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Revista M&T - Ed.167 - Abril 2013
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Caminhões

Configurações 8x4 ganham terreno

Demanda de modelos rodoviários de quatro eixos cresce no país, mas caminhões 6x4 ainda são os mais utilizados na construção

Operacionalmente, algumas características diferenciam os caminhões rodoviários de três e quatro eixos (6x4 e 8x4, respectivamente) com tração em dois deles. No primeiro caso, a manobrabilidade claramente conta a favor. Afinal, com um eixo a menos, o equipamento apresenta melhor raio de giro, tornando-se adequado para operações em locais confinados (leia Box na pág. 32). Já os modelos 8x4 levam vantagem quando o parâmetro é a capacidade de carga, o que torna sua aplicação mais indicada principalmente em operações com alta demanda de carregamento, como mineração e suporte a betoneiras para transporte de concreto.

Com opções cada vez mais amplas desses dois conceitos, a M&T foi a campo para descobrir qual tipo de caminhão tem sido mais utilizado nas frotas do país e o porquê dessa preferência. Nesta reportagem, construtoras e fabricantes explicam suas escolhas, demonstrando que, se ainda são minoria, os modelos 8x4 vêm ganhado terreno de forma acelerada nos últimos anos.

PREFERÊNCIAS

De saída, Álvaro Menoncin, gerente da engenharia de vendas da Volvo, avalia que a construção civil é um mercado bastante amplo e complexo, o que dificulta a caracterização de uma única configuração de caminhão para todas as atividades. O executivo frisa que, para cada tipo ou etapa de obra, há uma demanda específica de logística que irá determinar o caminhão ideal no que tange à configuração de eixos, itens de segurança, potência do motor e outros fatores. “No entanto, estimamos que hoje cerca de 70% do setor utilizem os modelos 6x4 mais por uma questão de fundo cultural, mas também em razão de características técnicas como a mobilidade, especialmente em operações em espaços reduzidos para manobra e carregamento”, diz ele.

A avaliação do especialista da Volvo é corroborada pela Odebrecht. De acordo com Woxthon Luis Moreira, especialista da Oficina de Equipamentos Pesados da empresa (Odeq), mais de 60% da frota de caminhões basculantes da construtora são compostos por modelos 6x4. “Avaliamos que os dois tipos têm aplicabilidade, sendo que a preferência em determinada aplicação se dá principalmente pelo melhor custo por metro cúbico transportado para a


Operacionalmente, algumas características diferenciam os caminhões rodoviários de três e quatro eixos (6x4 e 8x4, respectivamente) com tração em dois deles. No primeiro caso, a manobrabilidade claramente conta a favor. Afinal, com um eixo a menos, o equipamento apresenta melhor raio de giro, tornando-se adequado para operações em locais confinados (leia Box na pág. 32). Já os modelos 8x4 levam vantagem quando o parâmetro é a capacidade de carga, o que torna sua aplicação mais indicada principalmente em operações com alta demanda de carregamento, como mineração e suporte a betoneiras para transporte de concreto.

Com opções cada vez mais amplas desses dois conceitos, a M&T foi a campo para descobrir qual tipo de caminhão tem sido mais utilizado nas frotas do país e o porquê dessa preferência. Nesta reportagem, construtoras e fabricantes explicam suas escolhas, demonstrando que, se ainda são minoria, os modelos 8x4 vêm ganhado terreno de forma acelerada nos últimos anos.

PREFERÊNCIAS

De saída, Álvaro Menoncin, gerente da engenharia de vendas da Volvo, avalia que a construção civil é um mercado bastante amplo e complexo, o que dificulta a caracterização de uma única configuração de caminhão para todas as atividades. O executivo frisa que, para cada tipo ou etapa de obra, há uma demanda específica de logística que irá determinar o caminhão ideal no que tange à configuração de eixos, itens de segurança, potência do motor e outros fatores. “No entanto, estimamos que hoje cerca de 70% do setor utilizem os modelos 6x4 mais por uma questão de fundo cultural, mas também em razão de características técnicas como a mobilidade, especialmente em operações em espaços reduzidos para manobra e carregamento”, diz ele.

A avaliação do especialista da Volvo é corroborada pela Odebrecht. De acordo com Woxthon Luis Moreira, especialista da Oficina de Equipamentos Pesados da empresa (Odeq), mais de 60% da frota de caminhões basculantes da construtora são compostos por modelos 6x4. “Avaliamos que os dois tipos têm aplicabilidade, sendo que a preferência em determinada aplicação se dá principalmente pelo melhor custo por metro cúbico transportado para as condições de operação avaliadas”, revela.

Já na Construtora Sant’anna, a preferência é totalmente pelos modelos 6x4. A empresa não detém frota própria de caminhões, optando pela locação. “Esse é um fator que certamente influencia no fato de utilizarmos somente caminhões 6x4, uma vez que esse tipo de equipamento é o mais comumente disponibilizado pelas locadoras”, explica Delton Galuppo, gerente de equipamentos e manutenção da empreiteira. Adicionalmente, ele assegura que a frota de caminhões utilizada pela Sant’anna é adotada sempre com base em cálculos de volumes a transportar, tempo de execução, tipo e densidade do material e consumo de combustível. E, nesse aspecto, os modelos 6x4 nunca sofrem quaisquer objeções.

INVERSÃO

No entanto, Menoncin, da Volvo, pontua que as vendas dos caminhões 8x4 estão em um momento de maior crescimento no país. “Pesa a favor disso sua maior capacidade de carga, pois há configurações que permitem transportar até 50 t brutas, enquanto os caminhões 6x4 transportam apenas 41 t na configuração máxima”, diz. Por isso, sua avaliação é que, em questão de alguns anos, a proporcionalidade de vendas entre esses dois tipos de caminhões deva se inverter.

Nos modelos da Volvo destinados para suporte de betoneiras, isso já aconteceu. Atualmente, como revela Menoncin, 70% dos caminhões dessa modalidade saem de fábrica na versão 8x4. “Ainda há vendas de 6x4 para essa aplicação, mas a procura é cada vez menor, visto que os caminhões maiores oferecem elevada capacidade de transporte de concreto e ainda auxiliam na questão da fiscalização em regiões urbanas, pois apresentam melhor divisão de carga por eixo”, sublinha o especialista.

Na mesma linha, Cláudio Gasparetti, gerente de marketing da Mercedes-Benz, acrescenta que, na prática, a proporcionalidade de venda das betoneiras 8x4 é atualmente bem maior do que os 70% apontados pela Volvo. “Há um grande número de adaptações, com incremento de um quarto eixo fora das fábricas”, diz ele, salientando que, mesmo nas montadoras, a demanda por esse tipo de adaptação vem crescendo de forma exponencial.

CANTEIROS

Expandindo a análise, Marcelo Motta, diretor de produtos da Iveco para a América Latina, observa que historicamente o modelo 6x4 mantém a preferência nos canteiros de obras, mas também nessa aplicação a relação já vem mudando. O diretor lembra que, em 2010, quase 85% dos veículos pesados off-road vendidos no mercado nacional eram de três eixos com tração em dois. No ano passado, esse percentual caiu para 72%. “Na Iveco, a proporcionalidade é semelhante, com as vendas de caminhões pesados divididas em 74% de caminhões 6x4 e os demais 26% em modelos 8x4”, diz ele.

Também com números atualizados de mercado, a Scania demonstra como as vendas de caminhões 8x4 cresceram visivelmente no último ano. Em 2012, o avanço foi de 87% em comparação ao ano anterior, saindo de 210 para 392 unidades vendidas. Já nos modelos 6x4, o crescimento ficou bem abaixo, saltando de 879 unidades para 968 no mesmo período (+11%). “O segmento de 6x4 ainda é maior, representando atualmente 8% do volume total de caminhões vendidos pela Scania”, diz Silvio Renan, gerente de vendas de produtos off-road da fabricante. Entretanto, os dados apresentados acima descrevem o quanto a demanda por caminhões com quatro eixos vem crescendo também para a montadora de origem sueca.

Gasparetti, da Mercedes, pontua que o crescimento dos projetos de pequenas obras, como comerciais e imobiliárias em cidades emergentes, é outro impulsionador da configuração 8x4 em razão de sua maior capacidade de carga e segurança no transporte. Tal aspecto ganha importância com a necessidade de atendimento à Lei da Balança, que estabelece limites de carga por eixos.

Na Volvo, segundo Menoncin, a proporcionalidade tende a se igualar à medida que as betoneiras 8x4 fiquem mais populares, encabeçando uma potencial migração para os demais setores usuários de caminhões rodoviários na construção civil.

Menor raio de giro traz vantagens para o 6x4

Em relação à manobrabilidade, os caminhões 6x4 são imbatíveis. Isso porque, segundo os especialistas entrevistados, seu raio de giro chega a ser 20% menor em relação aos equipamentos com configuração 8x4, motivo pelo qual ainda mantêm a supremacia na construção, principalmente em projetos realizados em espaços restritos de operação. “O 6x4 possui menor distância entre eixos e um raio de curva menor em relação ao 8x4”, explica Silvio Renan, da Scania. Por isso, o especialista avalia que, em operações de terraplenagem, por exemplo, a tendência é que os caminhões 6x4 com caçamba ou cavalo-mecânico mantenham a preferência dos frotistas. Os caminhões 6x4 também são mais requisitados em minerações de layout mais antigo ou em operações subterrâneas, nas quais as vias são mais estreitas. “Porém, a configuração dos eixos é uma questão que deve ser discutida principalmente na pré-venda, quando o cliente detalha sua operação para – junto com a montadora – idealizar o melhor tipo de caminhão para ela”, orienta o especialista da Scania.

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