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Revista M&T - Ed.247 - Setembro 2020
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Segurança

Cuidados na operação de guindastes

Ponto central do planejamento operacional, o patolamento garante a fixação do equipamento e a resistência do solo, funcionando como um instrumento de apoio à máquina

Por sua própria natureza técnica, a operação de guindastes exige atenção absoluta com a segurança para evitar acidentes, que podem causar danos tanto à operação quanto aos operadores, profissionais e instalações no entorno da obra.

Segundo o engenheiro mecânico Carlos Gabos, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional da Sobratema, a estabilização do guindaste é um item importantíssimo em qualquer operação. Quando o equipamento perde estabilidade por rompimento do solo, a carga geralmente está içada e o seu eventual desabamento pode trazer consequências catastróficas, principalmente em operações executadas em áreas habitadas onde não é possível realizar a evacuação, a exemplo de hospitais, linhas férreas, rodovias, unidades em operação com produtos químicos, linhas de alta tensão etc. “Esse problema é agravado quando sabemos que a área que pode ser atingida possui um círculo de raio pouco maior que altura da lança do guindaste ou da torre da grua”, explica Gabos. “Com isso, as áreas vizinhas à operação estão inclusas nas áreas de risco.”

De forma geral, os acidentes com guindastes após rompimento do solo são decorrentes de falhas como a abertura incorreta das vigas dos estabilizadores, falta do pino-trava das vigas, montagem equivocada dos dormentes e posicionamento indevido das patolas sobre galerias ou tubulações enterradas, assim como baixa capacidade de suporte do solo e área inapropriada para colocação dos dormentes. Ou seja, uma série de erros que podem até ocorrer simultaneamente, mas apenas um deles já basta para provocar uma tragédia.

RELAÇÃO

Por isso, Gabos comenta que só é possível ter segurança plena na operação com o correto patolamento dos guindastes, que &ea


Por sua própria natureza técnica, a operação de guindastes exige atenção absoluta com a segurança para evitar acidentes, que podem causar danos tanto à operação quanto aos operadores, profissionais e instalações no entorno da obra.

Segundo o engenheiro mecânico Carlos Gabos, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional da Sobratema, a estabilização do guindaste é um item importantíssimo em qualquer operação. Quando o equipamento perde estabilidade por rompimento do solo, a carga geralmente está içada e o seu eventual desabamento pode trazer consequências catastróficas, principalmente em operações executadas em áreas habitadas onde não é possível realizar a evacuação, a exemplo de hospitais, linhas férreas, rodovias, unidades em operação com produtos químicos, linhas de alta tensão etc. “Esse problema é agravado quando sabemos que a área que pode ser atingida possui um círculo de raio pouco maior que altura da lança do guindaste ou da torre da grua”, explica Gabos. “Com isso, as áreas vizinhas à operação estão inclusas nas áreas de risco.”

De forma geral, os acidentes com guindastes após rompimento do solo são decorrentes de falhas como a abertura incorreta das vigas dos estabilizadores, falta do pino-trava das vigas, montagem equivocada dos dormentes e posicionamento indevido das patolas sobre galerias ou tubulações enterradas, assim como baixa capacidade de suporte do solo e área inapropriada para colocação dos dormentes. Ou seja, uma série de erros que podem até ocorrer simultaneamente, mas apenas um deles já basta para provocar uma tragédia.

RELAÇÃO

Por isso, Gabos comenta que só é possível ter segurança plena na operação com o correto patolamento dos guindastes, que é essencial para garantir a fixação do equipamento e a resistência do solo, funcionando como um instrumento de apoio à máquina.

De acordo com o especialista, o patolamento é seguro quando prevê corretamente a relação entre a pressão exercida pelo equipamento/carga e a capacidade do solo. “Algumas vezes, pode ser necessário construir sapatas de concreto apropriadas ou até mesmo fazer a troca do solo”, explica. “Mas sempre é preciso verificar se existem tubulações ou reservatórios enterrados”, instrui. “Geralmente, isso é feito analisando-se o histórico do local, para saber se antes havia ali uma residência ou indústria, por onde passavam tubulações de esgoto ou eletricidade.”

Patolamento exige análise da relação entre a força gerada pelo sistema e a capacidade do solo

Já quando a operação é considerada crítica ou com risco elevado, o mais indicado é realizar um teste de carga, de modo a verificar a estabilidade do equipamento. Algumas normas e literaturas internacionais, explica o especialista, definem operação crítica como qualquer operação em tandem com dois ou mais guindastes; operação em que a carga total supera os 85% da capacidade tabelada do guindaste; operações em que o centro de gravidade da carga pode variar durante a operação; operações próximas de redes energizadas ou unidades ativas; operações em que as máquinas se locomovem com a carga suspensa; e operações de desmontagem, quando a carga está no alto. “Seja como for, o patolamento é necessário porque essa relação entre a força gerada pelo sistema e a capacidade do solo é característica de cada operação, alterando caso a caso”, comenta Gabos. “Assim, é função do responsável pelo planejamento definir a área da base de apoio necessária.”

Além disso, uma operação segura com guindastes também exige a preparação da base de apoio (com mats ou dormentes) para receber o içamento da carga, sendo que a área utilizada precisa ser compatível com a força que os estabilizadores irão exercer, garantindo que o solo suporte a tensão sem romper. “De modo geral, a orientação é ser generoso com a área da base de apoio”, ressalta o instrutor. “Algumas literaturas definem que a área efetiva do apoio seja calculada considerando-se a largura da sapata somada às duas alturas do apoio.”

NORMAS

No Brasil, adverte Gabos, ainda não existem normas técnicas aplicadas especificamente às operações com guindastes, incluindo métodos de amarração de carga, fabricação de acessórios e sinalização manual, assim como planejamento, segurança e capacitação de operadores.

Por isso, diz ele, vem sendo montada uma comissão de estudos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e pela Abendi (Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos e Inspeção) para estudar e editar normas exclusivas para o segmento. “Não é admissível que, de tempos em tempos, ainda nos deparemos com acidentes gravíssimos com guindastes por falha ou erro no planejamento”, lamenta o especialista.

Para suprir a ausência de normas técnicas locais, o engenheiro afirma que o setor utiliza normas internacionais, como a norte-americana ASME B30.5 e as europeias EN13000 e BS 7121, além de outras instruções técnicas globais. No entanto, Gabos destaca que as Normas Regulamentadoras de Segurança do Trabalho do país vêm sendo atualizadas e, por isso, já trazem itens importantes para a segurança das operações com guindastes.

É o caso, diz ele, da NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), que foi alterada recentemente e deve ser publicada até fevereiro de 2021. “Isso é necessário, pois não podemos continuar assistindo de mãos cruzadas aos acidentes, muitas vezes gravíssimos e fatais, ocasionados pela baixa qualidade ou mesmo ausência de planejamento”, ele aponta. “É preciso entender que a estabilidade dos guindastes é um item sério, que deve ser planejado com o máximo de cuidado.”

Saiba mais:
Instituto Opus: opus.org.br

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