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Revista M&T - Ed.209 - Fevereiro 2017
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Manutenção

Como guardar a frota sem danos

Máquinas e equipamentos que ficam parados demandam medidas especiais de armazenagem, que incluem análises periódicas, testes e outros cuidados de manutenção

Durante as crises econômicas prolongadas, tal como a que Brasil vem enfrentando há pelo menos dois anos, é frequente que haja paralisação de grandes obras, principalmente de infraestrutura, como a construção de rodovias, ferrovias, usinas e barragens, mas também imobiliárias, de edifícios e conjuntos habitacionais. O setor de mineração – em conjunto com a queda do preço das commodities minerais – também pode ser afetado, resultando em diminuição dos trabalhos de extração nas minas.

Como consequência desse cenário, ocorre por um lado uma queda acentuada na venda de máquinas e equipamentos novos da Linha Amarela, o que obriga fabricantes e revendedores a ficar com eles por mais tempo no estoque, em seus pátios ou galpões. Por outro lado, as grandes construtoras, mineradoras e locadoras com frotas muitas vezes volumosas podem ter de deixar paradas algumas ou até mesmo todas as suas máquinas, que ficam estacionadas em locais internos ou externos. É nessa hora que a estocagem aparece como ponto estratégico na gestão das frotas. Mas isso precisa ser feito com cuidado. Afinal, não basta deixá-las estocadas, esperando a retomada do crescimento econômico, que ainda não se sabe quando virá.

INSPEÇÃO

Para começar, segundo Guilherme Ferreira, especialista de produto da LiuGong, é necessário estabelecer um controle de inspeção sistêmica do estoque de equipamentos armazenado, um procedimento no qual sejam previstas análises periódicas, testes e manutenções, como troca de fluidos, combustível e filtros, além do perfeito funcionamento do equipamento e de peças móveis, para evitar esses desgastes.

É preciso levar em conta ainda o tempo que a máquina ficará parada, se por alguns dias apenas, por meses ou mesmo por um período mais longo, que pode passar de um ano. Contudo, como enfatiza o especialista, os equipamentos normalmente são produzidos para terem um tempo de armazenamento curto. “Por isso, algumas medidas precisam ser tomadas para diminuir o impacto de uma possível paralisação de longo prazo”, explica Ferreira. “E essas medidas são basicamente proteções e tratamento de superfícies contra corrosão, que pode ser causado por agentes naturais ou químicos, como combustível, por exemplo.


Durante as crises econômicas prolongadas, tal como a que Brasil vem enfrentando há pelo menos dois anos, é frequente que haja paralisação de grandes obras, principalmente de infraestrutura, como a construção de rodovias, ferrovias, usinas e barragens, mas também imobiliárias, de edifícios e conjuntos habitacionais. O setor de mineração – em conjunto com a queda do preço das commodities minerais – também pode ser afetado, resultando em diminuição dos trabalhos de extração nas minas.

Como consequência desse cenário, ocorre por um lado uma queda acentuada na venda de máquinas e equipamentos novos da Linha Amarela, o que obriga fabricantes e revendedores a ficar com eles por mais tempo no estoque, em seus pátios ou galpões. Por outro lado, as grandes construtoras, mineradoras e locadoras com frotas muitas vezes volumosas podem ter de deixar paradas algumas ou até mesmo todas as suas máquinas, que ficam estacionadas em locais internos ou externos. É nessa hora que a estocagem aparece como ponto estratégico na gestão das frotas. Mas isso precisa ser feito com cuidado. Afinal, não basta deixá-las estocadas, esperando a retomada do crescimento econômico, que ainda não se sabe quando virá.

INSPEÇÃO

Para começar, segundo Guilherme Ferreira, especialista de produto da LiuGong, é necessário estabelecer um controle de inspeção sistêmica do estoque de equipamentos armazenado, um procedimento no qual sejam previstas análises periódicas, testes e manutenções, como troca de fluidos, combustível e filtros, além do perfeito funcionamento do equipamento e de peças móveis, para evitar esses desgastes.

É preciso levar em conta ainda o tempo que a máquina ficará parada, se por alguns dias apenas, por meses ou mesmo por um período mais longo, que pode passar de um ano. Contudo, como enfatiza o especialista, os equipamentos normalmente são produzidos para terem um tempo de armazenamento curto. “Por isso, algumas medidas precisam ser tomadas para diminuir o impacto de uma possível paralisação de longo prazo”, explica Ferreira. “E essas medidas são basicamente proteções e tratamento de superfícies contra corrosão, que pode ser causado por agentes naturais ou químicos, como combustível, por exemplo.”

Ele lembra, no entanto, que as máquinas de construção já possuem uma pintura especial aplicada para assegurar maior durabilidade à estrutura, uma vez que os equipamentos trabalham e são expostos durante todo o tempo às condições naturais mais diversas, incluindo sol, chuva, vento e outros elementos do ambiente operacional. Uma atenção especial deve ser dada a este quesito quando for necessário transportar o equipamento por mar ou mesmo armazená-lo por um prazo longo em locais próximos ao litoral, onde há incidência de maresia. Nesse caso, é recomendada a aplicação de uma camada de verniz especial anticorrosivo, para a proteção de toda a superfície da máquina. Além disso, é preciso proteger cuidadosamente as peças com superfície tratada, como hastes de cilindros hidráulicos, por exemplo.

O vice-presidente da Sobratema, Paulo Oscar Auler Neto, concorda com a análise. Segundo ele, “a aplicação de pinturas especiais não é necessária”. “Partindo do princípio de que o equipamento está em bom estado de conservação, basta uma boa lavada e a aplicação de cera protetora”, assegura. “Para equipamentos muito caros e com alta tecnologia embarcada, recomenda-se a guarda em local coberto.”

De acordo com o especialista, para um período mais curto basta uma boa limpeza, o armazenamento em local plano, com piso revestido preferencialmente em cascalho, e o funcionamento a cada quinze dias com o movimento do equipamento para que todas as partes móveis possam ser acionadas. “Para períodos mais longos devem ser avaliados procedimentos mais custosos, como, por exemplo, o preenchimento total dos compartimentos do trem de força com lubrificantes (motor, transmissão e diferenciais) para prevenção de oxidação”, diz ele. “Também poderemos calçar os eixos para tirar as rodas do contato com o solo, além da aplicação de cera protetora em todo o equipamento.”

NORMATIVAS

Segundo Vladimir Machado Filho, analista da área de engenharia de aplicação e promoção de vendas da Komatsu Brasil International, muitas empresas possuem práticas e procedimentos de armazenagem estabelecidos tanto para o distribuidor como para a fábrica.

Essas normativas garantem que as atividades periódicas de rotina sejam realizadas conforme os padrões estabelecidos, possibilitando a extensão da vida útil dos componentes e, consequentemente, do equipamento. “Se a parada for de até seis meses, a recomendação é que se estacione a máquina em local pavimentado e, de preferência, nivelado”, recomenda Machado. “Também é aconselhável colocar um aditivo no tanque de combustível para aumentar a octanagem e evitar a formação de ferrugem. E o mesmo deve ser feito no radiador, para reduzir a oxidação.”

Além disso, a máquina deve permanecer com a alavanca de marchas em neutro e pedais de freio destravados. “Também se deve baixar as lâminas e outros implementos sobre o solo e ligar o equipamento pelo menos uma vez por mês, por aproximadamente 15 minutos, acionando todos os controles”, acrescenta o especialista, destacando ainda que as diretrizes recomendam uma série de outras medidas quando o tempo de armazenagem for superior a seis meses.

Se o equipamento ficar fora de condições operacionais, por exemplo, é recomendável a retirada da água do sistema de arrefecimento, bem como dos óleos e combustíveis. Outra recomendação importante nesses casos é a retirada dos cabos da bateria. Nesse caso, é necessário assegurar a devida identificação desses itens, para evitar o acionamento nessas condições. “Também é muito importante proteger as hastes dos cilindros com graxa ou outro material antiferrugem”, reforça Machado. “E se for uma máquina sobre pneus, é recomendada a movimentação para não deformá-los, além de manter a calibração adequada.”

Na verdade, como enfatiza o engenheiro, se o tempo em que a máquina irá ficar parada for muito longo, o ideal é manter os pneus fora de qualquer contato com o solo. Isso pode ser feito retirando-se os pneus, deixando o equipamento num cavalete ou erguendo-o, até que as rodas fiquem inteiramente suspensas.

Cuidado semelhante deve ser tomado com as esteiras. Quando paradas, devem ser retiradas da máquina e mantidas esticadas. “Se o equipamento ficar parado por muito tempo com material na terra, por exemplo, isso vai forçando a esteira e ela vai ficar toda abaulada (arqueada)”, alerta Machado. Nesse caso, o mais indicado é levantar a máquina, limpar e lubrificar a esteira, deixando-a esticada e parada. “Mas para todos os equipamentos em estoque que vale mesmo é fazer uma inspeção e manutenção periódicas”, completa o especialista.

Também para Auler, em períodos mais longos de inatividade realmente é recomendável que se coloque as máquinas em cavalete para aliviar a suspensão e os pneus. “Componentes eletrônicos sofisticados, como sistemas de nivelamento a laser e computadores, entre outros, devem ser removidos do equipamento e armazenados em local coberto e protegido sempre que possível”, acrescenta. “Os procedimentos com as máquinas ainda não comercializadas são os mesmos dos praticados para os usados. A diferença é que, como a máquina ainda não foi vendida, a preocupação com a conservação deve ser maior, para que não se percam oportunidades de comercialização.”

País não tem normatização específica para armazenamento

Do ponto de vista da legislação, ainda não existe no Brasil quaisquer leis ou normas reguladoras (NR) que disciplinem a armazenagem de máquinas e equipamentos pesados. Com isso, a prática usual é deixa-los tanto em áreas fechadas, como galpões, oficinas e outras construções, ou abertas, como grandes pátios. Segundo Vladimir Machado Filho, analista da área de engenharia de aplicação e promoção de vendas da Komatsu Brasil International, nos grandes centros urbanos normalmente os equipamentos e veículos são guardados em áreas fechadas, para evitar furtos, principalmente. Mas se são levados para, por exemplo, o Rio Madeira, no Amazonas, ou mesmo Rondônia e Acre, onde geralmente atuam em obras de infraestrutura como barragens, abertura de rodovias e de túneis e construção de pontes, ficam em área aberta. “Se tiver via pavimentada, eu diria que é até um luxo”, comenta o engenheiro. “Na verdade, nesses casos a máquina vai ficar sobre a terra mesmo.”

Guindastes armazenados demandam manutenção específica

No segmento de guindastes, fabricantes como a Liebherr inserem nos manuais técnicos um tópico que trata especificamente de medidas preventivas para a preservação dos equipamentos fora de serviço. De modo geral, recomenda-se que após a desmontagem de guindastes de torre, seja feita a lavagem dos componentes estruturais como segmentos de torre, lança e contralança, utilizando água limpa e aparelhos de alta pressão.

Vale ressaltar que esse método não deve ser utilizado para a limpeza dos painéis elétricos e pontos de conexão elétrica. Para esses casos, a dica é armazenar a cabine de comando na posição “em pé”, mantendo todos os compartimentos e janelas devidamente fechados, além de proteger os contatos elétricos com produtos indicados para conservação (como vaselina e limpa contato, por exemplo). “No caso de painel elétrico com inversores de frequência, estes componentes eletroeletrônicos deverão ser alimentados no mínimo uma vez por ano”, recomenda a empresa.

Para armazenar o guindaste de torre em local externo, a Liebherr indica precauções com a lubrificação da construção metálica, parafusos e pinos, polias do cabo, ganchos de carga, coroas giratórias, cabos e mecanismos. Já as partes que contenham componentes elétricos/eletrônicos (principalmente armários elétricos) devem ser armazenadas em local coberto (não é aconselhável cobrir estas partes diretamente com lona ou similares, o que pode causar acúmulo de água e aumentar o risco da ação da umidade nos dispositivos). “Contudo, a frequência de inspeção dos itens estocados e a frequência de reaplicação destas medidas preventivas dependem diretamente da zona climática da região onde o guindaste de torre está armazenado”, diz a empresa. “E caso o equipamento fique desmontado por um período muito longo, antes de iniciar a operação é recomendável que o equipamento seja inspecionado por um técnico especializado para verificação de sua funcionalidade e segurança.”

 

 

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