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Revista M&T - Ed.274 - Junho 2023
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ENTREVISTA – JEFFERSON RECUS

A chave é equilibrar tecnologia e meio ambiente”

Com a persistente instabilidade geopolítica e a concorrência comercial crescente no mercado de máquinas, o segredo para as empresas se superarem é mostrar habilidade em equilibrar tecnologia e meio ambiente, até por conta do expressivo aumento de custos que ocorreu no pós-pandemia.

Essa é a opinião de Jefferson Recus, diretor-presidente e CEO da Müller, fabricante nacional de equipamentos de Linha Amarela com sede em Gravataí (RS).

Após a aquisição da Randon Veículos Especiais em 2020, por um valor estimado de cerca de R$ 20 milhões, a Müller ampliou consideravelmente seu portfólio de produtos, que hoje concentra-se na produção de retroescavadeiras, rolos compactadores, caminhões fora de estrada, implementos hidráulicos e peças de reposição.

A operação alçou a empresa a um outro patamar no mercado brasileiro. “Foi dessa maneira que fortalecemos nossa planta operacional, nosso time de engenharia e diversas outras áreas”, conta o executivo nesta entrevista exclusiva à Revista M&T.

Engenheiro civil formado pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), Recus atua no setor desde o início de sua carreira profissional, que conta com passagens por empresas como o Grupo Romac, controladora da própria Müller.

Há mais de 20 anos, ele desenvolve diversas atividades de liderança no setor de máquinas pesadas para construção, sendo um dos responsáveis por trazer diversas marcas importantes ao Brasil, principalmente por meio de acordos de distribuição, incluindo nesse rol gigantes globais como Doosan, Bobcat, Sandvik, Bomag e Dieci.

Em 2018, o executivo chegou à Müller, que na época já contava com um bom lastro produtivo de soluções para compactação no mercado brasileiro.

“No Brasil, a instabilidade é uma característica sempre presente em nosso setor, assim como a flutuação cambial”, ele observa. “P


Com a persistente instabilidade geopolítica e a concorrência comercial crescente no mercado de máquinas, o segredo para as empresas se superarem é mostrar habilidade em equilibrar tecnologia e meio ambiente, até por conta do expressivo aumento de custos que ocorreu no pós-pandemia.

Essa é a opinião de Jefferson Recus, diretor-presidente e CEO da Müller, fabricante nacional de equipamentos de Linha Amarela com sede em Gravataí (RS).

Após a aquisição da Randon Veículos Especiais em 2020, por um valor estimado de cerca de R$ 20 milhões, a Müller ampliou consideravelmente seu portfólio de produtos, que hoje concentra-se na produção de retroescavadeiras, rolos compactadores, caminhões fora de estrada, implementos hidráulicos e peças de reposição.

A operação alçou a empresa a um outro patamar no mercado brasileiro. “Foi dessa maneira que fortalecemos nossa planta operacional, nosso time de engenharia e diversas outras áreas”, conta o executivo nesta entrevista exclusiva à Revista M&T.

Engenheiro civil formado pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), Recus atua no setor desde o início de sua carreira profissional, que conta com passagens por empresas como o Grupo Romac, controladora da própria Müller.

Há mais de 20 anos, ele desenvolve diversas atividades de liderança no setor de máquinas pesadas para construção, sendo um dos responsáveis por trazer diversas marcas importantes ao Brasil, principalmente por meio de acordos de distribuição, incluindo nesse rol gigantes globais como Doosan, Bobcat, Sandvik, Bomag e Dieci.

Em 2018, o executivo chegou à Müller, que na época já contava com um bom lastro produtivo de soluções para compactação no mercado brasileiro.

“No Brasil, a instabilidade é uma característica sempre presente em nosso setor, assim como a flutuação cambial”, ele observa. “Pensando em ciclos, observamos que através dos anos as empresas internacionais entram e saem de nosso mercado continuamente. Isso mostra a dificuldade do nosso setor.”

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista.

  • Como a compra da unidade de veículos especiais da Randon reposicionou a Müller no mercado brasileiro de máquinas?

Essa aquisição foi extremamente estratégica para projetar a Müller como um fabricante relevante dentro do cenário atual. A Müller foi fundada em 1956 e, a partir dos anos 70, já produzia rolos compactadores, tornando-se muito tradicional no segmento de equipamentos para a Linha Amarela. Com a aquisição da Randon Veículos, ampliamos e melhoramos muito nosso mix de produtos, assim como a rede de distribuição e o volume de produção, além de obtermos ganhos de visibilidade como marca, uma vez que, na época do acordo a Randon, era o maior fabricante 100% nacional de equipamentos para esse setor.

  • A mudança de gestão, ocorrida dois anos antes da aquisição, também ajudou a recriar a marca?

Sem dúvida. A partir de 2018, quando a Romac assumiu a Müller, concentramos nossos esforços em remodelar a linha de produtos “flagship” (carro-chefe) da Müller, como os rolos compactadores, viabilizamos a retomada da produção e transferimos toda a operação para a fábrica em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Assim, deixamos a empresa preparada para assumir o volume de produção que a aquisição da Randon nos proporcionou. Com isso, fortalecemos nossa planta operacional, nosso time de engenharia e diversas outras áreas. Enfim, fizemos uma pivotagem (mudar a direção de um negócio, mantendo a base que já existia) em nossa operação, que àquela altura era um negócio complementar à operação de distribuição de equipamentos, mas que hoje já é exponencialmente maior.


Aquisição da Randon Veículos melhorou o mix de produtos, a rede e a produção, diz Recus

  • Como avalia o desempenho dos segmentos de construção e mineração no Brasil?

Quando olhamos o mercado neste último ciclo, observamos que o Brasil fechou o ano em patamares muito altos em relação ao volume histórico de equipamentos. Nesse momento, outro ponto conjuntural importante é que estamos em meio a uma profunda transformação tecnológica, o que nos deixa muito otimistas e animados. Acredito que, hoje, a questão mais crítica no setor seja equilibrar tecnologia e meio ambiente, principalmente com a escalada de custos que aconteceu no pós-pandemia.

  • Qual é a participação atual da empresa no mercado de pesados?

Por motivos estratégicos, ainda não divulgamos nossa participação de mercado, mas posso informar que tivemos um crescimento de mais de 100% em volume de produção e faturamento no último ano. Nossa meta é chegarmos até 2030 como líderes em alguns ranques de atuação, com 10% de participação na soma de todas as linhas em que atuamos.


Segundo o executivo, a Müller cresceu mais de 100% em volume de produção e faturamento em 2022

  • A propósito, como as fabricantes nacionais podem concorrer com as gigantes globais do setor?

Como uma fabricante nacional, tratamos esse mercado primeiramente com uma visão de longo prazo, diferentemente de muitos players internacionais que estão atuando no Brasil. A Müller é uma empresa brasileira, o que nos impõe a tarefa de sermos ainda mais responsáveis com nossos produtos, parceiros e clientes. O fato é que estamos construindo uma empresa que preza muito pela voz do cliente; nesse aspecto, ser um fabricante nacional traz uma vantagem aos nossos clientes, pois oferecemos alternativas de equipamentos especialmente projetados para o nosso mercado, desenvolvidos com base na realidade brasileira e nos desafios locais de manutenção e de TCO.

  • Aliás, qual é a estrutura de serviços e distribuição da marca no país?

Hoje, contamos com parceiros em todas as regiões do Brasil, com distribuição de equipamentos e peças em mais de 15 estados da federação. Porém, nosso objetivo é marcar presença em todos os estados do Brasil até o próximo ano. Além do mercado interno, atualmente também temos uma rede de distribuição em sete países da América Latina – e já chegamos inclusive à África.

  • Com essa expansão, qual é a ocupação atual da fábrica de Gravataí?

A fábrica de Gravataí atualmente está em fase de ampliação, com capacidade instalada para 1.000 unidades/ano. E contamos com cerca de 200 colaboradores dedicados às linhas de produção e montagem.

  • Que proposta tecnológica os equipamentos da marca entregam aos clientes?

Nossos destaques do portfólio incluem retroescavadeiras, rolos compactadores e caminhões fora de estrada. Como disse anteriormente, nossos equipamentos são desenvolvidos para a característica de operação específica da nossa região. Assim, oferecemos máquinas extremamente robustas com componentes de renome internacional, o que dá aos equipamentos uma manutenção mais fácil, com um bom custo e de forma prática.


Equipamentos da marca são desenvolvidos para a característica operacional local, assegura o CEO

  • Na sua visão, quais desafios as fabricantes devem enfrentar nos próximos anos?

No Brasil, a instabilidade é uma característica sempre presente em nosso setor, assim como a flutuação cambial. Pensando em ciclos, observamos que através dos anos as empresas internacionais entram e saem de nosso mercado continuamente. Isso mostra a dificuldade do nosso setor.

  • Quais são as tendências tecnológicas que podem transformar o setor?

Mundialmente, a eletrificação dos produtos é a maior tendência atual. Hoje, existe uma corrida para o desenvolvimento de tecnologias e, nesse contexto, um grande desafio de fechar a conta em termos de custos operacionais. Em linha geral, acreditamos que se trata de um caminho sem volta, embora ainda não esteja totalmente definida qual será a tecnologia a ser seguida no futuro.

Saiba mais:
Müller:
mullerbrasil.com

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