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Revista M&T - Ed.208 - Dez/Jan 2017
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Empresa

À espera de um novo ciclo de expansão

Com desempenho fraco em praticamente todos os setores em que atua, a Randon aposta na abertura de novos mercados e realiza ajustes na estrutura para ganhar agilidade
Por Augusto Diniz

Até setembro, o ano de 2016 não foi dos melhores para a Randon, um conglomerado gaúcho de oito empresas com atuação nas áreas de veículos especiais e soluções para transporte, autopeças e serviços financeiros. Nos nove primeiro meses do ano, a receita bruta do grupo caiu 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, reduzindo-se de R$ 3,1 bilhões para R$ 2,8 bilhões.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, a queda no período foi ainda maior, caindo 28,7%, de R$ 1,1 bilhão para R$ 808,7 milhões. De janeiro a setembro, o prejuízo líquido da companhia foi de R$ 18,7 milhões, um recuo de 415,6% em relação ao mesmo período de 2015, que registrou R$ 3,6 milhões.

De fato, o desempenho não foi bom em praticamente todos os setores em que a empresa atua. Em veículos e implementos, por exemplo, a demanda de semirreboques continuou bastante baixa, a exemplo dos anos anteriores, com uma redução de 23,1%, caindo de 2.989 unidades comercializadas no terceiro trimestre de 2015 para 2.300 no mesmo período de 2016.

A venda de caminhões, por sua vez, caiu 20,1% nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que a retração foi de 12,7% no terceiro trimestre em relação ao terceiro trimestre de 2015. No setor de autopeças, ante o mesmo período de 2015, houve queda de 6,7% nas vendas de materiais de fricção de janeiro a setembro, 15,5% em freios, 2,4% em sistemas de acoplamento e 33,1% em sistemas de acoplamento e rodagem.

OSCILAÇÕES

Segundo o vice-presidente Daniel Raul Randon, a companhia vem atuando em diversas frentes em busca de novas receitas, mas enfrenta oscilações sazonais de demanda, que tornam o ambiente produtivo mais desafiador. “Estamos focando em novos mercados de exportação e na reposição, na qual temos enormes possibilidades”, diz.

Apesar do foco nas exportações, no cômputo geral o segmento de autopeças vem sendo prejudicado pela baixa do preço do petróleo. Os países dependentes desse produto têm poucos recursos em dólares, o que dificulta as importações. Assim, as vendas consolidadas para o mercado externo no terceiro trimestre de 2016 somaram US$ 37,8 milhões, o que representa uma redução de 13,7%, em relação ao


Até setembro, o ano de 2016 não foi dos melhores para a Randon, um conglomerado gaúcho de oito empresas com atuação nas áreas de veículos especiais e soluções para transporte, autopeças e serviços financeiros. Nos nove primeiro meses do ano, a receita bruta do grupo caiu 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, reduzindo-se de R$ 3,1 bilhões para R$ 2,8 bilhões.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, a queda no período foi ainda maior, caindo 28,7%, de R$ 1,1 bilhão para R$ 808,7 milhões. De janeiro a setembro, o prejuízo líquido da companhia foi de R$ 18,7 milhões, um recuo de 415,6% em relação ao mesmo período de 2015, que registrou R$ 3,6 milhões.

De fato, o desempenho não foi bom em praticamente todos os setores em que a empresa atua. Em veículos e implementos, por exemplo, a demanda de semirreboques continuou bastante baixa, a exemplo dos anos anteriores, com uma redução de 23,1%, caindo de 2.989 unidades comercializadas no terceiro trimestre de 2015 para 2.300 no mesmo período de 2016.

A venda de caminhões, por sua vez, caiu 20,1% nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que a retração foi de 12,7% no terceiro trimestre em relação ao terceiro trimestre de 2015. No setor de autopeças, ante o mesmo período de 2015, houve queda de 6,7% nas vendas de materiais de fricção de janeiro a setembro, 15,5% em freios, 2,4% em sistemas de acoplamento e 33,1% em sistemas de acoplamento e rodagem.

OSCILAÇÕES

Segundo o vice-presidente Daniel Raul Randon, a companhia vem atuando em diversas frentes em busca de novas receitas, mas enfrenta oscilações sazonais de demanda, que tornam o ambiente produtivo mais desafiador. “Estamos focando em novos mercados de exportação e na reposição, na qual temos enormes possibilidades”, diz.

Apesar do foco nas exportações, no cômputo geral o segmento de autopeças vem sendo prejudicado pela baixa do preço do petróleo. Os países dependentes desse produto têm poucos recursos em dólares, o que dificulta as importações. Assim, as vendas consolidadas para o mercado externo no terceiro trimestre de 2016 somaram US$ 37,8 milhões, o que representa uma redução de 13,7%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Embora ainda não haja sinais consistentes de recuperação da commodity, a Randon permanece ampliando e reforçando o relacionamento com os clientes destes países, situados principalmente na África, por serem mercados tradicionais. Com esses resultados, as exportações da Randon representaram 21,9% da receita líquida consolidada no terceiro trimestre de 2016, ante 17,5%, no terceiro trimestre de 2015. Segundo a empresa, as vendas para o Mercosul e Chile mantêm-se com 40% do total das exportações.

De acordo com sua diretoria, a Randon vem se destacando como um importante fabricante de vagões ferroviários. Apesar das oscilações, os volumes de vendas dos últimos anos têm impulsionado este negócio dentre os segmentos de atuação da empresa. A dificuldade nesse segmento é que em alguns períodos há uma redução acentuada nos volumes de produção, seja pela troca do modelo a ser fabricado ou por alterações técnicas solicitadas pelos clientes.

Foi o que aconteceu no terceiro trimestre de 2016, em que a companhia teve de fazer ajustes técnicos no lote atual, o que se refletiu no volume das vendas. Por isso, foram entregues nesse período apenas 111 vagões, uma queda de 81,8% em relação ao terceiro trimestre de 2015.

GESTÃO DE CUSTOS

Segundo o diretor-presidente da empresa, David Abramo Randon, esses resultados estão atrelados à economia do país, que vem em crise desde pelo menos 2014. Na apresentação dos resultados no terceiro trimestre, a empresa disse que a “situação da economia brasileira se assemelha a de um paciente que passou longo tempo acometido por uma grave enfermidade e que, por fim, começa a sair da fase mais crítica. A intensidade do problema que atingiu o país mostra que, mesmo com o tratamento certo, a recuperação deve ser longa e gradual”.

Para o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Geraldo Santa Catharina, a Randon está se reinventando a partir de uma rigorosa disciplina de gestão de custos. “Além disso, houve redução do endividamento, melhor uso do capital e as empresas ficaram mais enxutas e ajustadas à nova realidade, fruto da implementação de mudanças nos últimos trimestres”, comenta. “De um lado as dificuldades, do outro os aprendizados.”

Para o presidente David Randon, o ano de 2016 foi um dos mais difíceis para a economia brasileira. “Apesar disso, abriu-se caminho para a possibilidade de construirmos uma nova empresa, mais racional, com processos mais controlados e eficientes”, afirma. “Os benefícios dessa mudança já estão sendo notados e ganharão destaque à medida que a demanda retornar a patamares mais normalizados.”

Ele citou algumas medidas e resultados de um novo ciclo iniciado em 2014. “Tivemos de adotar decisões duras e, para isso, criamos um comitê de crise”, explica. “Entre as medidas, vendemos nossa unidade de Guarulhos e colocamos mais duas à venda. Também adequamos o quadro de funcionários, reduzindo o pessoal em 30%.”

Segundo o executivo, alguns resultados já começam a aparecer. “Reduzimos as despesas em R$ 40 milhões e a necessidade de capital de giro em R$ 300 milhões”, revela. “Com o enxugamento da estrutura, a empresa ficou mais leve e ágil na tomadas de decisões. Com as mudanças, preparamos a empresa para um novo ciclo de expansão.”

 

 

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