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Revista M&T - Ed.157 - Maio 2012
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Mercado

A segunda onda da indústria brasileira

Em meio a preocupações com a desindustrialização, diante do aumento das importações, o país recebe investimentos recordes para a produção local de equipamentos de construção

Uma situação aparentemente contraditória marca o atual momento do setor de equipamentos para construção no Brasil. Diante do avanço das importações, que responderam por 29% das máquinas adquiridas por construtoras e locadoras em 2011, as entidades do setor alertaram as autoridades sobre o risco iminente de uma desindustrialização do país.

O risco realmente existe, principalmente ao se constatar o aumento das importações até mesmo em segmentos nos quais o país figura como polo produtor e exportador, como o de escavadeiras hidráulicas (crescimento de 46%) e rolos compactadores (32%). Uma análise mais detalhada, no entanto, constata que essa movimentação foi fruto de oportunidades geradas pelo aquecimento na demanda do mercado interno e pela relação cambial favorável.

Com uma sólida indústria estabelecida desde a década de 1970, o Brasil figura como centro produtor de equipamentos para construção, integrando a estratégia de atuação global de fabricantes como a Caterpillar, Komatsu, Volvo, New Holland e Case Construction, entre outras. Devido ao porte de seu mercado consumidor, o país ingressou também na estratégia de globalização dos novos competidores orientais, como os fabricantes sul-coreanos e chineses, que não podem prescindir de produção local para o atendimento dos clientes brasileiros e sul-americanos.

Novas fábricas

Essa movimentação já impulsiona a segunda onda de industrialização na área de equipamentos para construção, com um nível de investimentos superior ao registrado nas décadas de 1970 e 1980. Um rápido levantamento junto às últimas edições da revista M&T constata que o setor está recebendo o aporte da mais de R$ 3,6 bilhões na instalação de linhas de produção (veja tabela na página 26).

Além dos principais players asiáticos, como a Hyundai, Doosan, Sany, XCMG e Zoomlion, a lista de novas fábricas inclui também expressivos competidores ocidentais que antes não tinham o mercado brasileiro em sua lista de prioridades: John Deere, Manitowoc, Ausa e outros. A lista de investimentos inclui linhas de produção em instalação e algumas recém-inauguradas, mas não considera grandes investimentos concluídos no ano passado, como a nova fábrica da Caterpillar e a expansão da JCB, entr


Uma situação aparentemente contraditória marca o atual momento do setor de equipamentos para construção no Brasil. Diante do avanço das importações, que responderam por 29% das máquinas adquiridas por construtoras e locadoras em 2011, as entidades do setor alertaram as autoridades sobre o risco iminente de uma desindustrialização do país.

O risco realmente existe, principalmente ao se constatar o aumento das importações até mesmo em segmentos nos quais o país figura como polo produtor e exportador, como o de escavadeiras hidráulicas (crescimento de 46%) e rolos compactadores (32%). Uma análise mais detalhada, no entanto, constata que essa movimentação foi fruto de oportunidades geradas pelo aquecimento na demanda do mercado interno e pela relação cambial favorável.

Com uma sólida indústria estabelecida desde a década de 1970, o Brasil figura como centro produtor de equipamentos para construção, integrando a estratégia de atuação global de fabricantes como a Caterpillar, Komatsu, Volvo, New Holland e Case Construction, entre outras. Devido ao porte de seu mercado consumidor, o país ingressou também na estratégia de globalização dos novos competidores orientais, como os fabricantes sul-coreanos e chineses, que não podem prescindir de produção local para o atendimento dos clientes brasileiros e sul-americanos.

Novas fábricas

Essa movimentação já impulsiona a segunda onda de industrialização na área de equipamentos para construção, com um nível de investimentos superior ao registrado nas décadas de 1970 e 1980. Um rápido levantamento junto às últimas edições da revista M&T constata que o setor está recebendo o aporte da mais de R$ 3,6 bilhões na instalação de linhas de produção (veja tabela na página 26).

Além dos principais players asiáticos, como a Hyundai, Doosan, Sany, XCMG e Zoomlion, a lista de novas fábricas inclui também expressivos competidores ocidentais que antes não tinham o mercado brasileiro em sua lista de prioridades: John Deere, Manitowoc, Ausa e outros. A lista de investimentos inclui linhas de produção em instalação e algumas recém-inauguradas, mas não considera grandes investimentos concluídos no ano passado, como a nova fábrica da Caterpillar e a expansão da JCB, entre outros.

“Por esse motivo, acredito que o nível de importações deverá diminuir nos próximos anos diante dos investimentos que estão sendo anunciados pelos players asiáticos”, avalia Brian Nicholson, consultor da Sobratema. Ele pondera que o crescimento das importações não se deve apenas a estes competidores, mas também aos fabricantes já instalados no país, que adotam uma estratégia de produção integrada, com a fabricação local de modelos com maior demanda e a importação de outros menos consumidos.

Diversificação do parque

Nesse cenário, merece registro uma tendência de diversificação do parque produtivo brasileiro. Com o amadurecimento do mercado, que começa a demandar modelos de equipamentos antes pouco consumidos, o Brasil tende a deixar de ser um fabricante apenas de escavadeiras da faixa de 20 t, e rolos compactadores da faixa de 10 t. As máquinas compactas e os equipamentos de maior porte, utilizados nos grandes projetos de infraestrutura, tendem a ingressar no programa de produção dos fabricantes em médio prazo.

Brian Nicholson avalia que a demanda de plataformas elevatórias, que contabilizou a venda de 3.700 unidades em 2011, segundo levantamentos da Sobratema, já justificaria a produção local. Até o momento, essa tendência não se concretizou, mas durante a M&T Expo 2012 a JCB vai anunciar investimentos para a produção de manipuladores telescópicos no Brasil.

Seguindo a mesma linha, a expansão do mercado de guindastes também contribuiu para a instalação de novas linhas de produção no país. A Manitowoc, que acaba de inaugurar uma fábrica para a produção de modelos RT, e as chinesas Sany e XCMG, que pretendem fabricar guindastes veiculares, chegam para competir com fabricantes que atuam exclusivamente no segmento de guindastes sobre rodas de até 40 t de capacidade.

 

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