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Revista M&T - Ed.185 - Novembro 2014
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A Era das Máquinas

Allis-Chalmers: quase no topo

Por Norwil Veloso

O início da Allis-Chalmers pode ser localizado em 1856, com o arremate em leilão da empresa Reliance Iron Works por Edward P. Allis (1824-1889). Inicialmente, a Allis Company produzia serras e equipamentos para moinhos de trigo, mas viveria uma reviravolta sob a nova administração.

Na época, a mecanização da colheita levou a um significativo aumento da produção de trigo e, consequentemente, da demanda por moinhos para a produção de farinha, o que fez a empresa crescer rapidamente.

Allis não era um inventor, mas um empresário. Assim, delegou o desenvolvimento de seus produtos para gerentes e, para assegurar o progresso tecnológico de sua empresa, contratou diversos inventores, tais como George M. Hinkley (1832-1905) – idealizador da serra de fita, que acabaria por substituir a serra circular nas operações de moagem, e de outras 53 patentes – e Edwin Reynolds (1831-1909), que projetou e fabricou grandes motores para a indústria do aço e elevou a Allis à posição de um dos maiores fabricantes de equipamentos pesados da época.

TRATORES

Com o falecimento de Allis, ocorrido em 1889, a empresa foi dividida entre seus oito filhos. Em 1901, um corretor da Wall Street mostrou interesse na fusão da empresa com outras três, criando uma nova empresa, a Allis-Chalmers Co. Em 1913, Otto Falk (1865-1940) foi nomeado presidente da empresa, permanecendo no cargo até sua morte. Nesse período, foi responsável por importantes decisões empresariais, como a entrada da empresa no segmento de equipamentos para a agricultura.

O primeiro trator agrícola Allis-Chalmers seria produzido em 1919, mas as vendas não decolaram na década de 20. Além do fato de seus tratores não possuírem implementos e o pós-venda ser deficiente, a nova empresa tinha concorrentes já estabelecidos no mercado, como as linhas Fordson (Ford) e Farmall (International).

Foi então que Falk teve um estalo. O sucesso da Caterpillar na década de 20 chamou sua atenção, levando-o a entrar na produção de tratores de esteiras com a aquisição da Monarch Tractor Corp, cujos modelos de 6 e 10 ton formaram a base da nova linha de tratores Allis-Chalmers, posteriormente complementada por outros modelos.

Até 1937, todos


O início da Allis-Chalmers pode ser localizado em 1856, com o arremate em leilão da empresa Reliance Iron Works por Edward P. Allis (1824-1889). Inicialmente, a Allis Company produzia serras e equipamentos para moinhos de trigo, mas viveria uma reviravolta sob a nova administração.

Na época, a mecanização da colheita levou a um significativo aumento da produção de trigo e, consequentemente, da demanda por moinhos para a produção de farinha, o que fez a empresa crescer rapidamente.

Allis não era um inventor, mas um empresário. Assim, delegou o desenvolvimento de seus produtos para gerentes e, para assegurar o progresso tecnológico de sua empresa, contratou diversos inventores, tais como George M. Hinkley (1832-1905) – idealizador da serra de fita, que acabaria por substituir a serra circular nas operações de moagem, e de outras 53 patentes – e Edwin Reynolds (1831-1909), que projetou e fabricou grandes motores para a indústria do aço e elevou a Allis à posição de um dos maiores fabricantes de equipamentos pesados da época.

TRATORES

Com o falecimento de Allis, ocorrido em 1889, a empresa foi dividida entre seus oito filhos. Em 1901, um corretor da Wall Street mostrou interesse na fusão da empresa com outras três, criando uma nova empresa, a Allis-Chalmers Co. Em 1913, Otto Falk (1865-1940) foi nomeado presidente da empresa, permanecendo no cargo até sua morte. Nesse período, foi responsável por importantes decisões empresariais, como a entrada da empresa no segmento de equipamentos para a agricultura.

O primeiro trator agrícola Allis-Chalmers seria produzido em 1919, mas as vendas não decolaram na década de 20. Além do fato de seus tratores não possuírem implementos e o pós-venda ser deficiente, a nova empresa tinha concorrentes já estabelecidos no mercado, como as linhas Fordson (Ford) e Farmall (International).

Foi então que Falk teve um estalo. O sucesso da Caterpillar na década de 20 chamou sua atenção, levando-o a entrar na produção de tratores de esteiras com a aquisição da Monarch Tractor Corp, cujos modelos de 6 e 10 ton formaram a base da nova linha de tratores Allis-Chalmers, posteriormente complementada por outros modelos.

Até 1937, todos os motores da linha eram a gasolina. Nessa época, os tratores de esteiras passaram a utilizar motores GM da série 71, o que levou a linha a ganhar o prefixo HD, surgindo assim os modelos HD-14 (em 1939), HD-7 e HD-10 (1940). O HD-14 também incorporava melhorias significativas na parte rodante, particularmente em relação à vedação dos roletes, que passaram a ter uma vida útil muito mais duradoura que os das concorrentes.

Em 1947, a empresa produziria o então maior trator de esteiras do mercado. Equipado com motor GM de 163 hp e pesando 18.000 kg, o HD-19 inovava com o uso de conversor de torque no conjunto de acionamento.

Em conjunto com a Firestone e a Goodyear, a Allis-Chalmers também participaria do desenvolvimento de pneus para tratores agrícolas, lançados em 1933 como alternativa às rodas de aço até então utilizadas. Apesar da resistência inicial, sete anos depois 95% dos tratores já eram equipados com pneus.

AVANÇO

Em 1930, a compra da Russell Grader pela Caterpillar forçou a Allis a adquirir a Ryan Manufacturing, passando a produzir dois modelos de motoniveladoras com motor a gasolina. Após o término da Segunda Guerra Mundial, foram introduzidos novos modelos, como o AD-3 (de 78 hp) e o BD-2 (de 50 hp), que tinham estrutura tubular, controles mecânicos e motores GM. Posteriormente, a linha seria ampliada com os modelos AD-4, BD-3 e D.

Em 1950, a Allis-Chalmers desenvolveu a carregadeira TL-10 em conjunto com a fabricante de implementos Tractomotive. Embora utilizasse conversor de torque, essa máquina era menos sofisticada que os modelos concorrentes da Hough e da Clark-Michigan. Por essa razão, a empresa nunca teve uma posição sólida no mercado de carregadeiras, mesmo após adquirir a Tractomotive e lançar equipamentos próprios.

Em 1953, a GM (fornecedora de motores para a Allis-Chalmers) decidiu comprar a Euclid Road Building Machinery, transformando-se em concorrente. Esse fato levou a Allis-Chalmers a adquirir, nesse mesmo ano, a Buda Company para produzir motores para suas máquinas.

A empresa sempre tentou evitar o desenvolvimento interno de produtos, procurando adquirir empresas que já dispusessem da tecnologia desejada. Esse também foi o caso da LaPlant-Choate, adquirida em 1952 e que fabricava dois modelos de scrapers. Os resultados não foram bons e obrigaram a Allis-Chalmers a desenvolver novos modelos para assegurar a fidelidade dos clientes. Essa linha de ação, repetida diversas vezes, provou ser prejudicial no longo prazo, pois a aquisição de empresas com máquinas que não eram competitivas obrigava a investir em desenvolvimento de produtos e a arcar com os custos correspondentes.

Em 1955, a empresa já era o terceiro maior fabricante de equipamentos para construção (atrás da Caterpillar e International) e o terceiro maior fabricante de equipamentos agrícolas (atrás da Harvester e John Deere). No final daquela década, a Allis-Chalmers adquiriu empresas em diversos países, buscando expandir sua participação no mercado internacional, sem obter resultados satisfatórios.

FUSÃO

Os anos 60 e 70 foram bastante difíceis para a empresa, que teve problemas financeiros e não investiu em desenvolvimento. Novos concorrentes como Komatsu e Case aumentaram sua participação nos mercados de equipamentos leves e médios e passaram a fabricar escavadeiras, que não eram produzidas pela Allis-Chalmers. Com a queda da demanda de equipamentos agrícolas, a empresa precisou tomar medidas drásticas para sobreviver.

Em 1973, foi feita a fusão com a Fiat, então o maior fabricante de equipamentos compactos e médios da Europa. A entrada da linha mais pesada e de tecnologia mais sofisticada reforçou a posição da Fiat no Velho Mundo, mas não trouxe benefícios significativos para a Allis-Chalmers. A participação no mercado americano caiu e, em 1985, a parceria foi encerrada com a aquisição da empresa pela Fiat e a transformação da marca em Fiatallis.

Na década de 90, a Fiat adquiriu 80% da Ford New Holland, tornando-se a maior produtora de tratores e um dos maiores produtores mundiais de motores a diesel. Em 1995, com a aquisição dos 20% restantes, a empresa – que correspondia a uma fusão entre Fiatagri, Fiatallis, Fiat-Hitachi e Ford – voltou a se chamar New Holland, que se tornaria uma das novas líderes do mercado mundial de equipamentos agrícolas e de construção.

Leia na próxima edição: O desenvolvimento das esteiras

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