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Revista M&T - Ed.181 - Julho 2014
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Guindastes

Bola para frente

Em meio às instabilidades que travaram o segmento no primeiro semestre, mercado de guindastes sobre esteiras mantém expectativas positivas para os próximos anos

De janeiro a maio de 2014, nenhum guindaste sobre esteira foi vendido no Brasil. Alarmante, a informação pode ser verificada por meio de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Receita Federal. Como veremos, alguns dos principais fabricantes desse segmento confirmam um cenário pouco empolgante para esse tipo de equipamento na atualidade, mas – contrariamente ao que se poderia supor – têm pontos de vista francamente favoráveis para o futuro.

Antes disso, porém, é preciso contextualizar o nivelamento (para baixo) que o mercado vivencia hoje. “De fato, esse setor sempre foi tímido no Brasil, principalmente pela prioridade de aquisição dos locadores, que precisam de mobilidade e, por isso, optam pela compra de máquinas sobre pneus”, diz Luciano Dias, vice-presidente de vendas da Manitowoc no Brasil.

Expandindo os dados de análise, o diretor comercial da Sany, Elton Lima, afirma que entre 2010 e 2012 a demanda de guindastes sobre esteiras cresceu aproximadamente 45% ao ano, sofrendo posteriormente uma queda acentuada. “Isso foi resultado principalmente da participação dos mercados de energia eólica, construção e operação de novos estaleiros”, diz ele. “Porém, em 2014, temos realmente presenciado um ano atípico, pois até o momento nenhum novo guindaste treliçado sobre esteiras entrou no país, o que sinaliza para uma ausência de novas obras de longo prazo no país.”

NORMALIDADE

Nesse cenário, também há uma questão de perspectiva. Para César Schmidt, gerente da área de guindastes sobre esteiras e pneus da Liebherr no Brasil, os anos de 2010 e 2011 foram “extraordinários”, com um aumento significativo no número de aquisições de guindastes sobre esteiras principalmente para atender às obras de estádios para a Copa do Mundo e melhorar a infraestrutura necessária para os jogos e o próprio país. “Agora, podemos dizer que o mercado voltou à normalidade”, avalia.

Por outro lado, Schmidt afirma ser possível vislumbrar um potencial de mercado interessante para guindastes sobre esteiras na montagem de torres e rotores em parques eólicos. O especialista explica que esse tipo de


De janeiro a maio de 2014, nenhum guindaste sobre esteira foi vendido no Brasil. Alarmante, a informação pode ser verificada por meio de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Receita Federal. Como veremos, alguns dos principais fabricantes desse segmento confirmam um cenário pouco empolgante para esse tipo de equipamento na atualidade, mas – contrariamente ao que se poderia supor – têm pontos de vista francamente favoráveis para o futuro.

Antes disso, porém, é preciso contextualizar o nivelamento (para baixo) que o mercado vivencia hoje. “De fato, esse setor sempre foi tímido no Brasil, principalmente pela prioridade de aquisição dos locadores, que precisam de mobilidade e, por isso, optam pela compra de máquinas sobre pneus”, diz Luciano Dias, vice-presidente de vendas da Manitowoc no Brasil.

Expandindo os dados de análise, o diretor comercial da Sany, Elton Lima, afirma que entre 2010 e 2012 a demanda de guindastes sobre esteiras cresceu aproximadamente 45% ao ano, sofrendo posteriormente uma queda acentuada. “Isso foi resultado principalmente da participação dos mercados de energia eólica, construção e operação de novos estaleiros”, diz ele. “Porém, em 2014, temos realmente presenciado um ano atípico, pois até o momento nenhum novo guindaste treliçado sobre esteiras entrou no país, o que sinaliza para uma ausência de novas obras de longo prazo no país.”

NORMALIDADE

Nesse cenário, também há uma questão de perspectiva. Para César Schmidt, gerente da área de guindastes sobre esteiras e pneus da Liebherr no Brasil, os anos de 2010 e 2011 foram “extraordinários”, com um aumento significativo no número de aquisições de guindastes sobre esteiras principalmente para atender às obras de estádios para a Copa do Mundo e melhorar a infraestrutura necessária para os jogos e o próprio país. “Agora, podemos dizer que o mercado voltou à normalidade”, avalia.

Por outro lado, Schmidt afirma ser possível vislumbrar um potencial de mercado interessante para guindastes sobre esteiras na montagem de torres e rotores em parques eólicos. O especialista explica que esse tipo de equipamento tem características peculiares para atender a esse tipo de operação, sendo capaz de içar cargas pesadas a grandes alturas em regiões com muito vento. “Por isso, preferencialmente as máquinas sobre esteiras devem ter largura reduzida para deslocamento nos acessos dos parques eólicos, que são bem estreitos”, diz. “Além disso, deve ter condições de se deslocar com configuração máxima e possuir sistemas de montagem e desmontagem rápidas, pois sua permanência em cada torre é de poucos dias, quando não apenas algumas horas, exigindo um novo deslocamento em seguida.”

Diretor comercial da Terex, Hebert Karly constata que as máquinas com até 300 toneladas de capacidade são bastante utilizadas no mercado brasileiro. Especificamente, o executivo destaca os modelos de 250 t, que são mais versáteis para atender à maioria da demanda em obras no país. “Por se tratarem de equipamentos de grande porte e que exigem alto nível de investimento, as grandes indústrias e construtoras são o principal foco para esse produto”, diz ele. “Alguns exemplos de indústrias são as de caldeiraria, estaleiros, fabricantes de pré-moldados de concreto, estruturas metálicas e silos, empresas de petroquímica, usinagem e mineração”, completa, destacando ainda a montagem de torres eólicas, que – como Schmidt apontou – tem se mostrado um mercado importante para equipamentos com mais de 400 toneladas.

NICHOS

Na mesma linha, Dias, da Manitowoc, confirma a predileção das grandes indústrias e construtoras por esse tipo de equipamento, revelando que os modelos de 250 a 750 toneladas foram os mais consumidos para atender às obras de estádios para a Copa do Mundo. “Entretanto, as construtoras de pequeno e médio porte também têm se demonstrado com ‘apetite’ para comprar máquinas de esteiras de menor porte”, destaca. “E isso tem ocorrido pela simples razão de que elas precisam atender aos seus próprios trabalhos, já que as locadoras não têm conseguido manter as frotas em número suficiente para atendê-las devido ao custo operacional elevado dessas máquinas.”

A propósito da locação, aliás, Schmidt, da Liebherr, afirma que os equipamentos sobre esteiras da marca ainda são comprados principalmente por rentals. “No entanto, como não sabem para quais tipos de operações a máquina será destinada durante a sua vida útil, as locadoras procuram adquirir modelos mais versáteis”, indica, salientando que as vendas de guindastes móveis sobre esteiras e sobre pneus estão 100% concentradas no mercado de locação, ao menos no caso da Liebherr.

Ainda sobre os nichos potenciais, Lima, da Sany, pontua que os guindastes de 50 a 100 toneladas têm boa penetração nos mercados de fundação e geotecnia, que apresentam características técnicas específicas como ciclo dinâmico, maior capacidade de carga para atuar com uma perna de cabo de aço, queda livre no guincho de carga e reforço estrutural na lança e nas polias. “Os modelos de 150 e 250 toneladas também lideram as vendas, principalmente para setores como construção civil e estaleiros”, diz. “Em terceiro lugar, temos os guindastes acima de 400 toneladas, que também atuam na construção civil e no setor naval, mas que apresentam alta demanda de atuação no setor de energia eólica.”

TECNOLOGIAS

Na avaliação da fabricante alemã, a questão de produtividade nos guindastes sobre esteiras está totalmente atrelada à confiabilidade operacional. “Em outras palavras, é a garantia de que o equipamento não pare na operação, o que só é possível garantir com um bom suporte de peças e serviços”, pondera Schmidt.

Outro fator preponderante, a segurança operacional é garantida com uma grande incidência dos dispositivos eletrônicos, como o limitador de nível de carga (LMI), que deve ser corretamente configurado para assegurar a operação. “Junto a isso, a segurança é garantida pelo conjunto de bons operadores, riggers e auxiliares”, destaca o gerente.

No caso da Manitowoc, os guindastes incorporam um dispositivo recém-lançado e que – segundo Dias – tem sido bem aceito no mercado mundial. Trata-se do VPC, da sigla em inglês para contrapeso de posição variável (Variable-Position Counterweight). Como o nome diz, esse sistema posiciona automaticamente o contrapeso para ajustar a sustentação necessária ao equilíbrio do guindaste. O contrapeso se move ao longo do berço de rotação, sendo posicionado com base em alterações no ângulo da lança.

De acordo com Dias, com o uso do VPC o custo de preparação do solo tende a reduzir, assim como os gastos com mobilização e desmobilização do conjunto e outros benefícios. “Entre as vantagens para o usuário também está a menor pressão de suporte sobre o solo, obtida com o uso de menos contrapeso”, diz ele. “E isso ocorre sem sacrificar a capacidade de elevação nominal de carga.”

DISPOSITIVOS

De uma lista de dispositivos da Manitowoc próprios para guindastes sobre esteiras, o executivo também destaca o sistema de gerenciamento de ativos. Denominado CraneStar, o recurso gerencia e planeja dados de operação, facilitando a vida de proprietários de guindastes em todo o mundo. “Essa solução oferece informações atualizadas, não importa onde os guindastes estejam”, explica. “A solução também pode monitorar localizações e condições de trabalho em tempo real, planejar programações de manutenção e elevação, além de maximizar a eficiência e a produtividade da empresa.”

No caso da Terex, Karly pontua que os novos modelos de esteiras facilitam a locomoção dos equipamentos de grande porte em superfícies irregulares e de difícil acesso. “As esteiras também são responsáveis pela estabilidade do guindaste durante a operação”, diz, complementando que a Terex também possui equipamentos nos quais é possível inclinar a cabine, o que melhora a visibilidade do operador. “Todos esses recursos são importantes para a melhoria e segurança da operação”, destaca.

Quanto aos componentes eletrônicos, Karly avalia que os sensores são parte essencial da operação e segurança, destacando os sensores de ângulo e de carga no trabalho que previnem acidentes como tombamentos, rompimentos de lança e quedas de cargas.

Trazendo à tona também o mercado offshore – que tem demandado guindastes sobre esteiras de 150 a 250 toneladas –, Lima diz que a Sany oferece modelos com elevação da cabine de operação até 4 metros acima do nível do solo. Isso, segundo ele, melhora a visibilidade e, consequentemente, aumenta a segurança durante o carregamento e descarregamento de embarcações.

Mas, o mercado de energia eólica também tem suas especificações técnicas. “Esse setor tem demanda por guindastes treliçados sobre esteiras acima de 600 toneladas e com distância entre esteiras de 5,8 a 7 metros, o que possibilita ao parque eólico usar uma pista mais estreita para a movimentação do guindaste, reduzindo o custo de terraplanagem e compactação de solo”, diz. No que tange à tecnologia, o executivo da Sany também chama a atenção para o limitador de carga (LMI), apontado como o principal componente eletrônico de um guindaste desse tipo.

CONFIGURAÇÕES

A propósito, de acordo com Karly, da Terex, os guindastes sobre esteiras podem ter configurações diferenciadas, sendo necessário avaliar cada caso de aplicação para obter um desempenho operacional satisfatório.

No entanto, há algumas práticas que servem como referência para quem procura por modelos sobre esteiras. Lima, por exemplo, diz que os guindastes de até 200 toneladas incluem, além da lança principal, um jib fixo para aumento da altura e do raio de operação.

“Já os modelos de 250 toneladas ou mais, possuem o luffing jib para a mesma função e extensão da altura e raio operacional, enquanto os guindastes acima de 400 toneladas dispõem de superlift, que é o sistema adicional de contrapeso traseiro, que fica suspenso e possibilita ao guindaste maximizar a capacidade de carga”, finaliza.

 

 

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