que inspira maior cuidado numa operação com equipamentos de construção, apesar dos esforços de fabricantes e distribuidores em atender o cliente com excelência

Imagine a situação: o equipamento quebra no canteiro de obras e, devido à indisponibilidade de peça de reposição ou à demora para que ela chegue ao local necessário, o conserto da máquina acaba se arrastando além do tempo previsto pela equipe de manutenção. Dependendo do tipo de equipamento, essa baixa na frota pode afetar a produtividade de outras máquinas mobilizadas na obra, comprometendo o cronograma do projeto e até mesmo o relacionamento entre a construtora e seu contratante.

Essa situação nem tão hipotética, à qual está sujeita a maioria das grandes obras de infraestrutura do país, geralmente instaladas em locais distantes dos principais centros urbanos, mantém os profissionais do setor em constante estado de alerta. Para evitar a paralisação do serviço por problemas desse tipo, eles lançam mão de uma logística de suprimentos complexa, incluindo um estoque de peças que não se resume apenas aos itens de maior giro, como filtros e mangueiras.

Nas grandes obras de infraestrutura – ou naquelas com cronograma apertado – os profissionais das áreas de equipamentos e suprimentos procuram se cercar de cuidados. Um deles é comprometer os fabricantes ou distribuidores a oferecer um suporte em campo com peças de reposição e assistência técnica. Como na maioria desses casos os equipamentos mobilizados são novos, a garantia do fornecedor cobre eventuais problemas, já que o fabricante ou distribuidor é obrigado a prestar este serviço ao cliente.

O problema, entretanto, é o prazo de resposta. De acordo com as construtoras, as preocupações se concentram nos equipamentos importados, já que, nesses casos, a burocracia alfandegária pode atrasar a chegada de peças de reposição ao país. Com o acelerado crescimento do mercado brasileiro, que começou a consumir maior diversidade de equipamentos, os receios do setor não se restringem apenas aos novos competidores asiáticos, sobre os quais paira uma dúvida em relação a sua capacidade de pós-venda. Os profissionais do setor também demonstram preocupação em relação ao abastecimento de peças importadas por marcas tradicionais e estabelecidas no mercado.

Diante desse cenário, fabricantes e distribu


Imagine a situação: o equipamento quebra no canteiro de obras e, devido à indisponibilidade de peça de reposição ou à demora para que ela chegue ao local necessário, o conserto da máquina acaba se arrastando além do tempo previsto pela equipe de manutenção. Dependendo do tipo de equipamento, essa baixa na frota pode afetar a produtividade de outras máquinas mobilizadas na obra, comprometendo o cronograma do projeto e até mesmo o relacionamento entre a construtora e seu contratante.

Essa situação nem tão hipotética, à qual está sujeita a maioria das grandes obras de infraestrutura do país, geralmente instaladas em locais distantes dos principais centros urbanos, mantém os profissionais do setor em constante estado de alerta. Para evitar a paralisação do serviço por problemas desse tipo, eles lançam mão de uma logística de suprimentos complexa, incluindo um estoque de peças que não se resume apenas aos itens de maior giro, como filtros e mangueiras.

Nas grandes obras de infraestrutura – ou naquelas com cronograma apertado – os profissionais das áreas de equipamentos e suprimentos procuram se cercar de cuidados. Um deles é comprometer os fabricantes ou distribuidores a oferecer um suporte em campo com peças de reposição e assistência técnica. Como na maioria desses casos os equipamentos mobilizados são novos, a garantia do fornecedor cobre eventuais problemas, já que o fabricante ou distribuidor é obrigado a prestar este serviço ao cliente.

O problema, entretanto, é o prazo de resposta. De acordo com as construtoras, as preocupações se concentram nos equipamentos importados, já que, nesses casos, a burocracia alfandegária pode atrasar a chegada de peças de reposição ao país. Com o acelerado crescimento do mercado brasileiro, que começou a consumir maior diversidade de equipamentos, os receios do setor não se restringem apenas aos novos competidores asiáticos, sobre os quais paira uma dúvida em relação a sua capacidade de pós-venda. Os profissionais do setor também demonstram preocupação em relação ao abastecimento de peças importadas por marcas tradicionais e estabelecidas no mercado.

Diante desse cenário, fabricantes e distribuidores se esforçam na melhoria da estrutura de suporte ao mercado com estoque de peças e a abertura de novos pontos de atendimento, até mesmo nos canteiros de obras. “Se a empresa não tiver condições de atender bem o cliente, é melhor nem disputar o mercado, pois a primeira venda até é fácil de ser feita, mas as demais serão determinadas pela qualidade de pós-venda”, afirma Mário Neves, diretor comercial da Auxter, a distribuidora da JCB no estado de São Paulo.

Negócio rentável
Cláudio Fontes, gerente de produto peças da Sotreq, a distribuidora da Caterpillar, reconhece que as dimensões do Brasil podem comprometer a rapidez na entrega de alguns pedidos, exigindo a mobilização de avião ou até mesmo barcos para levar o produto ao local necessário. Mesmo assim, ele ressalta que a estrutura montada pela dealer permite atender prontamente 89% dos itens solicitados em qualquer ponto do país. “Cobrimos 75% do território nacional com 34 pontos de atendimento, dos quais apenas cinco não dispõem de estoque próprio”, diz ele.

Todos esses pontos de atendimento contam com equipes de mecânicos e alguns deles são instalados dentro da operação do próprio cliente. Segundo Fontes, a empresa conta com cerca de 65 mil itens em estoque, totalizando em torno de R$ 80 milhões em peças de reposição, além de outros 130 mil itens mantidos pela Caterpillar em armazém alfandegado. “Acima do patamar de 90% de atendimento aos pedidos, precisamos praticamente duplicar o estoque para aumentar a eficiência a cada um por cento.”

Por trás dessa estrutura, a distribuidora se apoia no Dealer Business System (DBS), o sistema que interliga suas operações com a da fabricante. O sistema permite um rigoroso controle dos estoques, indicando onde estão os itens requisitados, dando baixa naqueles que foram entregues e acionando a reposição de mercadorias.

Para evitar um gap de tempo no atendimento a um pedido, principalmente em relação a equipamentos importados ou recém lançados no mercado, o executivo explica que a fabricante mantém um estoque de proteção. “Temos voos diários de Miami para o Brasil, o que teoricamente possibilitaria eliminar essa estrutura, mas a burocracia aduaneira pode atrasar uma liberação em até oito dias.” Ele ressalta que esse prazo já foi pior, na faixa de 18 dias.

Fontes ressalta que o negócios de peças não deve ser encarado por fabricantes e dealers como um ônus e sim como uma oportunidade de negócio e de fortalecimento da marca. “Nos últimos 12 meses, essa área cresceu 25% em nossas operações e já responde por cerca de 40% do faturamento da empresa.” Seu raciocínio é simples e se baseia no fato de que quanto maior for o tamanho da frota de equipamentos da marca em operação, maior será a demanda por peças de reposição, impulsionando outro negócio rentável.

Custo do serviço
Mário Neves, da Auxter, concorda que o suporte de peças e serviços é um negócio atrativo para o distribuidor, mas ressalta os custos envolvidos nesse processo. “Esse tipo de operação demanda alto investimento inicial, exigindo que a empresa seja sólida e capitalizada para prestar um bom atendimento em pós-venda.” Segundo alguns especialistas, o custo para o atendimento do dealer a um frotista gira em torno de 5% do valor da frota.

Teoricamente, os serviços de peças e assistência técnica deveriam cobrir todas as despesas da distribuidora, para que o lucro da operação ficasse totalmente para as vendas de equipamentos novos. Mas não é isso o que acontece na prática. Os especialistas atribuem essa realidade brasileira a uma questão cultural. “Mesmo assim, muitos usuários já perceberam que as soluções caseiras e os componentes de procedência duvidosa acabam aumentando seu custo de operação, pois representam mais tempo de máquina parada e reincidência de falhas”, rebate Neves.

Como o estoque de peças de reposição deve ser proporcional ao tamanho e à idade da frota em operação, o executivo salienta que a Auxter não precisa manter os mesmos patamares que a Sotreq em armazéns próprios. Mesmo assim, ele destaca a importância de dispor dos itens solicitados pelos clientes para pronta entrega, o que representa um custo de cerca de R$ 3,5 milhões para a distribuidora. “Além disso, o distribuidor precisa dispor de uma equipe de mecânicos treinados e de ferramental adequado, o que requer alto investimento.

Segundo ele, a Auxter conta com 67 veículos para atendimento aos clientes em sua área de atuação, além de oficinas volantes, todos equipados com as ferramentas necessárias para a execução do serviço no campo. Além das unidades instaladas nas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Araçatuba, a dealer está inaugurando uma filial na Praia Grande, no litoral paulista, e pretende encerrar 2011 com outras duas unidades.

Com garantia de fábrica
Apesar dos fabricantes alertarem os usuários em relação ao uso de peças de origem duvidosa, nem todo componente recondicionado é sinônimo de baixa qualidade. Em alguns casos, inclusive, esse tipo de serviço conta até mesmo com a garantia do fabricante. Esse é o caso das peças reformadas pela Rekom, como bombas e motores hidráulicos, transmissões e comandos finais dos equipamentos da Komatsu.

Segundo Angelino Carvalho, diretor da recondicionadora, a empresa opera com o suporte técnico da Komatsu, que cedeu em regime de comodato as bancadas de teste necessárias ao serviço. “Nos equipamentos de grande porte, como as escavadeiras acima de 40 t, as bombas hidráulicas precisam ser testados em bancadas especiais, que exigem elevados investimentos”, ele explica.

O ferramental operado pela empresa permite simular as cargas correspondentes à vazão e pressão hidráulica do equipamento. Com essa informação, aliada a uma equipe treinada e às especificações do fabricante, a empresa pode partir para a reforma do componente dentro de parâmetros de qualidade indicados pela fábrica. “Seguindo essas premissas, uma recuperação de componente hidráulico só é viável quando seu custo não ultrapassa a faixa de 40% do preço de uma peça nova”, avalia Carvalho.

Ele explica que a Rekom opera apenas por meio das distribuidoras da Komatsu, que fazem a retirada e a montagem da peça nos equipamentos em campo. A empresa atua exclusivamente no serviço de reforma e, em muitos casos, dispõe de peças à base de troca. “A vantagem de contratar um serviço autorizado é que ele segue todas as especificações da fábrica e emprega mecânicos treinados para uma assistência técnica mais eficiente. No caso da Komatsu, por exemplo, o sistema de monitoramento Komtrax permite um diagnóstico preciso da falha, evitando que uma bomba hidráulica seja removida por um problema em outro componente”, conclui o especialista.

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