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Revista M&T - Ed.201 - Maio 2016
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Guindastes Veiculares

Diversificação estratégica

Em um mercado cada vez mais competitivo, fabricantes reforçam estratégias comerciais e oferecem produtos com maior produtividade, segurança e versatilidade
Por Augusto Diniz

Entre 2008 e 2014, os guindautos – também conhecidos como guindastes articulados, veiculares ou caminhões Munck – tiveram uma fase de diversificação de modelos e crescimento de vendas no Brasil. Isso não foi o bastante, no entanto, para livrá-los dos efeitos da crise econômica pela qual o Brasil atravessa. Nesse contexto, as empresas do ramo estão procurando diversificar a sua produção.

Um exemplo é a Imap, de Santo Antônio da Patrulha (RS), que já conta com 40 anos de história na fabricação de máquinas e equipamentos hidráulicos no Brasil, produzindo guindastes telescópicos sobre caminhões (de 30 e 70 ton) e guindautos pesados (de 47, 55, 60 e 70 ton). “Embora também produza cestos aéreos simples e isolados há mais de 30 anos, a Imap e outras indústrias do ramo de produtos hidráulicos para movimentação de cargas e pessoas estão se diversificando para fugir da concorrência com a indústria asiática, em especial a chinesa”, diz seu presidente, José Alfredo Marques da Rocha.

De acordo com ele, essa concorrência começou em 2009, quando o dólar chegou a valer apenas 1,60 real. “Os guindastes chineses então tomaram o mercado nacional”, conta. “Isso ocorreu porque, além da cotação do dólar baixo, os importadores conseguiram classificar os caminhões guindastes, para efeito de tributação de importação, como trator de rodas, beneficiando-se de vantagens tributárias.”

A alternativa para os fabricantes nacionais foi voltar-se para o mercado de guindautos, no qual os chineses não têm a mesma expressão. Por isso, a produção brasileira continuou em elevação após a crise de 2008/2009, atendendo a uma demanda crescente até o final de 2014. “Com a recente crise política e econômica, gerou-se um verdadeiro pânico no mercado de guindastes veiculares, que está afetando mais de 30 indústrias nacionais neste segmento”, diz Rocha.

PRODUÇÃO

Apesar – ou por causa – disso, muitas empresas estão apostando em estratégias de longo prazo. É o caso da Hyva, multinacional com matriz na Holanda. “Nossa estratégia em construir uma fábrica no Brasil é para médio e longo prazo, para atender a toda a América Latina”, explica o gerente comercial Rodrigo Werlang. “Todas as etapas do nosso plano foram be


Entre 2008 e 2014, os guindautos – também conhecidos como guindastes articulados, veiculares ou caminhões Munck – tiveram uma fase de diversificação de modelos e crescimento de vendas no Brasil. Isso não foi o bastante, no entanto, para livrá-los dos efeitos da crise econômica pela qual o Brasil atravessa. Nesse contexto, as empresas do ramo estão procurando diversificar a sua produção.

Um exemplo é a Imap, de Santo Antônio da Patrulha (RS), que já conta com 40 anos de história na fabricação de máquinas e equipamentos hidráulicos no Brasil, produzindo guindastes telescópicos sobre caminhões (de 30 e 70 ton) e guindautos pesados (de 47, 55, 60 e 70 ton). “Embora também produza cestos aéreos simples e isolados há mais de 30 anos, a Imap e outras indústrias do ramo de produtos hidráulicos para movimentação de cargas e pessoas estão se diversificando para fugir da concorrência com a indústria asiática, em especial a chinesa”, diz seu presidente, José Alfredo Marques da Rocha.

De acordo com ele, essa concorrência começou em 2009, quando o dólar chegou a valer apenas 1,60 real. “Os guindastes chineses então tomaram o mercado nacional”, conta. “Isso ocorreu porque, além da cotação do dólar baixo, os importadores conseguiram classificar os caminhões guindastes, para efeito de tributação de importação, como trator de rodas, beneficiando-se de vantagens tributárias.”

A alternativa para os fabricantes nacionais foi voltar-se para o mercado de guindautos, no qual os chineses não têm a mesma expressão. Por isso, a produção brasileira continuou em elevação após a crise de 2008/2009, atendendo a uma demanda crescente até o final de 2014. “Com a recente crise política e econômica, gerou-se um verdadeiro pânico no mercado de guindastes veiculares, que está afetando mais de 30 indústrias nacionais neste segmento”, diz Rocha.

PRODUÇÃO

Apesar – ou por causa – disso, muitas empresas estão apostando em estratégias de longo prazo. É o caso da Hyva, multinacional com matriz na Holanda. “Nossa estratégia em construir uma fábrica no Brasil é para médio e longo prazo, para atender a toda a América Latina”, explica o gerente comercial Rodrigo Werlang. “Todas as etapas do nosso plano foram bem segmentadas, tanto na parte de construção da fábrica quanto no desenvolvimento de uma linha específica para o cliente brasileiro e suas particularidades. Quanto a volumes, posso adiantar que estamos alcançando e superando todos nossos desafios traçados de market share.”

Dentro dessa estratégia, em 2012 a companhia inaugurou uma fábrica de guindautos ao lado de sua unidade de produção de cilindros telescópicos, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Foram investidos 16 milhões de reais na nova planta, que produz equipamentos para substituir os importados da Itália e atender ao mercado nacional. Desde então, a Hyva lançou 17 novos modelos, com capacidade de carga que varia de 1 a 60 tm. A fabricante estima uma produção anual em torno de 500 guindastes articulados por ano, para atender à demanda do Brasil e da América Latina. Os principais clientes são montadoras de implementos veiculares e empresas das áreas de construção civil, mineração, locação, olaria e agronegócio.

Com o objetivo de sustentar o crescimento em um mercado cada vez mais exigente, a austríaca Palfinger reforçou suas estratégias comerciais junto à rede de representantes, para melhor atender aos clientes com serviços diferenciados. Nesse sentido, a empresa – que possui fábrica em Caxias do Sul (RS) – aposta em sua linha de guindautos do tipo canivete e trave.

TIPIFICAÇÃO

Segundo o gerente de pós-venda, Leandro Machado, do primeiro tipo a Palfinger possui modelos de 6 a 100 t e do segundo, de 12 a 60 t. Machado explica uma diferença importante entre os tipos canivete e trave: o primeiro tem o peso centralizado, enquanto o segundo é descentralizado. “Este detalhe faz com que o caminhão tenha alguns desgastes nas molas, além de ser necessário reforçar o eixo”, explica. “Há mais de 20 anos a Palfinger deixou de utilizar o tipo trave na Europa, restando apenas o Brasil.”

No entanto, de acordo com ele, 60% dos clientes nacionais da empresa ainda preferem o tipo trave. No país, esses modelos dominam 70% do mercado, principalmente na área de locação, enquanto os de tipo canivete respondem pelos outros 30%. Para atender a essa demanda, no ano passado a empresa lançou dois novos guindautos tipo trave, na linha Madal: o MD 30007 e o MD 60007. O primeiro, com momento de elevação máximo de carga de 30 tm, é indicado para operações rápidas de carga e descarga. O equipamento tem alcance máximo vertical de 20,5 m e horizontal de 17,5 m, giro de 360 graus e abertura de sapata de 5,7 m. O produto pode ser instalado em caminhões com PBT mínimo de 23 t, informa a fabricante.

Com alcances e giro similares, o MD 60007 é adequado para atividades que exigem maior força de movimentação. Sua capacidade máxima de carga é de 15 t (a 4 m da coluna) e a abertura de sapata chega a 7,4 m. Para sua instalação, exige um caminhão com PBT mínimo de 29 t. Segundo Machado, os dois modelos possuem recursos de série como sistema regenerativo, que aumenta a velocidade de abertura da lança em 30%, botão de parada de emergência, que bloqueia todos os movimentos da máquina, e filtro de alta pressão. Os guindautos contam ainda com acessórios como controle remoto e guincho de cabo.

Entre os modelos tipo canivete um dos destaques da Palfinger é o PK 100002, com 9 lanças articuladas e que podem ser acionadas por controle remoto, momento máximo de elevação de 92,2 tm e capacidade de carga de até 30 tm. Com giro de 360o e abertura de sapata de 8,6 m, o equipamento possui alcance hidráulico máximo vertical de 22 m e manual de 27,1 m, podendo chegar a 32 m com fly jib, e horizontal de 11,3 m. “O PK 100002 tem uma geometria perfeita de movimentos e precisão em grandes alturas, estabelecendo um novo padrão em sua categoria com relação aos guindastes telescópicos”, diz Machado.

Em termos de tecnologia, o modelo também conta com sistema regenerativo, além de sistema de segurança contra sobrecarga, que bloqueia as operações quando a máquina atinge sua capacidade máxima. “O power link plus é outro diferencial do PK 100002”, diz o gerente. “Ele permite que o braço articulado possa ter uma inclinação negativa de até 15o, o que possibilita a fácil movimentação de cargas em espaços de difícil acesso.”

ALCANCE

No caso da Hyva, Werlang destaca a linha HBR, que conta com os modelos HBR 330, HBR 450 e HBR 600, do tipo canivete e desenvolvidos no centro tecnológico da companhia na Itália. Têm momento de elevação máxima de 33, 45,5 e 58 tm, respectivamente. Entre suas principais características, os dois primeiros têm alcance vertical máximo de 21,4 m e horizontal de 17,5 m. No terceiro, esses valores são de 25 e 21 m, respectivamente.

Segundo a empresa, entre os diferenciais de seus guindautos estão o peso menor, devido ao seu projeto construtivo e ao emprego de aço de alta resistência, maior velocidade de trabalho, capacidade de carga, economia de combustível e menor necessidade de manutenção. Além disso, a fabricante destaca o sistema articulado, com duas bielas (LAS), e o de giro da máquina, com rolamento e motor planetário de acionamento hidráulico, mais robusto que o convencional. Além disso, são equipados com sistema de segurança, que bloqueia a operação fora de suas especificações.

A Hyva garante ainda que seus equipamentos têm o maior alcance hidráulico no seu segmento (até 6 lanças hidráulicas), além de contar com sistema de controle de içamento LCS, que aumenta a capacidade do guindaste em 10%, reduz a velocidade na operação quando está próximo da capacidade máxima de carga e garante maior força e precisão na operação. Eles contam ainda com acessórios opcionais, como limitador de giro, estabilizadores escamoteáveis, guincho de cabo e controle remoto.

A Imap, por sua vez, se especializou nos guindastes articulados tipo trave, que normalmente têm maior capacidade de carga. Dos quatro modelos que produz, o maior é o IM 70-25,1/73, que tem momento de carga útil de 70 tm, alcance máximo vertical 28,8 m e horizontal de 25,1 m, giro de 360o, sete lanças hidráulicas e três manuais. De acordo com a empresa, o modelo tem flexibilidade semelhante à dos de tipo canivete, aliada à alta capacidade de carga dos de tipo trave. Entre suas principais características estão o fly jib e o limitador de momento de carga.

O guindauto IM 60-23,2/63 é outro destaque do portfólio. Com momento de carga útil de 60 tm, o equipamento possui seis lanças hidráulicas e três manuais, que têm alcance máximo vertical de 27 m e horizontal de 23,2 m. O modelo possui giro de 360o e é equipado com comandos de patolamento com manômetro, acelerador e indicador de nível e sistema antitrepidação para transporte. Como os outros guindastes articulados da companhia, este também pode operar por controle remoto.

Rocha ressalta que os guindautos da marca são versáteis e, por isso, podem ser empregados para movimentar vários tipos de cargas. Para exemplificar, ele cita o modelo IM 70-25,1/73. “Assim como os outros guindastes veiculares, ele já está acoplado no caminhão, o que permite que se faça movimentação de qualquer tipo de carga”, garante. “Como exemplo, posso citar máquinas industriais, equipamentos para pequenas obras de rodovias e pré-moldados – que são peças pesadas – para a construção.”

Veiculares disputam espaço com truck cranes

Com o crescente aumento da capacidade de carga, os guindautos já concorrem com os guindastes sobre caminhão, também chamados de truck cranes. “Devido à sua versatilidade e facilidade de movimentação, eles podem fazer isso em diversas situações”, diz Rodrigo Werlang, gerente comercial da Hyva. “Entre elas, pode-se destacar a remoção de equipamentos em espaços reduzidos e a acessibilidade para montagens e instalações, devido a suas articulações e possibilidades de posicionamento das lanças.”

No entanto, segundo ele, os guindautos são mais competitivos dentro da faixa de 5 tm a 80 tm, pois é nesse peso de carga que o cliente normalmente precisa obter versatilidade e agilidade na aplicação, fator que é a maior vantagem desses equipamentos em comparação aos truck cranes. “Para aplicações de cargas acima de 80 tm e com necessidade de grande altura de elevação da carga, a utilização de truck cranes é mais indicada”, detalha o especialista.

 

 

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