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Revista M&T - Ed.203 - Julho 2016
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Construction Summit 2016

Concreto pede passagem

Especialista norte-americano defende o uso do concreto na pavimentação como forma de reduzir as emissões de poluentes e obter maior resistência estrutural à compressão

A utilização de concreto pode ser uma alternativa promissora na pavimentação para garantir cidades mais sustentáveis e vias mais duráveis. Ao menos, esta é a visão do engenheiro civil norte-americano Chris Tull, diretor da CRT Consulting Concrete, para quem os pavimentos de concreto – que não têm o petróleo como base, como acontece com o asfalto – são projetados para garantir maior vida útil e menor custo de manutenção das pistas de rodagem, além de possibilitarem uma significativa redução na emissão de poluentes. “Os custos iniciais dos pavimentos de concreto podem ser mais caros, mas eles garantem benefícios no longo prazo, uma vez que têm projeção para durar de 30 a 40 anos, exigindo poucas manutenções”, comentou o especialista, um dos principais expoentes globais em sua área de atuação.

Segundo o engenheiro, o uso do pavimento de concreto também representa uma forma de reduzir o consumo de combustíveis, pois os pavimentos de concreto oferecem menor resistência de rodagem e, desse modo, impactam menos no desempenho energético dos veículos. Para provar sua tese, Tull apresentou no Construction Summit 2016 dois tipos duráveis de pavimentos de concreto, incluindo o compactado com rolo (também conhecido por concreto rolado ou CCR) e o permeável. “Ambos contam com características diferentes, mas ao mesmo tempo são muito parecidos em relação à maior durabilidade”, diz Tull. “O pavimento compactado com rolo resulta em um concreto mais denso, ao passo que o permeável é constituído por um concreto mais poroso.”

OPÇÕES

Como explica o engenheiro, o concreto compactado com rolo é um pavimento industrial que vem sendo cada vez mais utilizado nos EUA, especialmente em rodovias locais. “Nos Estados Unidos, todos os gestores públicos e também os usuários preferem esperar um pouco mais para utilizar uma estrada, ao invés de ter uma obra executada com maior rapidez, mas que necessitará de constantes manutenções”, comentou.

Um ponto relevante diz respeito à aplicação e ao acabamento do material. Diferentemente do asfalto, o aspecto mais importante no CCR é sua densidade, e não a quantidade de passadas dos equipamentos. “Por isso, se a umidade não for corretamente dosada, não se atingirá


A utilização de concreto pode ser uma alternativa promissora na pavimentação para garantir cidades mais sustentáveis e vias mais duráveis. Ao menos, esta é a visão do engenheiro civil norte-americano Chris Tull, diretor da CRT Consulting Concrete, para quem os pavimentos de concreto – que não têm o petróleo como base, como acontece com o asfalto – são projetados para garantir maior vida útil e menor custo de manutenção das pistas de rodagem, além de possibilitarem uma significativa redução na emissão de poluentes. “Os custos iniciais dos pavimentos de concreto podem ser mais caros, mas eles garantem benefícios no longo prazo, uma vez que têm projeção para durar de 30 a 40 anos, exigindo poucas manutenções”, comentou o especialista, um dos principais expoentes globais em sua área de atuação.

Segundo o engenheiro, o uso do pavimento de concreto também representa uma forma de reduzir o consumo de combustíveis, pois os pavimentos de concreto oferecem menor resistência de rodagem e, desse modo, impactam menos no desempenho energético dos veículos. Para provar sua tese, Tull apresentou no Construction Summit 2016 dois tipos duráveis de pavimentos de concreto, incluindo o compactado com rolo (também conhecido por concreto rolado ou CCR) e o permeável. “Ambos contam com características diferentes, mas ao mesmo tempo são muito parecidos em relação à maior durabilidade”, diz Tull. “O pavimento compactado com rolo resulta em um concreto mais denso, ao passo que o permeável é constituído por um concreto mais poroso.”

OPÇÕES

Como explica o engenheiro, o concreto compactado com rolo é um pavimento industrial que vem sendo cada vez mais utilizado nos EUA, especialmente em rodovias locais. “Nos Estados Unidos, todos os gestores públicos e também os usuários preferem esperar um pouco mais para utilizar uma estrada, ao invés de ter uma obra executada com maior rapidez, mas que necessitará de constantes manutenções”, comentou.

Um ponto relevante diz respeito à aplicação e ao acabamento do material. Diferentemente do asfalto, o aspecto mais importante no CCR é sua densidade, e não a quantidade de passadas dos equipamentos. “Por isso, se a umidade não for corretamente dosada, não se atingirá a densidade desejada”, acrescentou Tull.

Nos Estados Unidos, aliás, os equipamentos comumente utilizados com esse tipo de material incluem pavimentadoras de alta densidade (com uma densidade inicial de 95%) e mesmo pavimentadoras convencionais (densidade entre 80% a 85%). “No final, usamos o rolo para gerar o restante de densidade que falta”, explicou.

Já o concreto permeável, como aponta o engenheiro, também é largamente utilizado a América do Norte, especialmente em estacionamentos e centros de distribuição e logística, além de áreas industriais. Essa inovação, no entanto, necessita de um projeto detalhado, requerendo estudos para determinar desde o tipo do solo e suas principais características (mais arenoso ou argiloso, por exemplo), passando pela melhor forma de compactação a ser aplicada até chegar à técnica mais indicada para viabilizar o escoamento da água pluvial. “O pavimento feito com concreto permeável tem drenagem rápida e não fica saturado, conseguindo ainda resistir ao processo de congelamento e descongelamento em regiões com temperaturas muito baixas”, destacou Tull.

DURABILIDADE

Mas nem tudo são flores. Apesar de sua comprovada durabilidade e resistência, as estruturas de concreto também deterioram. E quando isso acontece, os custos não são nada baixos. “No mercado norte-americano, apenas para a manutenção do concreto são gastos entre 18 e 21 bilhões de dólares por ano”, revelou Rick Yelton, editor para o World of Concrete (WOC), a maior feira do concreto das Américas e que também esteve presente no Construction Summit 2016. “Isso basicamente significa que estruturas que deveriam durar 50 ou 60 anos não estão atendendo plenamente a essa expectativa.”

Segundo Yelton, um estudo realizado recentemente nos Estados Unidos mostra que 25% dos reparos realizados em estruturas de concreto apresentam falhas em menos de um ano. A elevada taxa, segundo o especialista, está relacionada à falta de compatibilidade do material que está substituindo o concreto original, um aspecto que pode ser agravado pelo desconhecimento – por parte dos profissionais que realizam os reparos – das novas tecnologias que estão chegando agora ao mercado. “Em outras palavras, isso se resume à ausência de um treinamento específico para execução correta do trabalho”, criticou Yelton.

Para tentar minimizar esses entraves, foi criado nos Estados Unidos um curso online que atende aos interessados do mundo todo, contribuindo para a formação de profissionais especializados no reparo de estruturas de concreto.

Para Yelton, o curso pode ser facilmente adaptado para o Brasil. “Este projeto foi idealizado para treinar técnicos em reparo de concreto com base nas tecnologias mais atuais do segmento”, acrescentou. “Algo que pode ser replicado em qualquer lugar do mundo.”

CÓDIGO

Tanto melhor, pois o aumento da vida útil do pavimento reduz de forma significativa os gastos do poder público e das concessionárias com a manutenção das vias. Por isso, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas pela indústria global para otimizar a manutenção de estruturas e pavimentos em concreto, especialmente nos Estados Unidos, onde o material já se consolidou.

Nesse sentido, uma das estrelas ascendentes é o Shotcrete (concreto projetado), um material utilizado para reparos em diferentes tipos de estruturas que vem ganhando espaço rapidamente no mercado, pois permite um retorno mais rápido do investimento. “A tecnologia do concreto projetado existe há mais de 15 anos, mas devido ao surgimento de novos processos e materiais, a habilidade em utilizar o concreto projetado está mudando rapidamente, modernizando-se e aprimorando as aplicações”, frisou o editor.

Além do aspecto de capacitação e treinamento, a padronização das práticas de reparo também representa uma maneira de evitar custos desnecessários e aumentar a durabilidade dos pavimentos. Pensando nisso, as autoridades norte-americanas, em parceria com empresários do setor, criaram neste ano um inédito código para reparos de estruturas de concreto. Denominado Concrete Surface Repair Technician (CSRT), o programa de certificação online é promovido pelo International Concrete Repair Institute (ICRI) e baseia-se na demanda da indústria. “Este código de reparo foi elaborado especificamente para estruturas de concreto, padronizando desde a seleção de materiais e diagnósticos até a classificação do tipo de reparo necessário”, concluiu Yelton.

Rio Amazonas pode ser um novo Canal do Panamá, diz palestrante

Na região Amazônica, um projeto de hidrovia mostra como a busca por uma infraestrutura mais eficiente também é um campo repleto de oportunidades. “A ideia é transformar o rio Amazonas num novo Canal do Panamá”, propôs o conselheiro comercial do Peru no Brasil, Antonio Castillo, em palestra no Construction Summit 2016. “E toda essa movimentação representa oportunidades de negócios para as empresas brasileiras da área de construção.”

Para detalhar seu ponto de vista, Castillo listou 25 megaprojetos de obras de infraestrutura atualmente em discussão ou em andamento no Peru, envolvendo empresas de várias partes do mundo, com destaque para diversas companhias brasileiras. Dentre os exemplos de projetos incluídos nesse rol estão as obras do gasoduto Sul-Peruano, a rodovia Interoceânica, um dos eixos de integração IRSA entre Brasil e Peru, a adutora de Huachipa, a Ponte Inambari-Azangaro e o projeto de exploração mineral de Bayovar. De acordo com o palestrante, esses projetos serão discutidos com a equipe do novo presidente do Peru, Pedro Kuczynski, num encontro agendado para os próximos meses. “Estamos cientes dos problemas que o Brasil atravessa, mas entendemos que isso é passageiro”, comentou Castillo. Outro ponto que, segundo o palestrante, favorece a maior integração de negócios entre os dois países foi a adesão do Peru à Parceria Transpacífico (TPP). “A assinatura é parte de uma política de Estado adotada nos últimos 25 anos para integrar o Peru ao comércio internacional”, explicou. “A partir dos tratados de livre comércio, buscamos expandir o acesso de produtos peruanos aos mercados do Pacífico.”

Painel aborda instrumentos de desenvolvimento

Como a História ensina, a arquitetura e a engenharia têm um papel imprescindível para o crescimento de uma nação por atuarem de forma efetiva em pilares como saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e defesa nacional. “Somos operadores para o desenvolvimento do país”, afirmou José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia) no Construction Summit 2016.

No entanto, para superar os gargalos, é necessário que ocorram mudanças. “Estamos submetidos a uma alta carga tributária de cerca de 40%, a condições difíceis de trabalho, além de sermos uma sociedade com forte dependência de um poder”, avaliou Bernasconi. “Tudo isso tem levado a uma perda de espaço e enfraquecimento de nossa capacidade de empreender. Precisamos romper com essas questões que nos aprisionam.”

O presidente da Sobratema, Afonso Mamede, concordou com a necessidade de mudanças nos modelos. “O sistema está baseado em regras que não podem continuar”, avaliou. “Uma licitação, por exemplo, deve ser realizada somente após a entrega de um projeto bem estruturado e não como agora, em que é necessário apenas um projeto básico, sem licença ambiental e segurança jurídica, criando expectativas em relação a custos e cronograma. Mas quando temos o detalhe, vemos que isso não é possível de ser cumprido.”

Essas mudanças também são importantes para fazer com que o Brasil assuma maior protagonismo global, tanto em termos econômicos como sociais. Segundo Ozires Silva, ex-ministro da infraestrutura e atual presidente do conselho de administração do Grupo Ânima, o país possui muitas oportunidades a explorar. “Temos patrimônios excepcionais, como a nossa população e o nosso território”, disse. “Mas para que essa realidade se transforme, é preciso investir em educação, para que cresça a capacidade de empreender no país, assim como de obter novos produtos de alto valor agregado, gerando empregos e conquistando o planeta.”

 

 

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