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Revista M&T - Ed.243 - Maio 2020
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Coluna do Yoshio

Equilíbrio na organização humana

"Além de nos forçar a compreender a necessidade de uma organização humana mais equilibrada, a busca de soluções para os problemas trazidos pela Covid-19 também está criando novos caminhos para a humanidade."

O ano de 2020 será lembrado como um ano a ser esquecido. Muitas empresas e negócios sucumbirão por conta do impacto do coronavírus, criando um fato inédito neste século. Quem poderia imaginar que um parasita intracelular – que sequer pode ser considerado um ser vivo ou um microrganismo – poderia derrubar empresas?

Ainda não conseguimos estimar a real dimensão de seu impacto para as empresas, muitas das quais serão vítimas fatais deste vírus. De todo modo, o coronavírus será lembrado como o fator que expôs a debilidade de um mundo que se tornou global, tecnológico e conectado, mas ao mesmo tempo não se mostrou capaz de se defender de algo tão minúsculo quanto – vá lá – imprevisível.

Em poucas semanas, o vírus eliminou debates sobre soluções para atividades profissionais, validade do uso de tecnologias, centralidade das relações interpessoais, importância dos encontros presenciais e hábitos culturais milenares. Tudo se tornou secundário e irrelevante diante da sua ameaça, imprimindo um sentido de urgência inédita em muitas atividades, tornando normal o impensável de poucas semanas antes.

Sem dúvida, muitas tendências foram forçadas a se tornarem direcionamentos, enquanto o tempo foi eliminado do processo de avanço. Ao cabo, a crise da Covid-19 exerce o papel que anteriormente fora exercido pelos grandes conflitos humanos, como as guerras. Assim como a crise não é uma forma natural de progresso da humanidade, as guerras também não são condições naturais de evolução.

Mas sabe-se que a urgência e a escassez de soluções nas guerras permitem um grau de improvisação e risco impossível em épocas de normalidade. Nesta crise atual, também a busca de soluções está passando por atalhos impensáveis em épocas de tranquilidade organizada. Além de nos forçar a compreender a necessidade de uma


O ano de 2020 será lembrado como um ano a ser esquecido. Muitas empresas e negócios sucumbirão por conta do impacto do coronavírus, criando um fato inédito neste século. Quem poderia imaginar que um parasita intracelular – que sequer pode ser considerado um ser vivo ou um microrganismo – poderia derrubar empresas?

Ainda não conseguimos estimar a real dimensão de seu impacto para as empresas, muitas das quais serão vítimas fatais deste vírus. De todo modo, o coronavírus será lembrado como o fator que expôs a debilidade de um mundo que se tornou global, tecnológico e conectado, mas ao mesmo tempo não se mostrou capaz de se defender de algo tão minúsculo quanto – vá lá – imprevisível.

Em poucas semanas, o vírus eliminou debates sobre soluções para atividades profissionais, validade do uso de tecnologias, centralidade das relações interpessoais, importância dos encontros presenciais e hábitos culturais milenares. Tudo se tornou secundário e irrelevante diante da sua ameaça, imprimindo um sentido de urgência inédita em muitas atividades, tornando normal o impensável de poucas semanas antes.

Sem dúvida, muitas tendências foram forçadas a se tornarem direcionamentos, enquanto o tempo foi eliminado do processo de avanço. Ao cabo, a crise da Covid-19 exerce o papel que anteriormente fora exercido pelos grandes conflitos humanos, como as guerras. Assim como a crise não é uma forma natural de progresso da humanidade, as guerras também não são condições naturais de evolução.

Mas sabe-se que a urgência e a escassez de soluções nas guerras permitem um grau de improvisação e risco impossível em épocas de normalidade. Nesta crise atual, também a busca de soluções está passando por atalhos impensáveis em épocas de tranquilidade organizada. Além de nos forçar a compreender a necessidade de uma organização humana mais equilibrada, a busca de soluções para os problemas trazidos pela Covid-19 também está criando novos caminhos.

Por outro lado, também é certo que esta crise sanitária abriu uma caixa de problemas a serem distribuídos entre pessoas e empresas. Após assumir que há prejuízos a serem digeridos, certamente haverá um jogo bastante conhecido de delegar parte da conta para os outros, minimizando o estrago próprio a cada um.

Assim, ainda levará algum tempo até que o problema seja definitivamente dominado. É mesmo possível que nem todos testemunhem o momento da vitória, mas em um futuro não muito distante será instrutivo ver as lições desta experiência coletiva que cobra um preço tão terrível para a humanidade.

*Yoshio Kawakami
é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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