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Revista M&T - Ed.186 - Dez/Jan 2015
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Equipamentos Portuários

Logística de precisão

Com pouco mais de um ano de atividades, o Terminal Embraport utiliza alguns dos equipamentos mais avançados do setor, como transtêineres equipados com câmaras de monitoramento

Há pouco mais de um ano, a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) opera um terminal próprio na margem esquerda do Porto de Santos (SP). Trata-se da maior operação privada do setor, com capacidade para movimentar cerca de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano. O projeto recebeu investimento de R$ 2,3 bilhões em sua concepção, fruto de uma sociedade entre a Odebrecht TransPort e a DP World. Instalado em área com acesso por vias marítima, rodoviária e ferroviária, o empreendimento conta com 653 m de cais na primeira fase de operação e ilustra esta reportagem de M&T sobre o que há de mais moderno em equipamentos para operações portuárias.

A primeira tecnologia de ponta é o escâner. Hoje, as cargas que entram e saem da Embraport são vistoriadas pela solução. O mesmo acontece com outros terminais no Porto de Santos (SP), mas, segundo o gerente de manutenção da Embraport, José Roberto Rocco Júnior, a empresa já havia adotado a tecnologia antes mesmo da exigência do Porto, atendendo a um critério próprio de combate a fraudes. “Os scanners são equipamentos de inspeção por Raios-X que ficam posicionados em locais estratégicos do terminal”, diz ele. “Atualmente, 65% da carga movimentada no terminal são escaneadas.”

O especialista explica que o escâner reduz a necessidade de os contêineres serem posicionados e inspecionados manualmente, o que proporciona maior produtividade, além de agilidade na liberação das cargas. “Além disso, os órgãos anuentes, como a Receita Federal, dão preferência às conferências não invasivas”, afirma Rocco.

O especialista acrescenta que o sistema utilizado pela Embraport é semelhante ao dos aeroportos. Com o equipamento, é possível visualizar o tipo de mercadoria contida no contêiner e também analisar a possibilidade de presença de materiais ilícitos, como drogas e armas.

MOVIMENTAÇÃO

No terminal da Embraport, aliás, as ações de segurança extrapolam as questões dos clientes e suas mercadorias. Recentemente, a empresa instalou câmeras nos RTG’s (transtêineres), visando à segurança operacional. Os transtêine


Há pouco mais de um ano, a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) opera um terminal próprio na margem esquerda do Porto de Santos (SP). Trata-se da maior operação privada do setor, com capacidade para movimentar cerca de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano. O projeto recebeu investimento de R$ 2,3 bilhões em sua concepção, fruto de uma sociedade entre a Odebrecht TransPort e a DP World. Instalado em área com acesso por vias marítima, rodoviária e ferroviária, o empreendimento conta com 653 m de cais na primeira fase de operação e ilustra esta reportagem de M&T sobre o que há de mais moderno em equipamentos para operações portuárias.

A primeira tecnologia de ponta é o escâner. Hoje, as cargas que entram e saem da Embraport são vistoriadas pela solução. O mesmo acontece com outros terminais no Porto de Santos (SP), mas, segundo o gerente de manutenção da Embraport, José Roberto Rocco Júnior, a empresa já havia adotado a tecnologia antes mesmo da exigência do Porto, atendendo a um critério próprio de combate a fraudes. “Os scanners são equipamentos de inspeção por Raios-X que ficam posicionados em locais estratégicos do terminal”, diz ele. “Atualmente, 65% da carga movimentada no terminal são escaneadas.”

O especialista explica que o escâner reduz a necessidade de os contêineres serem posicionados e inspecionados manualmente, o que proporciona maior produtividade, além de agilidade na liberação das cargas. “Além disso, os órgãos anuentes, como a Receita Federal, dão preferência às conferências não invasivas”, afirma Rocco.

O especialista acrescenta que o sistema utilizado pela Embraport é semelhante ao dos aeroportos. Com o equipamento, é possível visualizar o tipo de mercadoria contida no contêiner e também analisar a possibilidade de presença de materiais ilícitos, como drogas e armas.

MOVIMENTAÇÃO

No terminal da Embraport, aliás, as ações de segurança extrapolam as questões dos clientes e suas mercadorias. Recentemente, a empresa instalou câmeras nos RTG’s (transtêineres), visando à segurança operacional. Os transtêineres são equipamentos de grande porte, montados sobre trilhos, que fazem a movimentação de contêineres no pátio. “São uma espécie de pórtico, que recebe e retira os contêineres dos Terminais Tractors e os empilha em um local específico da retroárea”, explica Rocco. Na Embraport, são 22 deles em operação e as câmeras em questão foram instaladas em todos, em quatro diferentes pontos de visão.

Com a tecnologia, os operadores podem visualizar com precisão o posicionamento do caminhão que transportará o contêiner no solo, atuando com mais segurança no momento do encaixe ou da retirada da carga de cima da carreta. “Todas as imagens são transmitidas em tempo real para o operador, que as visualiza em monitor de 20 polegadas instalado na cabine”, diz Rocco. Segundo ele, o sistema é inédito no Porto de Santos e está contribuindo significativamente para a eficiência das operações. “Um indicador dessa eficiência é o tempo de atendimento dos caminhões nos portões da Embraport, que hoje é inferior a 30 minutos, bem menos do que os demais terminais de Santos”, diz ele.

Semelhantes aos transtêineres, os portêineres são equipamentos específicos para operação portuária e também se locomovem sobre trilhos, como um pórtico. Esses, por sua vez, ficam alocados no cais e percorrem o costado do navio para as movimentações de embarque e descarga de contêineres. A precisão obtida nos movimentos garante maior eficiência nas operações, fazendo com que os navios fiquem atracados o menor tempo possível.

Na frota atual, a Embraport possui seis portêineres, que Rocco classifica como os mais modernos em operação no Brasil. “Algumas tecnologias empregadas nesses equipamentos mostram isso, como sensores a laser anticolisão, utilizados na lança para evitar a colisão do equipamento com a casa de máquinas do navio”, explica. Com essa tecnologia, qualquer objeto que se aproxime a menos de 10 m do equipamento aciona automaticamente o módulo de alerta, diminuindo a velocidade da máquina para 10% de sua capacidade. “Caso a aproximação se agrave – ficando a menos de 1,5 m do equipamento – o sistema interrompe todos os seus movimentos”, complementa.

APOIO

No pátio, a Embraport conta ainda com três reach stackers, utilizados para apoio às movimentações. Essas máquinas sobre pneus operam principalmente na movimentação de cargas especiais no pátio da Embraport. “Os reach stackers também são usados para posicionar os contêineres no armazém, preparando a vistoria de órgãos competentes como a Receita Federal, Anvisa ou Ministério da Agricultura, por exemplo”, acresce o gerente de manutenção da Embraport, salientando que os três equipamentos em operação são do mesmo modelo C4531, fabricado pela Linde.

Com esse aparato tecnológico, a Embraport comemorou o primeiro ano de operação em julho do ano passado, quando contabilizou a movimentação de 500 mil TEUs (ou cerca de 250 navios). Parece muito, mas é menos da metade da capacidade total anunciada pela empresa, que deve ampliar ainda mais esse resultado quando implantar a segunda fase de operação. Dentre outras aquisições, esse processo deve envolver a compra de novos equipamentos como transtêineres, portêineres e reach stackers.

Até por isso, o CEO da Embraport, Ernst Schulze, avalia como positivo o primeiro ano de atividades do Terminal, destacando o desenvolvimento de novos projetos, como a construção do pátio ferroviário e a implementação de novas soluções logísticas, como é o caso do serviço de cross-docking (operação de estufagem e desestufagem de contêineres). “Essas ações reforçam a nossa estratégia de crescer no setor logístico, oferecendo serviços integrados à operação portuária e com atendimento diferenciado para nossos clientes”, enfatiza.

EMPILHADEIRAS

Assim como os reach stackers – que operam no pátio –, as empilhadeiras têm sua aplicação no mesmo ambiente, mas abarcam missões menores, de cargas mais leves. Essas máquinas, porém, têm se mostrado versáteis para outras operações no porto, como ocorreu na última temporada de cruzeiros da MSC, quando três navios atracaram no Porto de Santos.

Distribuidora e locadora de empilhadeiras da BMC-Hyundai, a Portomaq locou equipamentos do modelo 25L-7M à MSC Cruzeiros para abastecimento do consumo de bordo durante cada atracação. “A solicitação era realizada previamente pela MSC, conforme necessidade de abastecimento de cada navio durante toda a temporada”, explica Douglas A. Silva, diretor da Portomaq.

Segundo ele, a escolha pela Portomaq se deu pelo relacionamento construído com o cliente, considerando que para a MSC Cruzeiros era mais viável locar do que comprar empilhadeiras, devido ao curto período das temporadas e à própria expertise da Portomaq para lidar com os equipamentos. “A operação exigia confiabilidade, pois consistia na retirada da carga de suprimentos dos caminhões e na sua movimentação até o compartimento a bordo do navio”, diz Silva, explicando ainda que esse percurso fica posicionado entre o costado e a faixa primária do Porto de Santos.

Detalhando os equipamentos, Silva diz que as empilhadeiras 25L-7M têm capacidade de elevação de 2,5 t, podendo elevar as cargas menores a até 4 m, demonstrando versatilidade na mobilização das cargas. “A solução permitiu 24 abastecimentos ao MSC Preziosa, 17 ao MSC Magnífica e sete ao MSC Orchestra”, finaliza.

 

 

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