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Revista M&T - Ed.169 - Junho 2013
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Coluna do Yoshio

A chance de um gol de placa

O país ganharia muito com a introdução de tecnologias mais modernas, que impulsionariam outras áreas e forçariam todo o setor da construção a buscar inovações e modernizações.

Com a aproximação dos eventos, são enormes as expectativas em todo o planeta em relação à realização da Copa do Mundo FIFA de Futebol e dos Jogos Olímpicos no Brasil. No exterior, basta alguém comentar que veio do Brasil para imediatamente ouvir perguntas e mais perguntas sobre a Copa e a Olimpíada.

E não poderia ser diferente. São dois eventos importantíssimos que, se observarmos a história, possuem uma característica político-econômica muito interessante. Enquanto a Copa do Mundo desde o seu início foi realizada em países em desenvolvimento como Uruguai, Brasil, Chile, Argentina e México, os Jogos Olímpicos sempre foram exclusividade da Europa ou dos EUA. Tanto que somente em 1956 a Olimpíada saiu do Hemisfério Norte para ser realizada na Austrália.

A partir de 1964, países como Japão, México, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Grécia e China sediaram os Jogos Olímpicos. E sediar pela primeira vez esse evento quase sempre implica em um reconhecimento internacional do estágio de desenvolvimento da nação-sede. Tal fato também significa uma oportunidade comercial ímpar oferecida ao mercado, além da chance (e necessidade) de o país investir em uma infraestrutura adequada.

Para o Brasil, especificamente, a sequência de realização da Copa e dos Jogos Olímpicos parece referendar a boa fase vivida pelo país. Embora o crescimento interno não seja exatamente exuberante, certamente representa um maior reconhecimento internacional. Mas, se em alguns países o advento da Olimpíada foi uma oportunidade de evolução e demonstração tecnológica, no caso brasileiro parece ser apenas mais uma oportunidade comercial. E isto é uma pena, pois o Brasil poderia ter aproveitado a oportunidade para introduzir tecnologias mais avançadas na infraestrutura do país.

Um dos exemplos mais gritantes diz respeito aos meios de transporte. Com a necessidade trazida pela Copa e Olimpíada, poderia ter sido promovido um salto tecnológico nesse setor. Aeroportos poderiam ter sido modernizados com conceitos mais atualizados de operação técnica, por exemplo. Em algumas cidades, poderiam ter sido implantados e ampliados os sistemas de metrô ou, ao menos, de trens de alta velocidade (TGVs), para servir de conexão entre as cidades mais importantes.

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Com a aproximação dos eventos, são enormes as expectativas em todo o planeta em relação à realização da Copa do Mundo FIFA de Futebol e dos Jogos Olímpicos no Brasil. No exterior, basta alguém comentar que veio do Brasil para imediatamente ouvir perguntas e mais perguntas sobre a Copa e a Olimpíada.

E não poderia ser diferente. São dois eventos importantíssimos que, se observarmos a história, possuem uma característica político-econômica muito interessante. Enquanto a Copa do Mundo desde o seu início foi realizada em países em desenvolvimento como Uruguai, Brasil, Chile, Argentina e México, os Jogos Olímpicos sempre foram exclusividade da Europa ou dos EUA. Tanto que somente em 1956 a Olimpíada saiu do Hemisfério Norte para ser realizada na Austrália.

A partir de 1964, países como Japão, México, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Grécia e China sediaram os Jogos Olímpicos. E sediar pela primeira vez esse evento quase sempre implica em um reconhecimento internacional do estágio de desenvolvimento da nação-sede. Tal fato também significa uma oportunidade comercial ímpar oferecida ao mercado, além da chance (e necessidade) de o país investir em uma infraestrutura adequada.

Para o Brasil, especificamente, a sequência de realização da Copa e dos Jogos Olímpicos parece referendar a boa fase vivida pelo país. Embora o crescimento interno não seja exatamente exuberante, certamente representa um maior reconhecimento internacional. Mas, se em alguns países o advento da Olimpíada foi uma oportunidade de evolução e demonstração tecnológica, no caso brasileiro parece ser apenas mais uma oportunidade comercial. E isto é uma pena, pois o Brasil poderia ter aproveitado a oportunidade para introduzir tecnologias mais avançadas na infraestrutura do país.

Um dos exemplos mais gritantes diz respeito aos meios de transporte. Com a necessidade trazida pela Copa e Olimpíada, poderia ter sido promovido um salto tecnológico nesse setor. Aeroportos poderiam ter sido modernizados com conceitos mais atualizados de operação técnica, por exemplo. Em algumas cidades, poderiam ter sido implantados e ampliados os sistemas de metrô ou, ao menos, de trens de alta velocidade (TGVs), para servir de conexão entre as cidades mais importantes.

O investimento seria significativo e, certamente, o debate político alcançaria temperaturas mais altas, com críticas imediatistas sobre o retorno dos investimentos e alternativas de menor custo. Mas ao menos seriam tentativas de se buscar soluções definitivas, não apenas contendas em defesa de “alternativas baratas”, como quase sempre ocorre.

O fato iniludível é que o país ganharia muito com a introdução de tecnologias mais modernas, que impulsionariam outras áreas e forçariam todo o setor da construção a buscar inovações e modernizações. Infelizmente, a oportunidade de superar o nosso paquidérmico modelo de inovação e desenvolvimento já foi perdida e, no curto prazo, será bastante difícil encontrar outra ocasião tão propícia. Em suma, o grande legado da Copa e da Olimpíada poderia ter sido a modernização de vários setores num país repleto de bons motivos para um “pontapé inicial”. O hipotético início de uma nova fase de crescimento e modernização, que precisa chegar até nós.

Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema.

 

 

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