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Revista M&T - Ed.198 - Fevereiro 2016
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Cabines

Controle tátil

Há muito consolidados na movimentação de implementos, joysticks ganham espaço também como meio de direção e caem aos poucos no gosto do operador brasileiro
Por Camila Waddington

Na indústria de equipamentos para construção, toda novidade precisa de um tempo de maturação, seja para seu pleno ajuste técnico, seja na aceitação do público a que se destina. Este é o caso da tecnologia de joystick, que substitui o uso de alavancas ou dos próprios volantes. Velho conhecido das gerações cujas infâncias foram permeadas pelos videogames – ou, por que não, também dos adultos –, o joystick é um aparato confiável que proporciona maior ergonomia e conforto ao operador, além de precisão, indispensável em diversos tipos de operações com máquinas pesadas.

Usados em larga escala nos segmentos agrícola e florestal, bem como em máquinas da Linha Amarela como as motoniveladoras, eles compõem uma tecnologia ao mesmo tempo nova e já bem consolidada. De forma escalonada, quase a conta-gotas, a tecnologia de joysticks vem sendo introduzida na indústria de construção desde os idos da década de 1980, tanto em equipamentos de médio porte como nos de grande porte. As precursoras, conforme conta Paulo Jauhar, gerente de vendas da divisão de construção da Komatsu, foram as escavadeiras hidráulicas, seguidas pelos tratores de esteira já na década seguinte. E por um bom tempo o joystick se limitou a esses produtos. “Além das diversas melhorias técnicas, buscamos tornar a operação mais eficiente por meio de um ambiente mais confortável e ergonômico para o operador”, comenta o especialista. “A introdução do joystick nos equipamentos de mineração e nas motoniveladoras, por exemplo, foi uma evolução natural alinhada a esta premissa.” (confira Box na pag. 32)

ATRIBUTO

Nada mais lógico. Funcionário satisfeito e bem acomodado em um ambiente de trabalho salutar resulta diretamente em maior produtividade. Em termos práticos, esta capacidade de tornar ações repetitivas menos desgastantes traduz o maior atributo do joystick, como explica Rodrigo Cera, especialista de aplicação de produtos da Caterpillar, pioneira no país na introdução de motoniveladoras totalmente operadas pelo aparato. “O conforto na operação é um ponto muito forte quando se utiliza joysticks. Em conjunto com a cabine e os ajustes possíveis, ele torna o projeto mais harmonioso, de forma que o operador faça o mínimo de esforço pos


Na indústria de equipamentos para construção, toda novidade precisa de um tempo de maturação, seja para seu pleno ajuste técnico, seja na aceitação do público a que se destina. Este é o caso da tecnologia de joystick, que substitui o uso de alavancas ou dos próprios volantes. Velho conhecido das gerações cujas infâncias foram permeadas pelos videogames – ou, por que não, também dos adultos –, o joystick é um aparato confiável que proporciona maior ergonomia e conforto ao operador, além de precisão, indispensável em diversos tipos de operações com máquinas pesadas.

Usados em larga escala nos segmentos agrícola e florestal, bem como em máquinas da Linha Amarela como as motoniveladoras, eles compõem uma tecnologia ao mesmo tempo nova e já bem consolidada. De forma escalonada, quase a conta-gotas, a tecnologia de joysticks vem sendo introduzida na indústria de construção desde os idos da década de 1980, tanto em equipamentos de médio porte como nos de grande porte. As precursoras, conforme conta Paulo Jauhar, gerente de vendas da divisão de construção da Komatsu, foram as escavadeiras hidráulicas, seguidas pelos tratores de esteira já na década seguinte. E por um bom tempo o joystick se limitou a esses produtos. “Além das diversas melhorias técnicas, buscamos tornar a operação mais eficiente por meio de um ambiente mais confortável e ergonômico para o operador”, comenta o especialista. “A introdução do joystick nos equipamentos de mineração e nas motoniveladoras, por exemplo, foi uma evolução natural alinhada a esta premissa.” (confira Box na pag. 32)

ATRIBUTO

Nada mais lógico. Funcionário satisfeito e bem acomodado em um ambiente de trabalho salutar resulta diretamente em maior produtividade. Em termos práticos, esta capacidade de tornar ações repetitivas menos desgastantes traduz o maior atributo do joystick, como explica Rodrigo Cera, especialista de aplicação de produtos da Caterpillar, pioneira no país na introdução de motoniveladoras totalmente operadas pelo aparato. “O conforto na operação é um ponto muito forte quando se utiliza joysticks. Em conjunto com a cabine e os ajustes possíveis, ele torna o projeto mais harmonioso, de forma que o operador faça o mínimo de esforço possível durante o uso do equipamento”, diz Cera. “Como resultado, há um aumento significativo na produção, com ciclos de trabalho mais rápidos e menor desgaste do operador, somado à maior precisão, que por sua vez reduz os custos operacionais do equipamento.”

Hoje, a saúde do trabalhador é uma preocupação constante das empresas, não apenas pelo evidente aspecto humano, mas também pela necessidade de atendimento à Legislação vigente. Neste âmbito, as Normas Regulamentadoras 17 e 31 – esta segunda específica para o setor agrícola – representam um passo importante no sentido de zelar pelo bem estar do operador, considerando aspectos como ergonomia, conforto e prevenção de danos à saúde do trabalhador, principalmente os ocasionados por esforços repetitivos e fadiga fisiológica de modo geral. Paralelamente, estas mesmas normas fomentam o uso de componentes como o joystick, que promovem todos os benefícios necessários ao operador.

Nesse sentido, a adoção de joysticks – seja em substituição ao volante ou às alavancas de operação dos implementos – reduz a fadiga do profissional e aumenta a produtividade ao longo da jornada. Ademais, por se dispor nas laterais do cockpit, amplia o ângulo de visão do operador, proporcionando maior segurança e, consequentemente, reduzindo as chances de erro. Como revelam estudos da Caterpillar, o uso da tecnologia reduz a movimentação de braços, mãos e pulsos dos operadores em até 78%, o que diminui o desgaste das articulações e, com isso, evita possíveis lesões por esforço repetitivo. Além de produzir mais e com maior eficiência, o profissional reage de forma mais rápida na condução do equipamento.

PRODUTIVIDADE

Em qualquer negócio, são muitos os fatores a serem levados em conta. E o mesmo ocorre aqui. Oferecer ergonomia avançada para o operador é, sem dúvida, de suma importância, mas a produtividade também é crucial para tornar a operação efetivamente rentável – e, por consequência, economicamente viável. Essa é possivelmente a mola-mestra dos esforços de vendas dos fabricantes, utilizada como principal argumento para convencer o cliente final a arcar com um custo até 15% mais alto, no caso da aplicação de joystick em substituição aos volantes. É exatamente o que explica Hugo Magno, consultor de desenvolvimento de mercado da Sotreq, distribuidora da Caterpillar. “O uso do joystick proporciona um nível muito fino de precisão, que beira à perfeição, impossível de ser alcançado com alavancas ou, ainda, quando o operador precisa conduzir e manobrar o equipamento ao mesmo tempo”.

Ciente da profunda carência do mercado brasileiro por mão de obra especializada, em particular para atuar em um maquinário tão sofisticado quanto sensível, o executivo se adianta ao afirmar que as máquinas atuais praticamente dispensam treinamento, adotando sistemas intuitivos e simples. “Há um grande esforço de nossa parte para reduzir este problema, e o meio mais eficaz que encontramos para isso foi tornar o dispositivo o mais fácil possível de operar”, pontua.

Cera, da Caterpillar, acrescenta que todos os produtos equipados com joystick – em quaisquer configurações, vale lembrar – chegam às mãos do cliente por meio de entrega técnica, em que um especialista é enviado pelo revendedor da marca para treinar o operador e acompanhar a estreia do equipamento, de modo a “converter os benefícios da tecnologia em retorno real à operação”.

CONTRAPONTO

Mas nem tudo são flores, no entanto. Há os que entoam loas à tecnologia, e de fato esta reportagem ouviu apenas comentários favoráveis ao joystick em todo o seu amplo espectro de aplicações. Contudo, a questão do uso em larga escala do dispositivo ainda resvala na falta de mão de obra qualificada, para não dizer especializada, no Brasil. Para Boris Sanchez, gerente de suporte a vendas e aplicações da Volvo CE, as implicações vão muito além da simples operação. “A segurança é algo com o que devemos nos preocupar sempre”, enfatiza. “Temos de considerar, por exemplo, que operar uma alavanca a 5 km/h é uma coisa, mas a 20 ou 30 km/h a velocidade de resposta exigida é outra, muito diferente daquela em um espaço delimitado, como um canteiro de obras.”

Sanchez se refere ao caso de carregadeiras ou mesmo escavadeiras sobre rodas que circulam por vias públicas. Caso não haja uma Legislação clara e, principalmente, vigente, poderão ocorrer acidentes sérios. E o executivo apimenta ainda mais a discussão. “Não há sequer homologação para esses equipamentos circularem pelas ruas, e máquinas destinadas a transitar precisam ter algum controle”, pondera.

Ainda que disponha de produtos equipados com joystick no exterior, para o Brasil a Volvo trouxe apenas suas motoniveladoras (que está deixando de produzir), que eram ofertadas no mercado brasileiro com esse item como opcional. No entanto, a fabricante manteve o volante, justamente seguindo a premissa de segurança acima de tudo. Desse modo, Boris mostra as muitas reticências que ainda salpicam o caminho de uma implantação definitiva. “A tecnologia vai vir, mas acredito que o Brasil adotará esta tecnologia de maneira mais ampla em, pelo menos, mais uma geração”, argumenta. “É preciso tempo para criar sistemas plenamente confiáveis, amadurecer o mercado, desenvolver e implantar uma legislação eficaz e, paralelamente, preparar o usuário para essa mudança de cultura.”

Para Marcos Rocha, gerente de marketing de produto da New Holland, “o joystick está relacionado à evolução dos equipamentos, e creio que em um prazo de talvez cinco a oito anos, talvez até antes disso, se transforme em realidade no Brasil”. O especialista contrapõe que, na atual conjuntura econômica enfrentada pelo país, qualquer prognóstico pode se transformar em mera especulação. “É uma tendência clara nos Estados Unidos e na maioria dos países da Europa”, diz Rocha. “Mas, no Brasil, embora enxerguem claramente suas vantagens, os empresários buscam preço e custo-benefício.”

O que há nas vitrines

Com os inúmeros atributos já citados para os joysticks, vale destacar quais produtos estão disponíveis no mercado nacional atualmente. A começar pela precursora do conceito, a Caterpillar tem praticamente todo o seu portfólio equipado com o aparato, tanto para movimentação dos implementos com funções auxiliares acopladas, como em lugar do tradicional volante, como no caso de minicarregadeiras, motoniveladoras e a retroescavadeira Cat 420F2.

A Komatsu, por sua vez, dispõe de uma linha completa de escavadeiras sobre esteiras dedicadas à construção, com joysticks realizando todas as funções – movimentação dos implementos e direcional. A marca também investiu nos pesos pesados. Destinadas à mineração, as carregadeiras sobre rodas de grande porte WA 600, WA 800, WA 900 e WA 1200 são equipadas com o Sistema Avançado de Direção por Alavanca Joystick (AJSS, da sigla em inglês para Advanced Joystick Steering System), que permite controle direcional e seleção dos sentidos de deslocamento (avante e à ré) com a simples movimentação dos punhos (esquerda – direita) e pelos toques dos dedos. Com ciclos muitas vezes ininterruptos de trabalho, estas máquinas exigem joystick em razão da necessidade de preservação física do operador em longos períodos de atividade.

Ainda que não faça grande alarde a respeito, a Volvo CE oferece por aqui a EW205D que, por ser importada, não se enquadra nos crivos do Finame. Já a New Holland, que produz na unidade de Fargo (EUA) as pás carregadeiras da série C modelos W130C, W170C, W190C e W230C, todas com opcional de direção por joystick, optou por importá-las para todos os países da América Latina, exceto o Brasil, em virtude da baixa demanda por produtos nesta configuração.

 

 

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