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Revista M&T - Ed.210 - Março 2017
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Urbanismo

Integração adiada

Construção do Corredor Leste-Oeste foi concebida para desenvolver o sistema viário em São Bernardo do Campo, mas permanece parada e sem previsões de conclusão
Por Augusto Diniz

Com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços de transporte público do município, por meio da diminuição dos tempos de viagem e de espera nos pontos, a prefeitura de São Bernardo do Campo (SP) está realizando uma série de obras urbanas, dentre as quais a construção de vários corredores de ônibus.

Um deles é o Corredor Leste-Oeste que – numa extensão de 12,6 quilômetros – vai da divisa com Diadema, sob a Rodovia dos Imigrantes (nas proximidades do km 20,5) até a rotatória da Praça dos Bombeiros. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 400 milhões nas obras, que estão sendo realizados por dois consórcios, que incluem as empresas Constran e OAS (no lote 1) e Encalso e Convap (no lote 2).

De acordo com a prefeitura, o Corredor Leste-Oeste tem como principal objetivo criar uma ligação viária diametral entre as regiões Leste-Oeste do município, integrando-as a outros corredores de transporte coletivo nos eixos Norte-Sul.

Em cada sentido, o novo corredor terá duas faixas de rolamento para tráfego geral e uma exclusiva, à esquerda, para transporte coletivo. Ao longo de seu trajeto serão implantadas plataformas centrais bidirecionais com largura de cinco metros e extensão de aproximadamente de 36 metros.

Segundo o consultor especialista da Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo do Campo, Alberto Ribeiro, coordenador do Corredor Leste-Oeste, além dos pontos normais ao longo do trajeto, haverá também as chamadas Estações de Conexão de Ônibus (ECO), instaladas em viadutos nos quais se cruzam dois corredores. “Elas vão ligar a parte superior do viaduto à parte de baixo da pista, no outro corredor”, explica. “Um exemplo é o cruzamento da Samuel Aizemberg com a Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, onde haverá uma ECO. Em cima, o viaduto, e embaixo, o corredor Castelo Branco. Essa ECO vai ser servida por elevadores e escadaria. O passageiro desembarca em cima num corredor e muda para o outro pelas escadarias e elevadores.” O Leste-Oeste terá ainda mais três ECOs.

DESLOCAMENTO

O objetivo da construção dos corredores é facilitar os deslocamentos na cidade, diminuindo os congestionamentos e, consequentemente, os tempos atuais de viagem. Em seu traje


Com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços de transporte público do município, por meio da diminuição dos tempos de viagem e de espera nos pontos, a prefeitura de São Bernardo do Campo (SP) está realizando uma série de obras urbanas, dentre as quais a construção de vários corredores de ônibus.

Um deles é o Corredor Leste-Oeste que – numa extensão de 12,6 quilômetros – vai da divisa com Diadema, sob a Rodovia dos Imigrantes (nas proximidades do km 20,5) até a rotatória da Praça dos Bombeiros. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 400 milhões nas obras, que estão sendo realizados por dois consórcios, que incluem as empresas Constran e OAS (no lote 1) e Encalso e Convap (no lote 2).

De acordo com a prefeitura, o Corredor Leste-Oeste tem como principal objetivo criar uma ligação viária diametral entre as regiões Leste-Oeste do município, integrando-as a outros corredores de transporte coletivo nos eixos Norte-Sul.

Em cada sentido, o novo corredor terá duas faixas de rolamento para tráfego geral e uma exclusiva, à esquerda, para transporte coletivo. Ao longo de seu trajeto serão implantadas plataformas centrais bidirecionais com largura de cinco metros e extensão de aproximadamente de 36 metros.

Segundo o consultor especialista da Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo do Campo, Alberto Ribeiro, coordenador do Corredor Leste-Oeste, além dos pontos normais ao longo do trajeto, haverá também as chamadas Estações de Conexão de Ônibus (ECO), instaladas em viadutos nos quais se cruzam dois corredores. “Elas vão ligar a parte superior do viaduto à parte de baixo da pista, no outro corredor”, explica. “Um exemplo é o cruzamento da Samuel Aizemberg com a Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, onde haverá uma ECO. Em cima, o viaduto, e embaixo, o corredor Castelo Branco. Essa ECO vai ser servida por elevadores e escadaria. O passageiro desembarca em cima num corredor e muda para o outro pelas escadarias e elevadores.” O Leste-Oeste terá ainda mais três ECOs.

DESLOCAMENTO

O objetivo da construção dos corredores é facilitar os deslocamentos na cidade, diminuindo os congestionamentos e, consequentemente, os tempos atuais de viagem. Em seu trajeto, o Corredor Leste-Oeste passará por toda a extensão da Estrada Samuel Aizemberg, Av. José Odorizzi, Viaduto Tereza Delta, Av. Newton Monteiro de Andrade, Av. Prestes Maia e Rua Tiradentes. Segundo a prefeitura, ele fará uma ligação entre bairros das regiões oeste e leste do município, como Alves Dias, Cooperativa, Independência, Centro, Nova Petrópolis, Santa Terezinha e Montanhão. No total, serão beneficiados 285 mil habitantes dessas localidades.

Entre as obras já realizadas ou previstas estão a duplicação de aproximadamente 2.500 metros da Estrada Samuel Aizemberg (entre a Rodovia dos Imigrantes e a Av. Humberto de Alencar Castelo Branco), a implantação de nova pista duplicando a avenida José Odorizzi em toda sua extensão e a construção de quatro viadutos. Um deles está na interseção da Estrada Samuel Aizemberg com a Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, outro na interseção das avenidas José Odorizzi e Robert Kennedy, um terceiro na transposição da rodovia (trevo no km 20,7) e um último na transposição da Praça dos Bombeiros, ligando a avenida Rotary à avenida Luís Pequini. As obras desses viadutos já estão 45% concluídas. Também será construída uma nova pista, ligando a Av. Newton Monteiro de Andrade à Av. Presidente Prestes Maia.

O projeto prevê ainda a construção do Terminal Cooperativa, na interseção da Estrada Samuel Aizemberg com a Estrada Particular Fukutaro Yida. Será um terminal de transferência, a partir da reestruturação do sistema por meio de linhas troncais e alimentadoras. Outras intervenções necessárias para a implantação do corredor são a restauração e readequação dos pavimentos existentes, com implantação de trecho rígido nas paradas dos ônibus; adequações geométricas e drenagem; melhoria das calçadas para facilitar a mobilidade dos pedestres; sinalização geral e revisão da regulamentação do estacionamento; investimento em infraestrutura nos pontos de parada, incorporando sistema de informação aos usuários; sistema de semáforo inteligente conectado ao sistema do Centro de Controle Operacional (CCO), ciclovia e bicicletários, além de obras de paisagismo. A importância da obra é evidente, mas nem por isso sua conclusão tem sido fácil.

ENTRAVES

O novo corredor faz parte das ações do município para o desenvolvimento do sistema viário e de transporte público previstas no Programa de Transporte Urbano (PTU), que pretende obter recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade, do governo federal. As intervenções propostas foram planejadas de acordo com as diretrizes da política urbana de São Bernardo do Campo.

As metas gerais do projeto são melhorar as condições do sistema viário para o tráfego geral, aumentar a acessibilidade interna no município, proporcionar maior integração com o transporte metropolitano e ampliar a articulação intraurbana e regional. As obras, que começaram em 2014, hoje estão praticamente paradas por causa de entraves judiciais em relação às desapropriações e outras interferências.

Do lote 1, foram executados 42% do total, e do lote 2, 13%. De acordo com Ribeiro, a largura das vias por onde irá passar o corredor será dobrada, passando de 9 ou 10 metros para 20 metros. “Isso acarreta a necessidade de desapropriações de imóveis de um ou de ambos os lados do corredor”, explica. “A prefeitura procurou fazer acordo com os proprietários, mas nem todos aceitam. Alguns recorrem à Justiça, e quando isso acontece só Deus sabe o dia em que sairá a decisão.”

Ele cita como exemplo uma chácara localizada à altura da metade da Av. José Odorizzi. “O valor da desapropriação, acertado judicialmente, foi pago pela prefeitura em novembro do ano passado”, conta. “Até hoje, no entanto, não conseguimos a emissão de posse do terreno.” A causa, segundo Ribeiro, é uma desavença entre os dois herdeiros do imóvel. “Um deles aceitou o valor definido pela Justiça, mas o outro não. E agora, o Oficial de Justiça não acha essa pessoa, para comunicá-la sobre a decisão do juiz. Estamos nessa situação, com as obras paradas.”

 

 

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