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Revista M&T - Ed.216 - Setembro 2017
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Implementos Hidráulicos

Adequação tecnológica

Combinação correta entre máquina-portadora e implemento hidráulico garante a obtenção de maior produtividade com o menor custo operacional possível na aplicação
Por Joás Ferreira

Um dos segmentos que mais crescem no mercado de soluções hidráulicas é o de implementos. Afinal, esses recursos são responsáveis por aumentar a versatilidade (e a produtividade) das máquinas-portadoras, por meio de uma variedade de combinações.

Mas, para tanto, é preciso ter critério na escolha. De acordo com Marcos Schmidt, gerente de produto da Atlas Copco, a adequação à aplicação é o principal definidor do implemento hidráulico. “Cada um deles reserva faixas de utilização bem delimitadas, com propostas de performance orientadas ao melhor custo operacional e de propriedade”, explica.

Muitas vezes, contudo, a definição do conjunto “implemento x portador”’ segue outro padrão: a partir de um portador existente seleciona-se o implemento mais compatível. Raramente ocorre o contrário, embora seja possível seguir este caminho a partir de um projeto original customizado, como é o caso, por exemplo, de rompedores hidráulicos montados em braços estacionários, aplicados em estações de britagem nas quais se busca mitigar a entrada de minério no sistema. “Neste caso, os dados de performance definirão o dimensionamento do restante do conjunto”, diz o especialista.

Por outro lado, como o custo de aquisição da máquina é superior ao da ferramenta, muitos clientes consideram a compra da máquina “antes” da solução hidráulica. “Este é um erro comum e perigoso, pois a máquina deve ser definida somente após a escolha da ferramenta”, salienta o diretor da Indeco, Luiz Carlos G. Toni, destacando que isso pode comprometer a produtividade e a capacidade de execução. “Se essa sequência não for observada, pode-se ter problema, pois após a compra da máquina haverá poucas opções de porte para a ferramenta.”

Tal opinião é compartilhada pelo gerente da Atlas Copco. “Muitas vezes, o custo menor de aquisição pode criar a ilusão de economia”, afirma Schmidt, “porém, esta aparente vantagem pode tornar-se um vilão em pouco tempo”.

REFERÊNCIAS

Com a definição da ferramenta, a escolha da máquina torna-se uma consequência natural, feita a partir da análise das características técnicas da ferramenta, como peso operacional (para o equilíbrio estático e dinâmico do conjunto), vazão e pressão. Par


Um dos segmentos que mais crescem no mercado de soluções hidráulicas é o de implementos. Afinal, esses recursos são responsáveis por aumentar a versatilidade (e a produtividade) das máquinas-portadoras, por meio de uma variedade de combinações.

Mas, para tanto, é preciso ter critério na escolha. De acordo com Marcos Schmidt, gerente de produto da Atlas Copco, a adequação à aplicação é o principal definidor do implemento hidráulico. “Cada um deles reserva faixas de utilização bem delimitadas, com propostas de performance orientadas ao melhor custo operacional e de propriedade”, explica.

Muitas vezes, contudo, a definição do conjunto “implemento x portador”’ segue outro padrão: a partir de um portador existente seleciona-se o implemento mais compatível. Raramente ocorre o contrário, embora seja possível seguir este caminho a partir de um projeto original customizado, como é o caso, por exemplo, de rompedores hidráulicos montados em braços estacionários, aplicados em estações de britagem nas quais se busca mitigar a entrada de minério no sistema. “Neste caso, os dados de performance definirão o dimensionamento do restante do conjunto”, diz o especialista.

Por outro lado, como o custo de aquisição da máquina é superior ao da ferramenta, muitos clientes consideram a compra da máquina “antes” da solução hidráulica. “Este é um erro comum e perigoso, pois a máquina deve ser definida somente após a escolha da ferramenta”, salienta o diretor da Indeco, Luiz Carlos G. Toni, destacando que isso pode comprometer a produtividade e a capacidade de execução. “Se essa sequência não for observada, pode-se ter problema, pois após a compra da máquina haverá poucas opções de porte para a ferramenta.”

Tal opinião é compartilhada pelo gerente da Atlas Copco. “Muitas vezes, o custo menor de aquisição pode criar a ilusão de economia”, afirma Schmidt, “porém, esta aparente vantagem pode tornar-se um vilão em pouco tempo”.

REFERÊNCIAS

Com a definição da ferramenta, a escolha da máquina torna-se uma consequência natural, feita a partir da análise das características técnicas da ferramenta, como peso operacional (para o equilíbrio estático e dinâmico do conjunto), vazão e pressão. Para um mesmo portador, entretanto, pode-se escolher mais de uma opção de tamanho do mesmo implemento, observando-se os limites da máquina e a aplicação.

Todavia, antes de se iniciar o trabalho de campo, é necessário observar ainda uma série de requisitos. Geralmente, a produtividade é o fator principal a ser analisado, porém, em alguns casos, a ferramenta deve possuir apenas a capacidade de executar a operação, sem preocupação com o tempo (produtividade).

Seja como for, a partir da observação de certos parâmetros é possível definir qual ferramenta será adequada para garantir a maior produtividade com o menor custo operacional. Os rompedores hidráulicos – um dos implementos mais utilizados no Brasil – são um bom exemplo da importância dessa abordagem. “Em demolição, geralmente encontra-se concreto com resistência à compressão na faixa de 20 a 40 Mpa, que requer moderada energia de percussão, mas ao mesmo tempo exige agilidade de posicionamento do rompedor para vencer a complexidade natural da estrutura”, comenta Schmidt. “Sabe-se que de 50% a 60% do tempo são consumidos no posicionamento do rompedor. Portanto, um rompedor mais leve permitirá movimentos sem balanço ou rebote, melhorando sua dinâmica.”

Na mineração, por sua vez, a resistência do material à compressão situa-se entre 100 e 180 Mpa, o que exige elevada energia de percussão para o desmonte, o que resulta em um rompedor de maior porte e, portanto, mais pesado. “Devido à disposição física do minério, não há complexidade de posicionamento e, assim, pode-se abrir mão da agilidade proporcionada por um rompedor mais leve”, acrescenta Schmidt.

Já em demolições subaquáticas, como manutenção de píer ou rebaixamento de calhas, algumas providências específicas devem ser tomadas. “A câmara de percussão deve obrigatoriamente ser pressurizada com ar comprimido para evitar a ocorrência do ‘calço hidráulico’, que pode ocasionar graves danos ao implemento”, pontua o gerente. “Entretanto, tesouras ou fresadoras rotativas podem ser aplicadas sem modificações até certo limite de profundidade, geralmente de 30 m.”

Os rompedores também são frequentemente utilizados em processos siderúrgicos. Nesse caso, é possível trabalhar em altas temperaturas, desde que sejam tomadas medidas de proteção do equipamento e da instalação hidráulica. De acordo com Schmidt, os rompedores possuem vedantes de materiais sintéticos de plástico e borracha que devem ser protegidos. Já o óleo hidráulico deve operar em temperaturas de até 80o C. “Nessas condições, os resultados são surpreendentemente bons”, garante.

Outro exemplo ilustrativo são as fresadoras hidráulicas, que operam com tambores rotativos dotados de pontas de impacto em carbureto de tungstênio. Esses implementos são pressionados contra o material. “Por isso, deve-se considerar, principalmente, a resistência à compressão do material e a expectativa de produção”, ensina Schmidt. “A partir de então, verifica-se o portador que poderá operar com a fresadora escolhida.”

O especialista acrescenta que escavadeiras especiais – como as LRB’s (Long Reach Boom) – oferecem uma função especial para demolições, que é o braço de longo alcance (15 m, 20 m, 30 m). “Estes veículos geralmente são utilizados com tesouras de demolição, em edificações de até 12 andares”, conta.

Um tipo especial de implemento, conhecido como tesoura para sucata, opera com elevadas forças de corte e, por isso, apresenta dimensões maiores do que outros modelos. “Para aproveitar ao máximo a potência hidráulica do portador, remove-se o braço da escavadeira, mantendo-se apenas a parte primária, que é a lança, tornando possível operar em parâmetros de lifting acima do especificado na tabela do portador”, detalha Schmidt. “Em todos os casos, busca-se uma combinação que resulte na execução do trabalho no menor tempo possível, visto que o custo/hora do portador será determinante na lucratividade do processo.”

CONFIGURAÇÃO

Os implementos hidráulicos são projetados para operar sob uma determinada faixa de combinação de energia hidráulica e parâmetros de lifting da máquina-portadora, que pode ou não apresentar uma linha específica para alimentação hidráulica do implemento, dependendo do setup encomendado. Caso não haja essa pré-disposição, devem-se providenciar os elementos necessários.

Além disso, caso o portador não disponha de uma válvula divisora de fluxo capaz de proporcionar a regulagem de vazão e pressão do óleo hidráulico de alimentação do implemento, é preciso incluí-la no pacote de aquisição. Em tese, é possível obter os valores corretos de vazão e pressão por meio do ajuste de rotação do motor do portador. Porém, trata-se de um método inseguro, por haver possibilidade de mudanças dos parâmetros, afetando o implemento.

Na Atlas Copco, por exemplo, os rompedores hidráulicos da série SB possuem uma válvula de proteção incorporada ao equipamento, de forma que, havendo mudanças inesperadas no suprimento hidráulico, ocorre desvio do excesso, protegendo assim o sistema de vedação. “Os equipamentos pesados desta série possuem uma válvula que, nessa circunstância, bloqueia a movimentação do pistão”, completa Schmidt, destacando ainda que as escavadeiras modernas possuem painel para ajuste e bloqueio do setup desejado, facilitando a configuração para uso do implemento.

Segundo o especialista da Komatsu Mining, Leandro Freitas de Paula, outro ponto importante é compatibilizar o peso do implemento ao da máquina-portadora. Afinal, um implemento acima do peso máximo suportado pela máquina – ou vice-versa – pode sofrer sérios problemas na estrutura. “É preciso verificar se a máquina comporta o tamanho do implemento mais indicado para o serviço”, diz.

Deve-se ainda verificar se a máquina-portadora está configurada para receber o implemento. Neste caso, deve haver uma via do comando hidráulico em standby. “A máquina deve manter sua pressão especificada de funcionamento, recebendo regulagem de vazão adequada e compatível com a configuração hidráulica fornecida pelo fabricante”, explica de Paula.

ENGATE RÁPIDO

Com a maior oferta de implementos, vem se tornando cada vez mais necessário recorrer a sistemas de acoplamento rápido com o portador. O mercado conta com acoplamentos rápidos parciais, que proporcionam o engate mecânico pela ação de pistão hidráulico, sem a conexão da rede de alimentação de óleo.

Considerando-se o custo do acoplamento hidráulico (integral ou parcial) e que a troca manual pode levar de 15 a 30 min, o usuário deve avaliar se a quantidade de substituições de implementos por turno justifica a aquisição.

Com o engate rápido, o operador realiza a troca em três minutos, diretamente na cabine, usando somente o joystick. Acoplado ao braço do equipamento, o recurso em si é um acessório hidráulico que auxilia no uso de outros implementos. São disponibilizados em diversos tamanhos, para aplicação desde miniescavadeiras até escavadeiras de grande porte. “Com garras móveis, atuam no processo de trava e liberação do implemento, reduzindo o tempo da troca”, explica.

Numa pedreira, por exemplo, com a mesma escavadeira é possível operar na caçamba e usar um rompedor hidráulico para diminuição de matacos. “Após a detonação, o operador instala o rompedor e, depois de diminuir o tamanho dos matacos, rapidamente faz a troca de implemento para caçamba e libera o carregamento dos caminhões”, conclui de Paula.

CAÇAMBAS AVANÇAM EM PRODUTIVIDADE

Uma das soluções mais versáteis do universo de implementos, a caçamba trituradora utiliza o sistema hidráulico do equipamento em que é instalada. Trata-se de um implemento hidráulico concebido a partir da tecnologia tradicional de britagem com mandíbulas, que torna possível reutilizar materiais inertes sem ter de levá-los a um aterro, reduzindo os custos de eliminação.

No Brasil, a oferta destas soluções é cada vez maior. A italiana MB Crusher, por exemplo, disponibiliza uma linha com soluções a partir de 2,8 t (para retroescavadeiras), superando as 70 t em modelos maiores (para escavadeiras). Segundo a MB, as caçambas atuais permitem obter uma produtividade acima de 70 t/h utilizando-se um equipamento portador de porte médio. “Isso é possível graças ao uso de um multiplicador de potência, que permite obter maior agilidade na britagem até mesmo de materiais mais resistentes, como basalto e granito”, destaca a companhia.

PALADIN REFORÇA ATUAÇÃO NO SEGMENTO

Integrante do grupo IES (International Equipment Solutions), a Paladin apresentou recentemente uma nova série de rompedores hidráulicos que podem ser aplicados a máquinas de 1 t a 55 t. Segundo a empresa, a nova linha chega para abrir caminho em segmentos estratégicos. Só neste ano, o crescimento registrado foi de 15% nas vendas a distribuidores. “Trabalhamos com estoque para pronta-entrega em toda nossa linha de reposição e todos os nossos produtos são desenvolvidos para terem o menor custo e facilidade de manutenção do mercado”, garante Paulo Burjaili Neto, gerente de vendas e marketing da marca para a América Latina.

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