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Revista M&T - Ed.208 - Dez/Jan 2017
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Bauma China 2016

Em busca da nova rota da seda

China aposta em investimentos para alavancar a indústria da construção, que sofreu uma queda de 70% em quatro anos e vive seu pior momento em mais de uma década
Por Marcelo Januário (Editor)

Após anos de queda nas receitas, resultando em aumento de estoques e ociosidade produtiva, as fabricantes chinesas contam com a abertura de uma nova “rota da seda” para recuperar a indústria de equipamentos pesados no país. Desde 2011, após o colapso nos preços das commodities, o setor vem sofrendo com a retração. Naquele ano, as vendas da indústria no país chegaram a um pico de US$ 35 bilhões, de acordo com a consultoria especializada Off-Highway Research. Em 2016, as estimativas apontam para resultados de US$ 9 bilhões, o pior nível em mais de uma década.

Isso porque o volume de vendas de equipamentos para construção na China declinou de 435 mil unidades em 2011 para 131 mil unidades em 2015, em uma queda de 70% em quatro anos. Para 2016, os analistas esperam um leve avanço de aproximadamente 4%, com vendas provavelmente estabilizadas em um pouco menos de 138 mil unidades.

INFRAESTRUTURA

O país tenta driblar o impacto do ritmo mais baixo de crescimento dos últimos 25 anos acelerando aprovações de projetos e encorajando investidores privados a assumir um papel mais importante na área de infraestrutura. Nos primeiros 10 meses do ano passado, o país aprovou projetos de US$ 429 bilhões, um nível 2,9% maior sobre o mesmo período do ano anterior.

A Associação Americana de Fabricantes de Equipamentos (AEM, da sigla em inglês) estima que o país tenha investido o equivalente a US$ 130 bilhões na construção de ferrovias entre 2014 e 2015. Em um plano mais amplo, observadores esperam que o 13º Plano Quinquenal, que começou em 2016, disponibilize a anunciada soma de US$ 650 bilhões para construção de estradas de ferro até 2020.

Os investimentos em logística, inclusive, podem agregar US$ 2,5 trilhões na próxima década, tornando-se um ponto chave para a recuperação pós-crise econômica. As iniciativas do presidente Xi Jinping incluem estímulos para a construção de uma área econômica integrada envolvendo Ásia Central, Ásia Ocidental, Oriente Médio e Europa, baseada em uma nova infraestrutura, com estradas e ferrovias, que possam aquecer as rotas de comércio nessas regiões.

As regulações mais restritivas também constituem um incentivo adicional para aquisição de novas má


Após anos de queda nas receitas, resultando em aumento de estoques e ociosidade produtiva, as fabricantes chinesas contam com a abertura de uma nova “rota da seda” para recuperar a indústria de equipamentos pesados no país. Desde 2011, após o colapso nos preços das commodities, o setor vem sofrendo com a retração. Naquele ano, as vendas da indústria no país chegaram a um pico de US$ 35 bilhões, de acordo com a consultoria especializada Off-Highway Research. Em 2016, as estimativas apontam para resultados de US$ 9 bilhões, o pior nível em mais de uma década.

Isso porque o volume de vendas de equipamentos para construção na China declinou de 435 mil unidades em 2011 para 131 mil unidades em 2015, em uma queda de 70% em quatro anos. Para 2016, os analistas esperam um leve avanço de aproximadamente 4%, com vendas provavelmente estabilizadas em um pouco menos de 138 mil unidades.

INFRAESTRUTURA

O país tenta driblar o impacto do ritmo mais baixo de crescimento dos últimos 25 anos acelerando aprovações de projetos e encorajando investidores privados a assumir um papel mais importante na área de infraestrutura. Nos primeiros 10 meses do ano passado, o país aprovou projetos de US$ 429 bilhões, um nível 2,9% maior sobre o mesmo período do ano anterior.

A Associação Americana de Fabricantes de Equipamentos (AEM, da sigla em inglês) estima que o país tenha investido o equivalente a US$ 130 bilhões na construção de ferrovias entre 2014 e 2015. Em um plano mais amplo, observadores esperam que o 13º Plano Quinquenal, que começou em 2016, disponibilize a anunciada soma de US$ 650 bilhões para construção de estradas de ferro até 2020.

Os investimentos em logística, inclusive, podem agregar US$ 2,5 trilhões na próxima década, tornando-se um ponto chave para a recuperação pós-crise econômica. As iniciativas do presidente Xi Jinping incluem estímulos para a construção de uma área econômica integrada envolvendo Ásia Central, Ásia Ocidental, Oriente Médio e Europa, baseada em uma nova infraestrutura, com estradas e ferrovias, que possam aquecer as rotas de comércio nessas regiões.

As regulações mais restritivas também constituem um incentivo adicional para aquisição de novas máquinas. Desde abril de 2016, todos os motores a diesel novos para máquinas fora de estrada comercializados na China devem cumprir ao menos com o padrão Tier III. De acordo com informações da revista chinesa Economy & Nation Weekly, o padrão mais restritivo retirará de circulação mais de 2,5 milhões de máquinas antigas do mercado. Como consequência disso, espera-se que a demanda por máquinas mais amigáveis ambientalmente cresça exponencialmente no país, que representa 16% do mercado global de equipamentos para construção e 12% em valores nominais.

ESTABILIZAÇÃO

E os estímulos parecem estar funcionando. Embora investimentos privados e exportações continuem abaixo do esperado, dados oficiais já mostram sinais de estabilização na economia, induzida por bilhões de dólares em investimentos públicos e um boom em grandes cidades. Puxado pelos projetos governamentais, no terceiro quarto de 2016 já houve sinais de recuperação.

A demanda de escavadeiras, por exemplo, cresceu 50% em setembro, enquanto as vendas de soluções para movimentação de terra e construção rodoviária – as mais beneficiadas dos programas de investimento – registraram resultados positivos após cinco anos de quedas contínuas. “Já vemos sinais significativos de melhora”, disse David Beatenbough, vice-presidente da LiuGong Machinery, ao periódico Shanghai Daily. “As coisas já melhoraram um pouco em ferrovias, estradas e mesmo construção imobiliária.”

No entanto, a recuperação ainda está só começando. Após um dos anos mais difíceis em décadas, o setor ainda está cauteloso, mas – liderado pela China – já mostra resultados de crescimento no continente asiático, como ocorre no Paquistão e também na Índia, levando a previsões otimistas de crescimento em 2017, desde que o apoio do governo continue.

Contudo, muitos permanecem hesitantes em predizer o ritmo da retomada. Uma coisa é certa: mesmo que se recupere, o mercado chinês nunca mais será o mesmo. “As companhias chinesas estão mais espertas agora, não querem mais produzir em larga escala como ocorreu da última vez”, afirmou Chen Dewei, vice-gerente da Fujian Jingong Machinery para o sul da China.

 

 

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