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Revista M&T - Ed.158 - Junho 2012
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Investimentos

Competidores anunciam planos para expansão no país

Crescimento da demanda estimula investimentos tanto por parte de novos competidores no mercado, como a Doosan e LiuGong, quanto de empresas com fábricas já instaladas no país, como a Caterpillar e New Holland

Como principal mercado da América do Sul e um dos mais atrativos do mundo no setor de equipamentos para construção, o Brasil está definitivamente no foco de investimentos dos principais players globais dessa área. A lista inclui desde competidores como a Caterpillar e New Holland, já tradicionais no mercado local, até aqueles que ingressaram mais recentemente na disputa pelos clientes brasileiros, como a Doosan e LiuGong. Essas empresas integram a lista das inúmeras que anunciaram investimentos em suas operações no país, seja para a instalação de fábricas, para a expansão da rede de atendimento aos clientes ou para ambas as ações.

A sul-coreana Doosan Infracore, por exemplo, que opera em 23 países e tem um faturamento global de US$ 21,3 bilhões por ano, está investindo US$ 100 milhões na instalação de uma fábrica em Americana (SP), programada para entrar em operação até o final deste ano. O objetivo, segundo Dong Hoon Lee, presidente da Doosan para a América Latina, é diminuir a dependência das importações para melhor atendimento aos clientes. “Para atingir o objetivo de crescer 10% em cinco anos no país, precisamos de um índice de nacionalização dos produtos em torno de 85%.”

Ele ressalta que o projeto passa pela montagem de um centro de distribuição de peças e de instalações para o treinamento dos distribuidores. “Temos experiência em estabelecer uma rede de atendimento 24 horas, como ocorre no exterior e que pode ser transferida para as operações no território brasileiro.” Os investimentos, segundo o executivo, são motivados pelos recursos que estão sendo aplicados no país em infraestrutura e obras civis. “Somado à estabilidade do mercado, isso torna o Brasil muito atrativo para qualquer empresa do setor e não seria diferente também para a Doosan, que figura ente os cinco maiores competidores globais na área de equipamentos para construção.”

Lições da Coreia

A unidade fabril em construção vai ocupar uma área de 160 mil m2 e produzirá inicialmente a escavadeira hidráulica DX 225 LCA, de 20 t de peso. Componentes críticos, como parte do sistema hidráulico e o motor, serão importados, mas o objetivo é desenvolver uma cadeia de suprimento local para a máxima nacionalização da produção. “Inicialme


Como principal mercado da América do Sul e um dos mais atrativos do mundo no setor de equipamentos para construção, o Brasil está definitivamente no foco de investimentos dos principais players globais dessa área. A lista inclui desde competidores como a Caterpillar e New Holland, já tradicionais no mercado local, até aqueles que ingressaram mais recentemente na disputa pelos clientes brasileiros, como a Doosan e LiuGong. Essas empresas integram a lista das inúmeras que anunciaram investimentos em suas operações no país, seja para a instalação de fábricas, para a expansão da rede de atendimento aos clientes ou para ambas as ações.

A sul-coreana Doosan Infracore, por exemplo, que opera em 23 países e tem um faturamento global de US$ 21,3 bilhões por ano, está investindo US$ 100 milhões na instalação de uma fábrica em Americana (SP), programada para entrar em operação até o final deste ano. O objetivo, segundo Dong Hoon Lee, presidente da Doosan para a América Latina, é diminuir a dependência das importações para melhor atendimento aos clientes. “Para atingir o objetivo de crescer 10% em cinco anos no país, precisamos de um índice de nacionalização dos produtos em torno de 85%.”

Ele ressalta que o projeto passa pela montagem de um centro de distribuição de peças e de instalações para o treinamento dos distribuidores. “Temos experiência em estabelecer uma rede de atendimento 24 horas, como ocorre no exterior e que pode ser transferida para as operações no território brasileiro.” Os investimentos, segundo o executivo, são motivados pelos recursos que estão sendo aplicados no país em infraestrutura e obras civis. “Somado à estabilidade do mercado, isso torna o Brasil muito atrativo para qualquer empresa do setor e não seria diferente também para a Doosan, que figura ente os cinco maiores competidores globais na área de equipamentos para construção.”

Lições da Coreia

A unidade fabril em construção vai ocupar uma área de 160 mil m2 e produzirá inicialmente a escavadeira hidráulica DX 225 LCA, de 20 t de peso. Componentes críticos, como parte do sistema hidráulico e o motor, serão importados, mas o objetivo é desenvolver uma cadeia de suprimento local para a máxima nacionalização da produção. “Inicialmente, produziremos 2 mil unidades por ano, mas o potencial da nova fábrica é para até 4 mil equipamentos”, avalia o executivo.

Outro passo importante para se consolidar no país é a instalação de um centro de distribuição de peças em Campinas (SP), nas proximidades do aeroporto de Viracopos. “Nosso objetivo é garantir o pronto atendimento aos clientes, desonerando os distribuidores do estoque de componentes com menor giro.” Além de comercializar no país suas linhas de escavadeiras hidráulicas e pás carregadeiras, a empresa marca presença no mercado brasileiro com as máquinas compactas da Bobcat, sua controlada, que figura entre as líderes nesse segmento.

Para explicar o projeto pelo qual pretende transformar a Doosan num dos principais competidores no mercado local, o jovem executivo lança mão até de lições históricas aprendidas em sua terra natal, a Coreia do Sul. Ao ser questionado sobre a rápida ascensão do país asiático que há meio século era predominantemente agrário, Lee ressalta justamente a visão de longo prazo, estimulada pelo esforço em prover melhores condições de vida às novas gerações. “Para nós, coreanos, o futuro é sempre mais importante”, ele arremata.

Crescimento da LiuGong

Não menos ambiciosos são os planos da chinesa LiuGong, que conta com nove subsidiárias no mundo e produz anualmente mais de 56 mil equipamentos, dos quais 39 mil são unicamente pás carregadeiras, o seu carro-chefe. Esse desempenho transforma a empresa, que tem um faturamento anual de US$ 2,3 bilhões, no maior fabricante mundial de carregadeiras sobre rodas.

No último ano, as vendas no exterior representaram cerca de 10% dos negócios da empresa, totalizando cerca de 5.700 unidades e US$ 255 milhões em receita. Na América Latina, a LiuGong obteve um dos principais resultados fora da China em 2011, com mais de 1.400 unidades vendidas e um avanço de 23% sobre o ano anterior. Com isso, ela já conta com cerca de 5.700 equipamentos em operação na região, entre carregadeiras de rodas, escavadeiras hidráulicas, tratores de esteiras, motoniveladoras, retroescavadeiras, rolos compactadores, máquinas compactas e empilhadeiras.

Para atender os clientes latino-americanos, a empresa conta atualmente com 18 concessionárias em 14 países, desde o México à Argentina, totalizando 77 pontos de vendas. “Trabalhamos para que a participação do mercado externo nos nossos negócios aumente de 15% para 20%, de forma a tornar a companhia cada vez mais global”, diz Fernando Mascarenhas, presidente da LiuGong Latin America.

No Brasil, a estrutura de pós-venda contempla três distribuidoras e 20 pontos de atendimento. Além disso, a LiuGong conta com um escritório em Belo Horizonte (MG), onde 30 profissionais dão suporte à rede de concessionárias, e um centro de distribuição de peças em Guarulhos (SP), inaugurado em 2011 para facilitar a logística de atendimento.

Fábrica de carregadeiras

Mascarenhas ressalta que essa estrutura deverá ser reforçada com a ampliação da linha comercializada e a decisão de instalar uma fábrica no país. Apesar de ainda não ter definido o local para sua instalação, que poderá ser em São Paulo, Minas Gerias ou Rio de Janeiro, a empresa prevê investimentos de R$ 100 milhões no projeto. “Devido ao tamanho do nosso portfólio de produtos, não será possível produzir tudo localmente e vamos nos concentrar na fabricação de pás carregadeiras, além de considerarmos a possibilidade de fazermos também retroescavadeiras”, diz Mascarenhas.

Outro passo importante para a expansão da empresa foi a aquisição da polonesa HSW (Huta Stalowa Wola), que fabrica os tratores de esteiras da marca Dressta. “Esses equipamentos estão em linha com a filosofia da LiuGong, que é produzir máquinas simples, de fácil operação e manutenção.”, explica o presidente. “Em locais com dificuldades de acesso às regiões mais remotas, como é o caso do Brasil e demais países da América do Sul, isso faz a diferença para um cliente cuja máquina não pode ficar parada aguardando o atendimento da fábrica”, ele completa.

A expansão da linha de produtos será contemplada até mesmo com caminhões off-road, segmento que a LiuGong ingressou com a compra da chinesa Beijing Heavy Truck, que fabrica modelos de até 190 t. “Estamos preparando os produtos para disponibilizar para exportação a partir do final do próximo ano”, diz o executivo. Outro investimento será na área de máquinas de perfuração, na qual a empresa adquiriu a também chinesa Jintai. “Essa linha também está prevista para comercialização na América Latina a partir de 2013.” As novidades incluem ainda a comercialização da linha de equipamentos para concretagem, como autobetoneiras e bombas de concreto.

A resposta da líder

Em um cenário marcado pelo crescimento da concorrência, a Caterpillar, que figura como líder do mercado, mostra-se preparada para enfrentar os novos competidores. Apesar de ressaltar que os fabricantes asiáticos não disputam a sua faixa de mercado, composta por clientes que demandam equipamentos com alto índice de disponibilidade e produtividade superior, o diretor comercial da empresa, Hiram Villegas, destaca os investimentos realizados. “Nosso plano contempla o aporte de R$ 350 milhões até 2013 em expansão e modernização da produção”, diz ele.

Esse projeto inclui a instalação da fábrica de Campo Largo (PR), onde a Caterpillar começou a fabricar pás carregadeiras de pequeno porte e retroescavadeiras em outubro do ano passado, e a modernização da linha de produção de Piracicaba (SP). Atenta aos investimentos na área de óleo e gás, a empresa também iniciou a fabricação local de uma família de grupos geradores, com propulsão diesel/elétrica e potências entre 1.360 kW e 2.250 kW, para aplicações off-shore.

Esses produtos vêm se somar a uma linha de fabricação local composta por 42 modelos, entre escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras, rolos compactadores, motoniveladoras, retroescavadeiras e tratores de esteiras, além de diversos outros equipamentos de menor porte e para aplicação em obras de pavimentação. “Além da qualidade dos produtos, nosso diferencial é o suporte oferecido aos clientes por meio de uma rede com a maior capilaridade do país”, afirma Villegas.

Rede sexagenária

Ele ressalta que, para atingir esse estágio de operação, a empresa precisa contar com muitas décadas de trabalho e conhecimento do mercado. “Todos os nossos distribuidores têm mais de 60 anos de atuação, mas essa vantagem competitiva não nos mantém paralisados, pois estamos atentos à concorrência e ao desenvolvimento de soluções para o melhor atendimento aos clientes.”

Davi Pinto Morais, diretor da unidade de construção da Sotreq, que responde pela distribuição dos equipamentos da marca no Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país, confirma as informações. “Além de investir na constante atualização dos mecânicos e ampliação do suporte aos clientes, contamos com cerca de R$ 100 milhões em estoque de peças de reposição, sem contar com os estoques da própria fábrica”, diz ele.

Para demonstrar o nível de atendimento oferecido aos clientes, Morais cita a estrutura montada para suporte às obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, cujo consórcio construtor está utilizando apenas equipamentos de terraplenagem da Caterpillar. “Para oferecer assistência técnica a uma frota de mais de 700 equipamentos, montamos uma filial dentro do próprio canteiro, composta por 120 profissionais, dos quais 70 são técnicos e mecânicos envolvidos com a manutenção preventiva, reparos e análise de óleo da frota em operação”, ele afirma.

Morais ressalta que, num projeto desse porte, os equipamentos de escavação e transporte são submetidos a aplicações severas, operando até 4 mil horas por ano. Nessas condições, eles precisam ser submetidos a reforma completa já no terceiro ano de atividade, mas, com o suporte que oferecemos, podem chegar a até 25 mil horas de trabalho.”

Expansão da linha

A New Holland, controlada pela CNH, holding do grupo Fiat para a produção de equipamentos de construção e agricultura, também enfatiza a capilaridade da rede como uma vantagem competitiva para os players tradicionais no mercado. “Entre 2006 e 2011, nossa rede de distribuidores cresceu 78% em pontos de atendimento na América Latina”, afirma Marco Borba, diretor de marketing da fabricante. No Brasil, que conta com mais de 40 pontos de vendas, a expansão da rede foi direcionada para estados que ainda demandavam uma presença mais efetiva da marca, como o Acre, Amapá e Roraima.

Borba explica que esses investimentos são motivados pelo vertiginoso crescimento na demanda de máquinas para movimentação de terra, que aumentou em 213% entre 2005 e 2011. “Nesse período, saltamos de um consumo anual de cerca de 5.500 unidades para aproximadamente 30.000 unidades”, ele afirma. Para fazer frente a esse novo patamar de demanda, o executivo destaca que a empresa lançou 38 modelos para disponibilizar uma linha completa aos clientes, desde escavadeiras hidráulicas de pequeno a grande porte, até pás carregadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, máquinas compactas e manipuladores telescópicos, entre outros.

Completando a estratégia, há ainda o investimento de R$ 600 milhões projetado pelo grupo Fiat, para a instalação de uma fábrica de equipamentos de construção em Montes Claros (MG) até 2014. Segundo Gino Cucchiari, diretor da New Holland, ela vai assimilar parte da produção atualmente concentrada no complexo industrial de Contagem (MG). “Como essa unidade data dos anos 1980 e passou por diversas ampliações e modernizações, optamos por uma fábrica totalmente nova e que incorpore os mais modernos conceitos de produção”, ele finaliza.

 

 

 

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