P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.81 - Fev/Mar 2004
Voltar
OBRA

Capim Branco: duas hidrelétricas em ritmo acelerado

Não faltam recursos, nem regres o serem definidas. É só cumprir o contrato: construir duas usinas simultaneamente e colocar a primeira turbina em operação em 29 meses.

As obras do Complexo Energético de Capim Branco, constituído pelas usinas de Capim Branco I e II, iniciadas, respectivamente, em setembro de 2003 e no início de março deste ano, devem estabelecer um novo marco na execução de hidrelétricas no país. Em apenas 29 meses, a primeira turbina (em Capim Branco I) deve entrar em operação comercial e a última das seis previstas (em Capim Branco II) terá que estar pronta transcorridos apenas 36,5 meses da ordem de serviço.

As duas obras estão distanciadas entre si 70 quilômetros no rio Araguari, entre os municípios de Araguari e Uberlândia (MG) e estão sendo executadas pelo mesmo consórcio construtor, liderado pela Odebrecht e integrado por Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. Nos dois casos, o fornecimento eletromecânico está a cargo da VA Tech, Voith Siemens e Energ e o projeto é da Leme, Engevix e Intertechne. O cliente também é o mesmo: o Consórcio Capim Branco Energia (CCBE) — formado pela Cia Vale do Rio Doce (48,42%), a concessionária Cemig (21,05%), a Comercial e Agrícola Paineiras (17,90%) e a Cia Mineira de Metais, do Grupo Votorantim (12,63%).

“São duas obras distintas, em um único contrato EPC, em regime turn key, com preço fechado global (R$ 665 milhões), explica Pedro Henrique Schettino, gerente de administração contratual do Consórcio Construtor Capim Branco (CCCB). “Nessas condições e com margens bastante estreitas, a nossa primeira preocupação foi a de estabelecer, entre as nove empresas participantes do consórcio construtor, regras bastante claras para condução do negócio”, acrescenta Mário Lúcio Pinheiro, diretor de projeto da CCBC. O segundo passo, naturalmente, é cumprir os prazos. “2004 é um ano


Não faltam recursos, nem regres o serem definidas. É só cumprir o contrato: construir duas usinas simultaneamente e colocar a primeira turbina em operação em 29 meses.

As obras do Complexo Energético de Capim Branco, constituído pelas usinas de Capim Branco I e II, iniciadas, respectivamente, em setembro de 2003 e no início de março deste ano, devem estabelecer um novo marco na execução de hidrelétricas no país. Em apenas 29 meses, a primeira turbina (em Capim Branco I) deve entrar em operação comercial e a última das seis previstas (em Capim Branco II) terá que estar pronta transcorridos apenas 36,5 meses da ordem de serviço.

As duas obras estão distanciadas entre si 70 quilômetros no rio Araguari, entre os municípios de Araguari e Uberlândia (MG) e estão sendo executadas pelo mesmo consórcio construtor, liderado pela Odebrecht e integrado por Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. Nos dois casos, o fornecimento eletromecânico está a cargo da VA Tech, Voith Siemens e Energ e o projeto é da Leme, Engevix e Intertechne. O cliente também é o mesmo: o Consórcio Capim Branco Energia (CCBE) — formado pela Cia Vale do Rio Doce (48,42%), a concessionária Cemig (21,05%), a Comercial e Agrícola Paineiras (17,90%) e a Cia Mineira de Metais, do Grupo Votorantim (12,63%).

“São duas obras distintas, em um único contrato EPC, em regime turn key, com preço fechado global (R$ 665 milhões), explica Pedro Henrique Schettino, gerente de administração contratual do Consórcio Construtor Capim Branco (CCCB). “Nessas condições e com margens bastante estreitas, a nossa primeira preocupação foi a de estabelecer, entre as nove empresas participantes do consórcio construtor, regras bastante claras para condução do negócio”, acrescenta Mário Lúcio Pinheiro, diretor de projeto da CCBC. O segundo passo, naturalmente, é cumprir os prazos. “2004 é um ano chave. Temos que colocar Capim I em velocidade de cruzeiro e consolidar a implantação de Capim II “, diz ele. “Velocidade de cruzeiro é quando a obra anda sozinha, com todas as etapas iniciadas, a concretagem está pronta para ser iniciada, e toda estrutura montada. Enquanto eu tiver alguma das etapas por iniciar, eu ainda estou implantando”.

Na fase atual, a obra de Capim II acaba de ser iniciada, com trabalhos de desmatamento e escavações comuns (solo). Já Capim I, iniciada há seis meses (em pleno período de chuvas) está bastante adiantada, com o desenvolvimento das chamadas “escavações obrigatórias” (em rocha) para implantação do empreendimento. Simultaneamente estão em execução em várias frentes o túnel de desvio, com extensão total de 400 metros, os três condutos forçados, o túnel auxiliar, a câmara de carga e o vertedouro. A instalação de britagem, com capacidade para 150 t/hora, já está pronta e a central de concreto (80 m3/hora) está em fase final de comissionamento para o início da concretagem da Casa de Força em abril.


Desvio do rio -
Até final de julho (data prevista para o desvio do rio) devem estar prontos, o túnel de desvio, a estrutura de concreto a montante e a ensecadeira. A partir daí, inicia-se o trabalho de tratamento das fundações e o início do abraço da barragem. Finalmente, no último trimestre do ano, inicia-se a execução do túnel de adução, com mais de 1.200 metros de extensão. A barragem começará a ser erguida em 2005. Segundo José Roberto Viana, gerente de produção, o pico das obras em todo Complexo Capim Branco deverá ocorrer em março de 2005, quando coincidirem a fase de concretagem nas duas usinas. A essa altura, o complexo vai gerar 2.500 empregos diretos e 5.000 indiretos. “E o momento em que toda a estrutura de produção e manutenção, em cada um dos canteiros, deve estar funcionando plenamente. São duas obras simultâneas, onde há redução de custos no gerenciamento e eventualmente algum revezamento de equipamentos, mas cada uma terá que ter vida própria”.

Francisco Neto, engenheiro mecânico responsável pela área de manutenção e equipamentos do consórcio construtor, explica que a estrutura de oficina já implantada no canteiro de obras de Capim Branco I só está dando suporte às obras de Capim II em sua fase inicial, ainda com pouco mais de 10 equipamentos mobilizados. “E muito distante. Não há como dar um atendimento adequado. Estamos completamos a mobilização de Capim I, iniciada em outubro, e montando uma estrutura local em Capim II, que estará a cargo de um engenheiro assistente”. Todos os critérios para mobilização e a metodologia para gestão da frota já foram definidos em comum acordo pela área de equipamentos das três construtoras integrantes do consórcio e colocados em prática nos quatro meses de obras em Capim I e serão adotados também em Capim II. Primeiro ponto; o consórcio é uma empresa independente, que toma suas próprias decisões. Há, no entanto, algumas pré-condições. Os equipamentos devem ser alugados por igual das centrais de equipamentos das três construtoras. Somente se não houver disponibilidade, eles serão alugados ou incorporados aos trabalhos através da contratação de terceiros.

Frota diversificada - Com isso, a frota na obra de Capim I - cerca de 100 equipamentos móveis, incluindo compressores — é bastante diversificada em termos de marcas e mesmo de vida útil (já que muitos equipamentos chegaram ao canteiro diretamente de outras obras)."Evidentemente, que não é a situação ideal, mas são equipamentos da frota de grandes empresas, com planos de manutenção criteriosos e que temos o compromisso de preservar aqui na obra”, diz Francisco Neto. Segundo ele, o denominador comum desses planos é a manutenção preventiva para reduzir paradas não programadas e custos. Além da preventiva, baseada no número de horas trabalhadas, na obra de Capim I também é feita a chamada “Manutenção Preventiva de Campo”. Consiste basicamente de uma programação em que cada equipamento, pelo menos um dia da semana, para uma hora para lavagem e pequenas correções. Tudo é feito internamente pelo próprio pessoal da área de manutenção do consórcio.

Somente quando se verifica queda de performance em algum equipamento ou quando a análise de óleo, que é feita regularmente, apresenta alguma anormalidade, é que é solicitada uma análise técnica aos dealers, uma preditiva para verificação dos componentes básicos dos equipamentos.

A configuração de equipamentos de carga e transporte leva em conta essa heterogeneidade. No transporte de material detonado (rocha) e material comum são utilizados tanto caminhões fora-de-estrada Randon RK 430, em locais de acesso e tráfego mais difícil, quanto rodoviários Mercedes Benz 2635/2638 e Volvo NL10 em locais com melhores condições de pista. Para tanto, são tomados cuidados especiais com calibragem, e manutenção contínua de praças de manobra e pistas - com duas motoniveladoras exclusivas. O carregamento de material detonado e a escavação em solo a céu aberto é feito por escavadeiras (345 e 330 CAT. PC450 e 954 Liebherr). Carregadeiras Volvo L180 e L120 são utilizadas em ambientes confinados (nos túneis). Tratores (D8R, D8N e D6 R) estão mobilizados na escavação comum em solo, limpeza de praças e na fase inicial no desmatamento.

Estrutura local — Situado a 40 km de Uberlândia e 20 Km de Araguari, embora não tenha alojamento, o canteiro de Capim I conta com uma razoável estrutura de manutenção de equipamentos e instalações (redes hidráulicas, ar condicionado, elétrica), além de uma área de mecânica industrial — com máquinas de caldeiraria, usinagem e solda, suficiente, por exemplo, para reparar caçambas. No total, são 120 pessoas, incluindo o pessoal da britagem e da central de concreto, elétrica e hidráulica.

“E uma estrutura adequada. Naturalmente não fazemos, por exemplo, nenhum conjunto fechado na obra. Em casos como esse, recorremos a terceiros, geralmente o representante autorizado. O que nem sempre é muito fácil. Uberlândia e Araguari tem muitos prestadores de serviço, mas estão mais voltados para a agroindústria. Ele lembra que a Tracbel (dealer Volvo), a DCML (Komatsu) e a Sotreq (Caterpillar) tem representantes na região, mas o suporte pesado, incluindo peças, vem de São Paulo e da região de Belo Horizonte. “Estamos bem localizados e uma peça (não importada) pode chegar de um dia para o outro. Suprimento local com entrega imediata, só mesmo alguns itens do distribuidor Mercedes Benz em Araguari e itens mais simples como pneus rodoviários, filtros e cabos elétricos. Por isso mesmo e em face da heterogeneidade da frota, buscamos uma disponibilidade mecânica média de 75 % a 80%”, diz Francisco Neto.

Controles de gestão — O Sistema de acompanhamento de custos da frota adotado na obra de Capim Branco é o Siseng, utilizado tradicionalmente pela Odebrecht. A partir de dados apontados pelo pessoal de apropriação em campo e compilados pelo pessoal de controle de manutenção, são gerados desde relatórios básicos - máquinas paradas na manutenção, na oficina ou com problemas no campo — a importantes parâmetros de gestão. Quantas horas o equipamento trabalhou em determinado período. O seu desempenho: sua produtividade. O consumo de diesel e lubrificantes. Horas de equipamentos paralisados. O histórico dos equipamentos num período desejado e a disponibilidade mecânica, dentre outros.

“E uma ferramenta fundamental para verificarmos se o custo horário e a produtividade por equipamento estão dentro dos parâmetros previstos e, a partir daí, orientarmos nossas ações”, diz ele. Ações que incluem até mesmo estudos, atualmente em andamento, para otimização e redução de custos com materiais de desgaste. “Estamos trabalhando, por exemplo, no sentido de padronizar alguns itens, como as ferramentas de penetração no solo”. O “fator homem” também não deixa de ser considerado. O consórcio faz a contratação de pessoal operacional através do SINE (Sistema Nacional de Emprego) de Araguari. Mesmo porque há muito pessoal experiente na região, que já trabalhou nas obras da Hidrelétrica de Miranda e de Nova Ponte. "Estamos mantendo um instrutor de operação em tempo integral para triar o pessoal que é admitido e fazer a reciclagem do pessoal mais antigo”.

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E