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Revista M&T - Ed.227 - Setembro 2018
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Guindaste de Torre

Montagem planejada

Assim como ocorre com outros equipamentos de grande porte, os guindastes exigem uma minuciosa operação de transporte e montagem para servir à obra. Descubra como isso é feito
Por Augusto Diniz

Capazes de içar e movimentar horizontalmente a grandes alturas cargas pesadas de materiais como aço e concreto, os guindastes de torre (ou gruas, como também são chamados por influência do termo francês “grue”) constituem uma solução fundamental na área da construção. Devido a essa característica, esses equipamentos tornam as obras mais fáceis e rápidas de serem concluídas. Mas, como são estruturas volumosas e complexas, a principal dificuldade em seu uso é fazê-los chegar até o canteiro de obras, muitas vezes distante de onde normalmente o equipamento fica armazenado.

Aqui, cabe um descritivo. Como se sabe, um guindaste de torre é composto por várias partes (confira infográfico na pág. 54). Dentre as principais está a base, feita de concreto e que pode ter 10 m de lado e mais de 1 m de profundidade, a quem cabe suportar toda a estrutura do equipamento, por meio de grandes chumbadores nela fixados profundamente. A segunda é o mastro, que define a altura de trabalho. A lança é a terceira. Ela possui um carro com roldanas que corre ao longo de seu comprimento. É a parte que suporta a carga.

Há ainda um braço horizontal menor, chamado de contralança, onde são acoplados os contrapesos de concreto e que também comporta o motor e o sistema eletrônico da máquina. A plataforma giratória e a cabine do operador também são partes que compõem a estrutura dessa família de guindastes.

A maioria dos guindastes convencionais tem altura máxima – sem carga – de 80 m. Esse alcance pode ser ainda maior, mas para isso o equipamento precisa ser fixado no prédio à medida que a construção é erguida. Normalmente, o alcance da lança é de 70 m e a carga máxima de içamento é de, aproximadamente, 19 t, com 20 t de contrapeso. Um detalhe a se observar é que, quanto mais perto a carga estiver do mastro, maior será a carga que o guindaste pode suportar com segurança.

LOGÍSTICA

Em geral, o transporte desses gigantes é feito em carretas convencionais – até 10 ou 1


Capazes de içar e movimentar horizontalmente a grandes alturas cargas pesadas de materiais como aço e concreto, os guindastes de torre (ou gruas, como também são chamados por influência do termo francês “grue”) constituem uma solução fundamental na área da construção. Devido a essa característica, esses equipamentos tornam as obras mais fáceis e rápidas de serem concluídas. Mas, como são estruturas volumosas e complexas, a principal dificuldade em seu uso é fazê-los chegar até o canteiro de obras, muitas vezes distante de onde normalmente o equipamento fica armazenado.

Aqui, cabe um descritivo. Como se sabe, um guindaste de torre é composto por várias partes (confira infográfico na pág. 54). Dentre as principais está a base, feita de concreto e que pode ter 10 m de lado e mais de 1 m de profundidade, a quem cabe suportar toda a estrutura do equipamento, por meio de grandes chumbadores nela fixados profundamente. A segunda é o mastro, que define a altura de trabalho. A lança é a terceira. Ela possui um carro com roldanas que corre ao longo de seu comprimento. É a parte que suporta a carga.

Geralmente, o transporte de guindastes é feito por rodovias em carretas convencionais

Há ainda um braço horizontal menor, chamado de contralança, onde são acoplados os contrapesos de concreto e que também comporta o motor e o sistema eletrônico da máquina. A plataforma giratória e a cabine do operador também são partes que compõem a estrutura dessa família de guindastes.

A maioria dos guindastes convencionais tem altura máxima – sem carga – de 80 m. Esse alcance pode ser ainda maior, mas para isso o equipamento precisa ser fixado no prédio à medida que a construção é erguida. Normalmente, o alcance da lança é de 70 m e a carga máxima de içamento é de, aproximadamente, 19 t, com 20 t de contrapeso. Um detalhe a se observar é que, quanto mais perto a carga estiver do mastro, maior será a carga que o guindaste pode suportar com segurança.

LOGÍSTICA

Em geral, o transporte desses gigantes é feito em carretas convencionais – até 10 ou 12 delas, dependendo de seu porte – ou em contêineres. “Desse modo, em 99% das vezes o deslocamento é feito por rodovia, independentemente do local da obra, que em muitos casos pode estar do outro lado do país”, posiciona Eduardo Siqueira, diretor comercial da MaxxiGrua Locações. “Já estudamos usar a cabotagem para transportar um deles, que iria atuar na ampliação de uma fábrica de cimento no litoral da Paraíba, mas isso ficaria mais caro do que o rodoviário.”

Mesmo assim, o especialista relata que houve um caso em que, além do modal rodoviário, foram usados supply boats, que dão apoio às plataformas de petróleo. “Nesse caso, o guindaste teve de ser colocado em contêineres, respeitando a sequência de montagem, acompanhado por um rigoroso packing list, para que a equipe soubesse exatamente qual deles abrir em cada vez, para dar sequência ao serviço”, explica.

De acordo com Paulo Carvalho, diretor técnico da Potain, marca que é controlada pela Manitowoc, a princípio o transporte dos guindastes não exige nada de muito diferente do de outros grandes equipamentos. “No entanto, a logística de carregamento e de montagem constitui um procedimento que exige planejamento”, diz. “Isso porque envolve uma sequência de ações como, por exemplo, carregamento, dimensionamento de guindaste automotivo para descarga, instalação na obra e, ainda, trajetos.”

Com estruturas volumosas e complexas, a montagem de guindastes de torre exige um planejamento logístico minucioso, evitando problemas que podem atrasar sua aplicação na obra e, até mesmo, danificar os componentes

Obviamente, esse planejamento logístico deve ser bem-feito para se evitar problemas como, por exemplo, restrições de tráfego, dimensões excessivas de carga para passagem em áreas urbanas, túneis e pontes, interdições de via com programação antecipada e dimensionamento dos guindastes para descarga e montagem. “Vale salientar que, por conta do volume desses equipamentos, não é usual apenas entregá-los ao cliente”, acrescenta Carvalho. “De fato, temos de entregar e já montar na sequência de descarregamento.”

Até por isso, alguns grandes fabricantes adotam uma estratégia ainda mais detalhista, que inclui o planejamento de transporte do equipamento desde o projeto de fabricação. É o caso da Liebherr, cujos equipamentos, desde a sua concepção, são construídos para otimizar o deslocamento, tanto em caminhões como em contêineres.

Segundo Luiz Meirelles, gerente divisional da área de guindastes de torre da empresa, um bom exemplo é o modelo 85 EC-B 5b, fabricado no Brasil. “As seções de torre deste equipamento têm dimensões de 1,2 m x 1,2 m, sendo que um segmento posicionado ao lado do outro medem 2,4 m, que é exatamente o máximo permitido em largura para o transporte rodoviário”, explica. “Como os comprimentos também são múltiplos de 12, otimiza-se ao máximo a ocupação da carreta. Ou seja, em um único desses veículos é possível levar 48 m de torre.”

Além disso, a cabine do guindaste pode ser compactada na viagem, assumindo dimensões para ser levada em caminhão ou contêiner, sem necessidade de desmontagem.

Outro detalhe importante no transporte, diz Meirelles, são os “berços” para os pinos de união das torres. Os próprios segmentos dessas estruturas possuem um suporte para esses pinos, o que agiliza bastante sua montagem, translado e acomodação, sendo transportados juntos e próximos às peças onde serão utilizados.

Na mesma linha, Meirelles conta ainda que a Liebherr desenvolveu um contêiner frame, utilizado com guindastes de torre de porte maior – como os utilizados em hidrelétricas e obras de infraestrutura. Trata-se de uma estrutura montada nas extremidades do segmento de torre, com dimensões para ser manuseada exatamente como um contêiner, propriamente dito.

De acordo com o especialista, as lanças com seção triangular são outra característica dos guindastes de torre da marca. “O transporte facilitado dessas partes foi considerado com dois segmentos de lança, um ao lado do outro e, no meio deles, o terceiro invertido (de cabeça para baixo)”, explica. “Por se tratar de uma peça relativamente pequena e leve, não há dificuldade em girá-la para a posição de utilização. Os três segmentos são posicionados com uma estrutura em madeira, amarrados e tensionados com uma cinta, que faz com que essas partes formem um único pacote, facilitando o manuseio.”

Por sua vez, os contrapesos dos guindastes de torre da Liebherr são transportados embaixo de todas as outras peças e praticamente não alteram a quantidade de caminhões utilizados. “Dentre muitos outros, esses detalhes são muito bem-vistos por nossos clientes no Brasil e no mundo”, garante Meirelles.

CUIDADOS

Independentemente das características de cada guindaste, é necessário ficar atento para evitar excesso de carga e, ainda, alertar o transportador para que providencie as licenças necessárias à viagem. Há outros cuidados necessários, no entanto. “Em função da precariedade das estradas brasileiras de modo geral, evitamos levar peças soltas na carroceria, ou quando há estruturas se tocando, procuramos fazer uma proteção para evitar avarias”, descreve Siqueira, destacando que isso também vale para o desembarque das peças e estruturas no local da montagem, que deve ser cuidadoso.

De acordo com ele, outra dificuldade comum é que muitas obras não têm espaço para receber o equipamento todo antes do início da montagem. Devido a isso, é necessário ir transportando aos poucos, conforme o cronograma dessa fase. Quando a distância é curta, os riscos são mitigados, porém, quanto maior for o deslocamento, maior a será possibilidade de o cronograma não ser cumprido, seja pelas condições dos caminhões, como das estradas.

De acordo com Meirelles, em muitos casos é fundamental que as partes e peças do guindaste de torre não precisem de pré-montagem para sua utilização. “É assim com os equipamentos da Liebherr”, garante. “Sabemos que toda e qualquer instalação prévia no canteiro de obras custa tempo e dinheiro. No geral, não há espaço nem recursos para essa pré-montagem, e quando a grua chega, busca-se sua utilização o mais rápido possível.”

Planejamento do transporte em centros urbanos precisa levar em conta as restrições de horário de circulação

Quanto aos demais cuidados que se deve tomar no transporte de guindastes de torre, ele cita a amarração da carga, para que se encaixe e fique firme. “Vale ressaltar ainda a importância da disposição da carga em alguns casos”, acrescenta. “Recentemente, fizemos uma montagem em um local confinado, onde as carretas com o equipamento precisavam ser carregadas com as partes do guindaste na sequência em que seriam utilizadas, pois não havia espaço na obra para manuseio dessas peças. Por isso, nossa equipe dimensionou os caminhões e o romaneio (relação completa e pormenorizada que especifica peso, qualidade e quantidade das mercadorias embarcadas) de cada um deles, de forma que a base chegasse antes e, na sequência, viessem as outras partes, diretamente para a montagem.”

O transporte em áreas urbanas também apresenta dificuldades e requer cuidados. “Normalmente, obras em cidades não têm espaço para alocar o equipamento desmontado para, depois, começar a montá-lo”, diz Siqueira. “Em casos assim, o planejamento da viagem também precisa ser cuidadoso, o que acaba resultando em maiores despesas com guindastes e equipes.”

Além disso, o planejamento do transporte nos centros urbanos precisa levar em conta as restrições de horário de circulação, o que implica descarregamento ou carregamento das carretas no período noturno. “Para nós, um exemplo clássico foi a montagem de uma grua Comansa LC 550, com 50 m de lança e capacidade de içamento de 10 t na ponta no Leblon, na obra da estação Antero de Quental do metrô do Rio de Janeiro”, conta Siqueira. “Nesse projeto, havia todas o tipo de variável: incapacidade do canteiro para receber o guindaste todo desmontado, grande distância entre o nosso pátio e o canteiro da obra, além da restrição de tráfego na Avenida Brasil.”

Obras com acesso que passe por terrenos acidentados ou montanhosos apresentam dificuldades extras no transporte e acesso dos guindastes. “Não é usual, mas já tivemos casos em que foi necessário prever o uso de equipamentos para apoio em acessos inclinados, como tratores de esteira e outros”, conta Carvalho, da Potain. Por sua vez, a MaxxiGrua também já enfrentou uma situação parecida. “Tivemos um caso que envolveu a engenharia do cliente, pois foi necessário usar tratores para segurar as carretas na descida e ajudá-las a subir no retorno”, lembra Siqueira. “É raro, porém isso também acontece.”

AUTOMONTÁVEIS UTILIZAM TECNOLOGIA HIDRÁULICA

Além dos guindastes de torre mais comuns, cuja montagem pode ser demorada, existem modelos automontáveis, que são mais populares da Europa e nos Estados Unidos. Esses semirreboques são transportados engatados em caminhões de pequeno porte. No Brasil, ainda são poucas as opções no mercado, aparentemente restritas às empresas Potain, Liebherr e Terex, com capacidades que podem variar de 10 a 130 t.

Modelos automontáveis como essa grua Potain Hup 40-30 facilitam o trabalho de preparação para a obra, garantem especialistas

Segundo Paulo Carvalho, diretor técnico da Potain, a principal vantagem desses guindastes é a instalação ainda mais rápida e fácil, pois não necessitam de base nem chumbadores, por exemplo. “Os equipamentos atuais desse tipo têm sua montagem feita hidraulicamente, por meio de um controle remoto, o que traz rapidez, segurança e versatilidade”, informa. “A Potain possui uma das mais extensas e modernas linhas de equipamentos automontáveis do mercado mundial, com máquinas que vão de 10 t a 130 t de capacidade”.

No caso da Liebherr, o gerente divisional da área de guindastes de torre, Luiz Meirelles, diz que as gruas da marca desse tipo dispensam o uso de qualquer equipamento auxiliar na montagem. “Ou seja, uma vez estacionados e conectados à rede elétrica, são montados de forma simples, em poucos minutos e por uma única pessoa”, garante. “A própria montagem do contrapeso é feita pelo equipamento.”

De acordo com Carvalho, esses guindastes são indicados para “obras com altura de até 20 m, em locais onde o equipamento precisa mudar de posição no canteiro ou a aplicação de uma grua convencional se torna dispendiosa, pela necessidade de infraestrutura de instalação”.

Meirelles destaca que, no caso da Liebherr, os equipamentos já foram empregados em hidrelétricas, sendo montados dentro da casa de máquinas, além de diversas outras frentes de trabalho breves e que exigiam grande mobilidade. “Contamos ainda com algumas versões de automontáveis sobre esteiras, que são mais utilizados em locais de difícil acesso, como na montagem de pontes”, finaliza.

Saiba mais:

Liebherr: www.liebherr.com

MaxxiGrua: www.maxxigrua.com.br

Potain: www.manitowoccranes.com/pt-PT/cranes/potain

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