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Revista M&T - Ed.183 - Setembro 2014
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Perfuratrizes

Avanço no subsolo

Atendendo à demanda por maior produtividade, oferta de tecnologias diferenciadas acirra a concorrência e amadurece o mercado brasileiro de fundações

Graças à tecnologia, o setor de fundações vem ganhando uma nova cara no país. Atualmente, pelos cálculos da fabricante alemã Liebherr, há cerca de 650 perfuratrizes de fundação trabalhando aqui. Boa parte desse volume teria ingressado no mercado entre 2003 e 2011, sendo que o ano de 2009 – em decorrência da crise econômica mundial – foi atípico, com pouca venda. Nos últimos três anos, o mercado também não apresentou crescimento significativo, embora tenha movimentado cerca de R$ 300 milhões ao ano, segundo outro player importante do setor, a CZM. E é justamente essa “estabilidade” que move o avanço qualitativo dos equipamentos.

Afinal, é nesse cenário seletivo que os fabricantes desse tipo de equipamento disputam espaço no mercado, apostando em tecnologias diferenciadas para abocanhar novos projetos. “Geralmente, no país se trabalha com estacas escavadas e estacas pré-moldadas”, relata Thomas Nagler, supervisor da área de equipamentos de fundações e obras de terra da Liebherr. Segundo ele, no que tange a estacas escavadas são utilizados dois sistemas: de hélice contínua e de circulação reversa (conhecido como “Kelly”).

DEMANDA

No Brasil, a hélice contínua ainda é mais popular e, na avaliação de Nagler, representa mais de 80% das fundações realizadas com estacas escavadas. “Mas, para os próximos cinco anos, o mercado se mostra mais favorável à utilização de tecnologias Kelly, devido principalmente à demanda crescente por diâmetros e profundidades maiores, algo que essa tecnologia atende com mais eficiência”, diz ele.

Diretor comercial da brasileira CZM, Marcos Cló confirma a predileção nacional pelas hélices contínuas e acrescenta que, seguido pelo Reino Unido, o Brasil é o maior usuário dessa tecnologia no mundo. “Quando comparado a outros métodos, o processo de hélice contínua monitorada permite a execução de uma grande quantidade de estacas”, avalia. “E a produtividade de carga de estacas é a de melhor resultado, o que atesta a maturidade atingida pelo mercado brasileiro de fundações.”

No mercado de hélice continua, a maior demanda atual é por máquinas de até 32 m de profundidade de perfuração e diâmetros de até 1,2 m, revela Cló, acrescentando que a empresa avançou nesse mercado ao p


Graças à tecnologia, o setor de fundações vem ganhando uma nova cara no país. Atualmente, pelos cálculos da fabricante alemã Liebherr, há cerca de 650 perfuratrizes de fundação trabalhando aqui. Boa parte desse volume teria ingressado no mercado entre 2003 e 2011, sendo que o ano de 2009 – em decorrência da crise econômica mundial – foi atípico, com pouca venda. Nos últimos três anos, o mercado também não apresentou crescimento significativo, embora tenha movimentado cerca de R$ 300 milhões ao ano, segundo outro player importante do setor, a CZM. E é justamente essa “estabilidade” que move o avanço qualitativo dos equipamentos.

Afinal, é nesse cenário seletivo que os fabricantes desse tipo de equipamento disputam espaço no mercado, apostando em tecnologias diferenciadas para abocanhar novos projetos. “Geralmente, no país se trabalha com estacas escavadas e estacas pré-moldadas”, relata Thomas Nagler, supervisor da área de equipamentos de fundações e obras de terra da Liebherr. Segundo ele, no que tange a estacas escavadas são utilizados dois sistemas: de hélice contínua e de circulação reversa (conhecido como “Kelly”).

DEMANDA

No Brasil, a hélice contínua ainda é mais popular e, na avaliação de Nagler, representa mais de 80% das fundações realizadas com estacas escavadas. “Mas, para os próximos cinco anos, o mercado se mostra mais favorável à utilização de tecnologias Kelly, devido principalmente à demanda crescente por diâmetros e profundidades maiores, algo que essa tecnologia atende com mais eficiência”, diz ele.

Diretor comercial da brasileira CZM, Marcos Cló confirma a predileção nacional pelas hélices contínuas e acrescenta que, seguido pelo Reino Unido, o Brasil é o maior usuário dessa tecnologia no mundo. “Quando comparado a outros métodos, o processo de hélice contínua monitorada permite a execução de uma grande quantidade de estacas”, avalia. “E a produtividade de carga de estacas é a de melhor resultado, o que atesta a maturidade atingida pelo mercado brasileiro de fundações.”

No mercado de hélice continua, a maior demanda atual é por máquinas de até 32 m de profundidade de perfuração e diâmetros de até 1,2 m, revela Cló, acrescentando que a empresa avançou nesse mercado ao patentear uma tecnologia que foi amplamente aceita nos anos 1990. Trata-se de um sistema baseado em um cabeçote que envolve o trado, permitindo que seja girado pela parte de baixo da torre de perfuração, o que dá maior estabilidade ao processo, que ainda conta com torque e produtividade superior a outros sistemas.

No caso da Liebherr, o diferencial tecnológico apontado por Nagler é a personalização. Ou seja, todas as máquinas são montadas sobre esteiras e desenvolvidas especialmente para fundação. “Por isso, não utilizamos ou modificamos escavadeiras e também não montamos perfuratrizes sobre caminhão”, afirma.

Aliás, quando o assunto é tecnologia, a CZM também traz na carteira as perfuratrizes de hélice contínua encamisadas, indicadas para a formação de muros de contenção e que substituem a parede de diafragma e outras soluções menos produtivas para esse fim. De acordo com Cló, essa tecnologia foi projetada para executar estacas (encamisadas ou não) com até 60 m de profundidade e diâmetros de até 1.800 mm. Além disso, pode ser usada para fundação por hélice contínua em até 28 m de profundidade e 800 mm de diâmetro, tendo ainda como aplicação as estacas escavadas com pé-direito baixo.

O equipamento para fundação de hélice contínua encamisada da CZM opera com um sistema patenteado como CFA Bottom Drive, no qual a caixa redutora é posicionada na parte inferior da perfuratriz e o trado passa através da caixa, fazendo com que o torque seja transmitido por um sistema de chavetas. Esse mecanismo faz com que o centro de gravidade fique mais baixo, permitindo atingir maior profundidade de perfuração.

HIDRÁULICOS

Apesar da predominância das perfuratrizes de hélice contínua para aplicação em estacas escavadas, para os próximos anos os especialistas apostam em uma maior utilização de perfuratrizes com martelo hidráulico de fundo, elevando a utilização de cravação de estacas com maior eficiência e emissão de ruído reduzida.

Segundo a avaliação dos especialistas, esses equipamentos atingem maior profundidade e diâmetro de fundação e, por isso, começam a se popularizar no Brasil. “É preciso ponderar que a escolha pelo método de fundação depende da geologia da região”, ressalta Orlando Beck, diretor da Obeck. “A hélice contínua, por exemplo, é bastante usada na Itália e na Espanha, onde a geologia é similar à encontrada no estado de São Paulo.”

Beck complementa que em outras regiões do mundo, como a Coreia, a geologia é mais rochosa e, por isso, há o histórico de desenvolvimento de martelos de fundo múltiplo de grande diâmetro, que apresentam melhor resultado nessas condições. Segundo ele, são equipamentos montados em perfuratrizes sobre esteiras ou em perfuratrizes de circulação reversa, podendo ser compostos por vários martelos de diferentes diâmetros. “Nessa linha, temos obtido sucesso no fornecimento de equipamentos de perfuração de grande diâmetro da coreana Sanjin, com destaque para uma perfuratriz com diâmetro de 1.500 mm que foi entregue em 2013 para operar nas obras do Estaleiro Paraguaçu (BA), em construção pelo consórcio formado por OAS, Odebrecht e Constran”, diz.

DIFUSÃO

Segundo o especialista, esse tipo de equipamento é mais conhecido no Brasil para operar em obras marítimas ou fluviais, mas a Obeck vem trabalhando na difusão da tecnologia também para obras prediais. “Um resultado positivo foi o fornecimento para a construção do Universe Live Style, um edifício comercial e residencial de 48 pavimentos e 150 m de altura executado pela construtora Rossi em Curitiba”, detalha Beck. “Para essa obra, fornecemos um equipamento com capacidade de perfuração de até 2.500 mm de diâmetro e o resultado aferido pelo cliente foi de produtividade de 0,5 m por hora de perfuração em rocha, mesmo considerando que a obra é executada na região central da cidade, com extremo controle de ruídos e um cronograma de execução bastante apertado.”

A tecnologia dos martelos hidráulicos de grande diâmetro da Sanjin, explica Beck, consiste na limpeza do solo por circulação reversa ou injeção de líquido por bombeamento de ar (air-lift). O processo de execução da estaca com esse tipo de equipamento é simples: primeiro, é feita a cravação de uma camisa metálica, por meio de martelo vibrador ou martelo hidráulico, atravessando a lâmina de água e o leito de solo com material menos resistente. Em seguida, a perfuratriz é montada sobre a camisa metálica, para que perfure solo e rocha através dessa estrutura. O material escavado é então removido pela injeção de ar. Nessa etapa, o sistema mistura o ar com a água da escavação, reduzindo a densidade do material e, desse modo, fazendo-o ser expelido na superfície.

EFICIÊNCIA

Cló confirma que as tecnologias de martelo hidráulico têm ganhado espaço no mercado por serem até cinco vezes mais produtivas do que os bate-estacas tradicionais. No caso da CZM, o martelo hidráulico é instalado em um chassi de esteira, com giro de 360 graus.

O executivo explica que a eficiência operacional, como conceito de funcionamento, ocorre porque a força do martelo que cai sobre a estaca é acionada hidraulicamente, enquanto nos bate-estacas é feita em queda livre. “A gravidade é até 40% menos eficiente do que o acionamento hidráulico”, diz ele. “Quando somamos isso ao poder de deslocamento da máquina sobre esteiras, temos uma relação de produtividade que se multiplica em até cinco vezes.”

As perfuratrizes de martelo hidráulico da CZM têm até 70 toneladas de peso operacional, cravando martelo de pilão de 10 toneladas. “Há também um modelo intermediário, de 55 t e que crava pilão de 8 toneladas, além de outro modelo menor, de 40 t com pilão de 5 t”, informa o executivo.

 

 

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